A Estrela do Norte 1869
28 ESTRELL DO NORTE. estes artiguinhos, tencionamos passeiar, e natural– mente !'aremos os nossos passeios pela formosa, cida– de de Bolem que já apresenta curiosidades dig ,as de serem estudadas. leitor e companheiro de passeio, que tudo isto é pro- orcsso? · Esperamos por tanto que os hcnevolos leitor n os prestarão um pouco Ide attenção, ouvindo-nos !m si– lencio, faze ndo depois, caso quoil'am, as con vcn ~ntes reflexões sobre o que dissermos. Islo posto, parece que podemos começar alegrt'·1en– te o nosso primeiro passeio. Si ainda não estais convencido pelo que temos di– to, apreciai a rasão c;eguintc que nos é fornr.cida 11cla sciencia qn e clrnmamos economia. - E' cvidcnto que as creanças até a idade de seis a sete anno não tem jui::.o, porque não r eflectem; sllo ordina riamente tur- • bulcntas, travessas, e não sabem que os seus vcstidi– nhos são o producto do snór dos seus·pais .... ; por isso n cnhu m cuidado tem dt'sses vestidos, acontecen– do frcqucnlomcntc que de um dia para outro inuti– lisam-os completamente. l\"aturalmente pensarão os leitores qu e, tendo ste excrcieio por fim a distracção que descansa o esp 1 ito e dilata o coração, escolheremos as melhores ru:-t da nossa capila1. Pois não; sen timos dizel-o, não ser (lS – si m. E' que os nossos passeios n ão serão como o, le– mais passeios. A vista disto os pais entend em que por galanteria não devem espordi çar uns p, rPs de Yinlcns. E que podemos nós dizer contra tãu forte arg umento? ~a– da. i em se diga á certas mães-que não con vem con– son ar muito tempo es tes habitos de i11,wcencia primi– tiva; ellas riem-se a h andeiras despregadas e zombam de nossa pretendida simplicidade. Qualquer ru a por tanto, seja olla larga ou estr direita ou torta, calçada ou semeada de CO\'Ões, qu en tada ou um tanto deserta, ladeada por pai, de r ieos ou vor choupanas ornadas com algumas sas rotulas classicas, do tempo d.e D, [,'u as l\oupi como as ha ainda, mercê de Deos, cm g rand1;; n u mormen te no bairro da cidade; em uma palavra, o- u.a rua, seja qual for, nos serve. , \ Tomamos agora a liberdade do co n vidar a um d s nossos leitores para que se digne honrar-nos com 't sua amavcl companhia, pois que assim os pasS:(· tornar-se-hão para nó., mais interessantes o pocli c visto wdcrmos ir manit'estando as impressões qu do carn't'nho, formos recebend.o. Até que cm fim sah1 mos, ach amo- nos na rua'! . o ob I fúlicidallc ! jà te mos á vista um quadro interessan tíssimo. Vedes, caro leitor e companheiro ele passeio, todas aquel!as crcanças de aml.Jus os sexos que se \' m ap– proximando de n6s, correndo ligeiras e.orno o jaça– ná (') da capoeira o em t1·ujos ele Aúno e Eva antes do peccado, queremos dizer, mias ? Pois l.Jem, pC1:o-Yos que não ,·os moles teis por isso, <fUtJ \"OS não oil'endnis em vossa modPstia, num mes– :no é mister quo ponhais neste caso cm pratica o con- ' ::;olho do l'sulmisla- « ,1.t,c,-te octtlus ne viúcunt vanitu– t ·m »-; pois esse ave1·te seria para \'ÓS continuo, in– \ ~ssante, teríeis el e passear sempre r,o m ,QS olhos vira– u;o,;, vist.o como em odas as r uas desta n ossa formo a rni>ilal e, tc mesmo c1nadro se oil'0rcce a vi la do pu- ,>liClp. A~siip estai tranquillo, não vos afflij1i~.-Estcs ha- 1,i~o · fo J1t1tlrz entre nós são simple mente consc- 11u · eia legitima, n ccessaria do prouresso_ moral á que tcn os chegado com a l'apidez do rel:i,rnpag-o. Sim, lfLc no os rnmos no novo mundo e jit tão wlü111tarlos nos , a na.mos t ! 