A Estrela do Norte 1869

52 «Então pegava . a gente do seu li o, lia, amuado, até que o pai ou a mãi t iv- sem de novo voltado as costas , depois do qu . recor– r ia-se ao maravilh oso insteumento c amado penna, e e~ vez de ler asnidades co esta : Grammatica é a arte de escr ever ou fa . rectamente, ou: o numero se divide teiros e quebrados e outras cou as i ficantes e impertin entes que todo 0 sabe, desenhava-se bonitas fi gurinh a dinario soldados, esque letos, ou info1 ados, Eu_ primava n_os enforcados , e t inha s mpre cmdado de aJunctar-lhes um cachim o, ou pôr-lhes um palmo de ling ua de fó ra . ·. · ((Outras v?zes_escrevia na primeira p gina meu nome rnte1ro, com a competen te firma e a legenda expl icati va : Este livro me pertenc~, quem oachar restüúa a seu legzúmo dono ; e até escrevia com todos os ff e rr , uma bonita quadra na cabeça, no meio e na cauda d to- dos os volumes : ~ Oh! liHo meu muito amado, Thesouro de meu saber, .Possa eu logo te achar, Se vier a te perder . DO NORTE. util e agradavel, destinado a dissipar os ca– ma radas , e a distrahir-se a si proprio, du– rante a aula. Um livra, uma cantiga nova, pol vora, da qual se fazia peças de artificio ein forma de pão de assucar, ( mas não do mes– ma côr) misturando-a com a saliva cospida na palma da mão, foguetinho~ fulminantes , e outras que taes raridades, com as quaes então estava-se certo de ser o heróe do dia. «O que mais me alegrava, ao ir para a esco– la, era fazer ladrar os cães , e se apanhava um, larga-lo com uma caçarola pendurada na cauda, para ter o gosto de vê-lo correr , urlando como um damnado. «Quanto aos divertimentos officiaes e regu– lares, eram, segundo as estações, a bala, o pápagaio, etc ..... «Na aula, bem entendido, reinava a mais perfeita ordem e a mais edificante disciplina. O primeiro que recitava a li ção nunca a sabia; o segundo, tnedo tido tempo de aprender a primeira phrase , sempre dizia umas tres pa– lavras; e algumas vezes, o terceiro interro– gado a sabia um pouco , qu ando todavia t inha a fortuna de estar ao pé de um sopradorintel- «Quando a gente tinh a acabado de encher ligente e de boa vontade. de inscripções, rabi scas e fi gurinhas todo o «Durante as explicações do professor , ver– branco da obra , ajunctava letras ás palavras gonha grande fôra e!õcutar; todo alumno at– para mudar o sentido, ou alga.ri smos ás r e-1 tento estava certo de ser chamado santarrão; gras da arithmeti ca pura augmentar as som- mas, em compensação , qu e de lindas con– mas e os prmi uct , e quando chegava a hora 'rsinhas em voz baixa, que de cochichos de partir, ia amarrando com um barbante a . qressantes, e r efl exões moraes de alta uti– trouxinha, um bom q1rnrto de hora antes ·c1 de não fazíamos nós du r ante e se tempo! para mostrar amor á esçoJa, para rnatar ~ <b ,:; uma amostra da maneira por que se tempo, para desemba1:~ça r- se do enfado de p "tVa a hora da au la : fi car assentado, e para ver .w . por fo r tuna se « 1 ROFESson. - A addiçáo 6 uma operação encontrava pela rua algum.amigo igualmen te d'a tl 1metica pela qual se aju nctam muitos adi antado na hora, com o .qual se podesse nu ,s . .. Sr . Luiz, quer me faz er o favor vadiar melhor. . ~ de · firo qu e eu acabo de dizer 1 «Não se vadia bem senão a dous . Os pais, «Lu , • -Sim , senh or . que fi cavam assim desembaraçados de nossas .«PR .-Ora bem ! o que é que eu disse e amaveis pessoas , raras vezes se quei xavam de qu fall ei? de nos ver partir cedo de mais . «Lu1 .-Não sei, não senhor, não entendi « Em geral t_enho notado que pouco s'im- a expl _ação. porlam os pais com as fal tas dos filhos em ((PRO -Si o senho r não estivesse se diver– quanto deli as lhes não vem incommodo al- tindo apanhar moscas durante a aula, havia gum pessoal; ralham apenns com os filho s de en · det·. Faça- me o favor de copiar dou– quando es tes mentem; 1~as dão-lhes quasi ze vez \ a primeira pag ina de sua arithmeti– sempre pancada qu~ndo_qu~bram um pra to : ca ... , junctam-se dous ou muitos numeros systema es te que nao sei se e bom, ainda que e O resu tado desta operação torna o nome de em verdade seja assaz commodo, mui favo- 1somma u total, por exemp lo ... ravcl á dissimulação, e perfeitamente apto á <<CAHL -s , levantancloamâo.- Sr. Professor! desenvolver a esperteza dos men inos, que . <1Pr.0F - Entfto o que é, Sr . Carlos ? g raças a es te methodo , podem gozar , por ((CARL , .-Sr . Pro fessor , li cença parasa- pouco que tenham o olho vivo, de uma bo- hir ! · n ila t! ose de liberdade. c<PRoF - --Eis j á tres vezes que o se nhor me • 1,E is o_emprego do meu tempo antes da hora pede e o tém licença de sahir desde o come- " de partir para a escola. ço da a a; não sahe ! .... Vamos dar um HAo sahir de casa, feliz aquelle que ~odia exempl d'addiçfto. Sr. Francisco, venha (i eaconder em suas algibeiras algum obJecto pedra.

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