A Estrela do Norte 1869
46 Pnsseios . (Continuação.) f [ A ESTRELLA DO NORTE. ~- c~ncl ui ainda d'aqui, c1;1-ros leitores, quo em todas as cidades certas cousas so podem ser vi tas em cer– tas ruas, as vezes em certas epochas, as yczcs, emfim sómente cm certos dias ou horas. ' E' assim, concluímos nós agora, e passamos [L se– gunda pergunta, qu e no !'ará, para apr<!ciar-se o i,c/ro ,\hi estão, ama_vois leitores, esse:; clous ,·o~~os, di- quadro que temos de offerecer á admiraçio dos leito– ze<!-do-vus no mms el?quenle si loncio que v 105 dar res, o exped iente a tomar é levantar- 0 e p la maclru– ho,1c o segundo passeio, para O qual nos co ·omet- gada e dirigir -se immediatam!:n te ao cães, onde cm– temos, q_~ando nos recolb~mo~ elo pri meiro : , pode- fim nos achamos. mos salm sem demora, dmgmdo-nos 10 ,, 0 p cães Attcnç·ão ! attenção ! attenção ! leitores ! Estamos segundo.ª prome sa que fizemos. Em fav~r, orém'. no bom do passeio, ou no amaoo ela c•Jusa, como di– da veracidade das scenas que temos ele cont piar riam os nossos caboclos. dev<;mo~ suppor 9ue o nosso passeio ao cáes m lo~ Temos a vista primeiramente fileiras de pequena g-ar as cmco e meia dn manhã, pouco mais ou enos. canôas, que nós chamamos montaria s ("). Umas con– Sabemos que est~ hora. é ~em cncommoda par, :iuel- tém assahy, bacalm oupatauâ ; outras carangueijos, si les que tem o Lr1ste hab1Lo de espregu içar-se lolle- o tempo é quaresmal ; nestas enconLram os olho mente sobre os fios da macia rêdo tle laJJuil' até admi raves cachos de bananas br:.rn cas. n'aquellas as algumas horas depois de nascer O famoso a do delicadas melancias e jurumit não deixám de irnpres- di a ; mas _q•Jo fazer? Pnra o nos O passeio de je é sronar agrad'.ivehncnte os orgãos visuaes ; aqu i offe- estfí a umca hora com·eni enlo : e oslá dilo. e vcn- reccm-se á \'!Sta bellas pcsc:Hlus ou velhas J)iJ'ahibas, ~am:~e por _tanto os leitores da necessidade ele har- alli palrnm papagaios e periquitos como para chamar nos .1a no caLs, a attençfio dos consumi<lores : mais a<lianl<' emfim , l\Ja3, nos dirão_, porque vamos nús Lão cêdo ao ouve-se a h ,trmonia d'uma viola, d'uma p,-uitarra ol: E que vamos alu fazer? d'uma rabeca - é o ,·ctt,11,óílo, o rosu,tdo, o hi°nd1i, o 1,úu- Ei;; duas. perguntas feitas bem a proposito E.m dfnho, ou os mntil.'os, arpejos conhecidos e ama los pe– quanto vos apromptacs, respond erei á prim ra. los nossos fülcttanti tapuyos. qu~nto a segunda, a resposta que lhe daremos s '•á ~ Pari!CC que o quadro Yai tomando vulto e colorin- obJect0 mc:;mo do passeio . do-se. Um viajan_te bastante curioso, achando-se cm is 1 o lado_de cada um~ destas mo11tiu·ias agrupam -se •·. tc_ndo ou v~do dizer quo nesta magnifica e ole n- quatro, CJnco, seis al•· dez protas, Veftidn'3 0 mai ~1,s1m:i. cap:tal existo um numero consitlerave e grotl_cscamcnte possi\·cl. Umas _tr,1jam ~aias curtas, nomens e mn1hcres, cu,io unii'o meio de vida é andar quas1 tanA:as, atadas pouco mais 011 menos á altu ra pelas ruas ::i fisgar trapos, pedacinhos de papel, restos onde l_crmina o qne J?,ÓS rhumamos busto, e est acha– de phosphoro~, pontinhas de charutos ou de cigarros se ord~narmmcnte 111i; outras apparente:n, 'lliP um pou– c_ ou trns ?ou;;as s~~elhantcs, a que nós chamamos co ma~s '(iodestcrn, cm vez de trazerem a mesm:1. saia ~isco O)l 1mmundicic, esse viajante, dizemos , sahi a. atailaa cmtura, trazerr:i-n1:1- á t1ra-col/o, ficando 11ssim a passe10. touos os dias de manhã depois do almoço i mo1fl encobrrtas as. scl11c;1cws nutritivas . . . • l'flrém e de t11rde depois do jantar, afim de ver com os seu~ 0)11 desgruçn ! ,l sarn feudo sido fciln par;i al se :i J roprios olhos esses rabiscarlo1·es <lo trapos, e convcr- mtur.i, fn, 1 rJ 5apparccer a_s indccencias superiores. e sar mesmo com 11 ,s, si possível fosse· nunca porúm . roduz ou .. _:. p,LJ·a o lado rnforior; urranj ·1 :,<tnl pa- 1•1~nll·.ou ums,. , t'.11 C.C! erl · como sJ co~tncia dizer'. 