A Estrela do Norte 1869

--- --, ' 50 ELLA ·no NORTE. 3.º A morte e as en fermidades t en tre nós cinco min istros activos e for e são a intemperança, a preguiça, a Yej a, o desace io. 4.º A sabedoria de Deos u n·u o en prazer a todos os actos necessarios -' rnção . A bondade de Deos nos deu para repousar- nos das fadigas da v prazer pode ser, pois, innocente . e d tií.o podemos usar ; 'mas quem delle lmsa, nií.o se cons erva, nem descansa, mas ca e cl estroe- se . 5. ºNão ha cousa boa, que por desord excesso não tome- se funesta . O sol é ces- ario para amadurecer as searas ; mas s nel– las dá de continuo, as deséca e qul!i ' . A chuva fecunda e refresca a terra , ma se é demasiada alaga os campos e affoga as raízes. Assim o amor casto e puro, 01·denado e r,an– ctificado por Deos, é feito para dar a vi a e afo rmosea-l a; mas a libertinagem e adi Jução tornam- se os flagellos e os algo humanidade. 6 . º Como diante das fortalezas se põe a sen– tinella para reconhecer quem entra, assim o sentido do gôsto foi collocado para reconhe– cer os alimentos que entram no cstomago. O officio de1la ó advertir-nos se são ami gos ou inimigos, se merecem ser ahi hospedados . Ai da fortaleza se a gula consegue peitar a sentinella. 7 .º Quando o balão êsta rnchado, soprae ainda, e o fareis rebentar; assim aquillo que pondes no corpo além do necessario para nutri-lo, não se rve senão de arruiná-lo. 8 . º O vosso estomago ó o cavai lo que leva toda a bagagem ; com boas precauções pode levar-nos longe; mas se o carregaes em de– masia, ou não lhes daes descanso, deixará a bagagem cm meia estrada. 9 . º Beber para apagar a sêde ou para res– taurar as forças, é um prazer justo e bom; beber sem sêde ó loucura. Quando um prado preci, a d'agua, conduz-se para ali um rega– losinho, mas nfLO se rompe o paredão para espraiar por ellc um rio inteiro . 10 .º Mau negocio vender a ra.zão por al– g·uns copos de .vinho! verdadeiro procedi– mento <le sandeu pôr em risco a vida pelo !.{arg·álo de um fra sco ! 11. º O nome agua-arde,ite explica bem o inccndio que pode accendcr nas entranhas rstc li quido, quando tomado cm excesso . 12. º Não andeis Yasando a bolsa para en– cher a l1arriga, porque se está melhor e ~e anda mais <lirrilo com o dinheiro na algibe1- rn, que com full! de vinho na cabeça. J J.º E para nfo , rd1ir no laço, conservae- vos sempre occupados, porque a intempe– rança anda sempre de mãos dadas com a ociosidade, e onde não se acha esta, tambem aquella não cria raízes . • ,,, P111i1seios. (Co ntin uação. ) lfI (continua. ) Alguns dos nossos grammaLicos, tractando philo– sophi~amente da classificação dos adjectivos - questão insipida, quanto a nós, enfadonha, soporillca, inu til - faliam tanto, tanta erud ição pbilosopbica osten– tam, tão funda s considerações assoalham, tanta pers– pic::ic-ia alto-grnmmatical alardeiam , emfim tao intima– mente cscrutam os segredos da nossa lingua que aca– bariam por abal::ir bem profundamente t'.ldo o syslema organico de qualquer leitor, desejoso de instruir-se neste gencro de conhecimentos. Estamos convencido que nem mesmo um philosopho allemão, dotado de amplo cs lornago scientifico, poderia digerir tanta pa– lha e tanto bagaço. Muitos Jcilorcs a es te respeito não pensarão domes– mo modo que nós, os rapazes em particular farão cabir sobre nós um chuveiro de zombarias, de acrcs censuras, de insultan tes gracejos por faltarmos com as conveniencias devidas á grammatica philosopbi– ca por cujo attrahente est udo acbam-&e po suidos de en'thusiastico ardor. Por toda a parte com effeito, ouve-se pronunciar o nome solemne de grammatica pbilosophica . - Grnm– matica philosophica d'a.qui, grammatica pbilosop 1i– ca d'acolá, grammatica philosophica n 'uma sala ·de es tudo, grarnmatica philosophica n 'um exame para Jortciro da Gamara Municipal, afim de ter-se certeza ue a& proclamações, si appareccrcm como em tem– . s idos, serã~ lidas com todos os devidos acccntos; 1e direi cu arnda? · pesar, poré~1, de Lã? eJiervesten~e zelo, o l_ente do g tmmatic3. plulosophH a do Colleg10 .... disse em ce a reunião, no anno de 186 ... , que entre os nu– me os alumnos q11e frequentaram sua aula, apenas um ' 1 dous podcram atinar com a differença entro o adJ tivo numeral- um -e o artigo indefinido– um - Neste dizer houve sem duvida alguma exage– ração; \ porém, certo que todos os alumnos bem 11ou– co apr •eitam, e que fallando-se tanto de gramma– tic;i ph_ osophica, não se sabe grammatica. cont1 ucmos agora sem nos cmbarnçarmos com a censura ,. os r~ azes, as quaes dissipam-se depressa como a 1 ª!;'ª• Dizian:1 então que alguns dos nossos grammati– cos afad 1 \ m-se Lanto no estudo da classificação dos adjccti vot e todos ao contrario quando tracLam d-0 artigo, rn,smo philosophicamente, dizem, l.lssim com a~ zombc l3iro, que elle é -uma palavrinha que se poe antes 1 0s nomes - e nisto está toda a pbilosophia do artigo. h O nosso amoso Barbosa, que, cm materias gram– rnaticacs, ld'uma fecundidade qu e espanta e assom– hra os py ~eus como nós, tão de resto Lracta o artigo que nem . menos concede-lhe os fóros d'uma pa– lavra indiv uo, e chama-o pelo nome de adjccti 1·0 artigo. E' r~ssivel que o di stinrto g rammali co tenha razão; coro~ porém, estamos passeando não nos dc– Yetnos orcu, 1lr de cousas sérias. Mas onde amos nós com este dcscorrer gramma– tical sem fi ? Cheguemo! á nossa conclus;1o que é - não tractar tao <le brinca . ·rn O artigo, á imitação dos grammali– cos. !~ ahl , já, leitores, um confirmutw· desta pro– pos1çuo. . E_m o nosst llltimo passeio, já quasi no fim, prin– c1prnrnos um Para"'rapho pelas seguintes palavra : « Os or,crar!o a r.;'mpanhia do Amazonas, etc. n Poi bem : o_art!g os - que começa o paragrapho a ttra-

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