1 E com cil'cilo, quem é que não , ê? ) A cr11u/11rn r a iwwccnria Li:m tantos e tão ancanla– / dorus atlracli\'OS aos olhos tlc todos que, a ptoy,-trlir- / · ,,w· como tllrnos feito alé agora, ccJo Yoltaremos, com c 5 paulo tlu r esto do mun,lo CÍ\'ilisado, ao es tado pri– ruiti\O, an menos pelo q1•c t,,ca à manei ra de trajm·. \ 'ira ! po is u /H'O(/fr.~s11 da 1wsw tt rrn ! . As cl'ian ças d.e ambo ' os sexos, sem incon \'Cn1 ente e sem perigo algum, podun w;ar, a t<: a itladc de sete à oito ann os, d'a<pwlles mesmos w st1dos com qn o se acharam cobertas no momento cm _que_, aband on an– do O mu n do Lcuebro, o do~ no,·e primeiros mezes de -,ia e.·istencia, viram a hrilhanlc Jn z do astro do dia. - 1r i~to dcYido ao progresso qu entre nós fer: und•1 1 11 ,1 0 l'lcva engra ndece. t'\indu u ma vez pois:- Viva! - ' ' . , •J prouresso ,{e 11,,ssa tu ,·,, : _ E' escusado, quasi nada ba que fazer a tal r espeito. Esqu eçamos pois tudo isso, e, em quanto passeamos, vamos fazer n ossas r cO.exõrs : Jo..' triste do diser-se ! ,\lui las mães de familia entre n ós são de uma negligencia exlrn.ordinaria na edu– cação dos seus filhos, e p0r isso pode-se affirmar qu e ellas são a causa desse -estado de cjcpraYação precoce á que ellcs ehega m facilmente. E, caro leitor, sem o zêlo das mães de familia n a ed ucação dos cus fi1h o que proµ-resso J'a.rcrnos na verdadeira ciYilisaçãol? 1\ mocitlaJe, repete-se alto e bom som por toda a parto, é a esperan ça da patda; mas esta esperanç:a a– cha-se cmmurchecida entre n ós a vista do grande dcsmazélo das mães na formação do espírito e do co– raçã1) dos seus.fllbos. i\Iães de familia I Nos vos pedimos roais cuidado, ais i nlelligencia, mais zêlo, mais \'erdadeiro amor ~ sobre tudo mais r eligião na educação de vossos fi– hos I Que desdu a mai tenra idade elles amem e te– am a Deos e tenham borrar de ludo quanto fordes– nesto e impuro. ualqu er éstranf!eiro verdadeiramente civilisado o muitas vezes, vasscand,1 pelas nossas ruas, lns– ar o nosso atra o :'e com§carradas de rasão. Tudo s ivel en con trar-se ncllas:-cães cm quantidade , ga s, patos o g 11linhas, r ebanhos do carnei ros e lam– bei alguns porcos, cavallos e burros, e como se isto niio aslasse para a nossa vergonha-crianças cm gra numero completamentQnúas. Oh I isto é dc- 01ais E'.a lida dorm e a somno solto 1••• -caro leilor e 1;om nheiro de vasscio, cn vcrgonhemo-nos lam– bem il sta do tod,1s estas beJlczas avulsas semeadas pelas n sas ruas; gritemos contra este progresso re– lrógrad da nossa terra e fa~amos ouvir por to'.la a parte o l mor das nossas queixas. Termi mo~ n ossas reflexões e recolhamo-nos do nosso pri iro passeio. No seg te dirigir-nos-hemos ao cacs e diremos mais algu as palavras sobre a moda preadamita. ( Continuar-sc-ha.) - ~ -- ' ou a Jg1•eja dos eotne,1111 IHUI, PELO CARDE.\!, " ISE,L\ l l. JlAllTE SEC~U:'iD1\. (Con inua~,,,.,,) • X)JX - Ü DIA CfüTI CO, ;\lE!O. Mm pcnscb, caro leitor:, qu e suo só o~ filhos do iovo, pobre~i nhos pela mawr purte. . , 1 si O ptoa ,·csso de nos'ª terra 1~ern~1tt1_ssc en trar-~e p<'las l'iltiUS particulares se~ .pedn· a rnrl1s pcn: av~l h – rcnn IJ 11 tcmlu tJa lmas, vcrir1s - <111e mesmo no mte- io/tl,· m uitas familias, pertencentes a alta sol'ic~a– r 0 / n, r niu us Yivcm n us, e a!< vezes 11cs3es t1·aJos de, 31,~cern i\s yisitas. Jà acreditais agora, meu bom ai_;p O di a a1 _ da não declina; e comtudo dize– mos achar 10s já no meio d'cll e. Co1no é to? , ., a•·esinha. que rurns 1'czcs serve-se das uzas, porque (•) L um.- • , , · · deor •s-a as d1~taue1a3 correndo qnc 1oando, , n"ln lC. t,; ,- Cu!'o lei )r, núo nos tens tu acompanhado esdc: , e era , hontem, quando Yimos mor - • 'r iu •
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0