1 a desarr,111 •ar aeol~l, patenteia n'um loirar O qu oc- L o no~so tonr _la le~·ra reA:re. , s patrios lare 8, 1 ult~u no fl_t1tro. E se a_ estes traJo~ jun •farr 1os os 1-onvcnc1do da TJ,,o e.ustenc1a desses homens conlie- 1 o!.imento~ que fazem suas 1·esplclirns senhoras l'ido~ 11elo nome d~ tfaj)C'l'OS- ( chi(<,1!nit1·s) i, 'co 11 ver- llao resull.a Ludo quan lo ó incompali vol com O pu: anuo a tal respeito com um parn:iensc, não viesse r. 1 ntão a saber que_ esses inf:lizes sa.hem bem cedinho de ' pr~ 1 n:lo sotnos Bocage ou Tolenlino para poder- seus huracos {pois clles nao tem · sas propriamente m pmtnr bem este 4uarlro tfiu heilicnclo c:;lcs lwr– dictas ), sintt\S que.o transitar uos carros de luxo e de ror de indece:ncia que fazem cahlr a ca'd ao ch:'.o ! ! condncçao o ntropbllc .º impeça-o_s do doscrnpenltar Que ~e1111.1~ ent~o? ~ros _l itoros; se1·emos l'SJH ct:i.– o sou e~vrego. Cbnlle~rdo o c:xpcdJPn te para npanhar dore iler "IOsos? - ao , mi\ Hzt·s mio. Vamos ,.,-ritar os ~rape1ros o nosso_ viaJa?te satisfez os seus desejos. ~em . t? : ;fsl?, 6 uma_ rel'uonhu para nó: 1- T uma Nessa n_wsma capital, s1 algncm quizesse saber si 11nr~ci1 / tdo(.,J ! b ur_nn '!'dec~w,a ! .. ,)s domesticas cumprem o pr0ceilo de ou \'i r missa aos Srn1 1cus nmaYcts lc1lores JH1trrc1os, e te </ll'ldro tlomingos e li ias sane los, deveria achar-so tio madru- que ac 1,0 de pintar é m~ e~,· 1 , o lltJ.i•·11/11 ua face ue gn•la nas respr.di va igiejas parochiacs. poi'> que as nossa . rnosa lldém , e 'so nos tr,~no · p,idhlo snppor– on:;," hora~ s,, f1ncontrarla a arblocmcia; qut' na lin- ta-lo lnr J tempo expo~to t1 _adm1raçrw pu hli1'a. Que µuagem ascctica, 0, ordinariumer Le, 0 poro iai.):o, h_orrorcl cm nm piuz c!v1ltsado como o no5so ! t E JJeranle o senhor dos senhore,. l'.ing-ucm se o!Iende- mnda . , estt qu _turo nao fullai;se ! \l.:s elle falla , e rá com isto. ' uma Ju. )uahcrn immunda, Jiorr wln, inf<'rnal ... ! Co~teluí ll'aqui, caros lPitorcs, que para vir ao co- De tudo 'Lo resulta o que e 1arna\'a-so cm i8:iü -<J1Li– nhc1·1mento <le certas curio~id:ules desLe mundo não twu~a · ·\ 1. s:ío indiffercntcs ,as horas do dia. ' Nao :1 .11ra pois, caros ldtores, 11ue nm c,rto cs- Dl'mos agora nm pulo de Paris ú cidade do Rcci- t~angelf tendo pre:enl'cauo uma tkstas ~cenas ma– te . l\usta cidade - inconte~tan:Jniente uma das trnacs, ·\ontasse.. do Yolta a,_ s p·1trios lares, tndo mais bcll~s e das mais ~ivillsa1lns ilo imporia, e pela q~anto 11 ,, ounu con:io um .sc,11/ oti,·11/Cf!, com ef– qual sr ntunos verdadeira sympathill. ,ic modo qnc fmto, n tmhem se YJtisrmos estas C'ousas dorruin– se niio fo~semos paraense seriamo~ d dditl:uncnl.e do, talve s tomassornos por um sonho. ]lernamhucano -a li mpesa miu,l,1 e ui·ossa das casas, Podem ~ ni,orn ~rcs1~il'ar; e terminarinmos mesmo Pffi certas ruas, f'az-se pclns janella ', das nove horas C$~C pass o _se_ na? t1vf',s~mos a pdtn mo~tr·1r aos d:i noite em diante. E não venha a]n-um linbitante lertoros a ec1d1da i_nclmaçao 'lUO ha entro nós a vol- <la Veneza hra~ileira dizPr-nos 1rue f~ltamos a ver- tar-s~ á ~- ,Ja ad,,mito. . <ladr, pois cntüo afíirrna,·emos til' no ·o debaixo tlc _Assun J, faliamos ele. llJC'Illnos e_ mo ninas cor1 cndo uosRa palavra - sempru mni honrada - que o to/ 11s0 i:ius _p_cla~ . ~ias <lr, t·i l'ld~de e no inlcr lor <l muita,; tinha l,igar, na ,-ua tio Vi[]tll'i•1. ao menos na epocha lam1has; ,tbamos de ~1zer alguma palav1·as sol.ire em qno lfr rnol'ámos. E' pos ivcl, nrm prt'tendrmns o as pretas ~:tl''cendo rndeeentemo11t'.! wsti<la nas <'?nlrn~10, <ruo em nntras ruas não e;;ti rn ·o em pra- JJ~aias. ~a mzcrcm_ suas compra~; !alta-nos, para lica n mPsmo systema dt· fnzcr limpeza: o 111w dcsc sermo~. co i,letos dw-01 far um pcuco sol ru <'Prto. • JÍLUJUS t,io somente 1~ nã.o passnr J>or m,'n tiroso, poi. OJH:rnrws.. " 1 temos a 1101.Jro presumpção do pJdercm nosso,· appli- Os leit Jl ainda su di:>n m rcc rdar 11111 começamos cadns :~quellas anti a-a o Lella · palarras: - .1.úeo vel'i– /(ltes d11tue11s Nat, ttt ne jvcu qI1, I m mrntil'c/10·. tnoJ dc-scohril' o motim da maravilho :i, trnns(L>t– alavra. ,
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