A Estrela do Norte 1869

A ESTRELLA 27 um rumor surdo. « Ah I diz elle comsigo, são os ver- ' mes, que se approximam já para devorar a sua pre– sa! ,, Passaram-se horas, que lhe parecl:lram seculos, e já elle dava tudo por perdido , sem remed ia, quan– '10 um rumor se faz ouvir desta vez bem distincta– mente, e vai crescendo •cada vez mais. o caixilo s ttenção do benemerito Provedor da a objecto de tanta importancia, no .a. religião e da humanidade. • aba!a, b raços robustos o tiram para fóra; depois d :-i.lguos tClmbos dão com elle sohrc uma mesa. Era1 estudantes de medici na. qu e compraram csr.ondid mente o cadaYer para f.1zerem nelle seus est udos anatomia. E' facil imaginar as risaclas, os grace_ dos jovens discípulos de Esculario. Um delles se ap xima com um cscar_pllllo, enterra-o n'um museu o paciente estremece. Grande a sombro l Acode– todos os soccorros lhe são ministrados. Trcs dias pois o nosso ex-dcfuncto batia na porta de sua lher, onde, provavelmente foi recebido com rr alvoroço. Em i 866, por occasião de uma petição aprese· ao senado franccz a respeito das inhumaçães pr tadas, S. Eminencia o Card eal Donrn,y, Arceuii , Bordeos, referia o facto seguinte : << Eu1 i 826, em dia de extremo calor, e n' umr inteira111ente cl,eia, foi no pulpito attacado de tino atordo.imento um joven padre. A palav1 _ rou em ,c 11s labios, cah iu desanimado, lev:u e algumas horas depois o dobrar funebrn t! , annunciava o seu passamento. Elle nela via, via , e tudo qu;tnto chegava a seus ouvido: prop~fo a tranrp1illisal-o. Declarár:i o me estava morto, e depois de ter pergun tado P' o logar ,•111 que nascer,t, mandou passar para ser enLerrnclo no dia seguinte. O vencr em cuja c:ulirdrnl pregava o jovcn sacerd< pé de seu lt-'iLo r ecitar um de proftmdis ; já ti tomatla.~ a-; dimensões do caixão ; approx noitr, e ca,la um tle vós comprehend e as veis angustias de um ente vivo em simill ção. Emfim, no meio de tantas vozes qu torno de seu leito, distingue-se uma. ct lhe são conhecidos: é a voz de um amir , Ella produz effeito mar;i,vllhoso , e prov< ço sol.Jrchtiir.ano. No dia segu inte o t> parecia no pnlpito. Ellc aqui está 1 nesLe :·ecinto, elle vos está fall ando < rogando-vos, dcpui~ de qu arenta n.un (), aquelle acontecimento, que peçaes do poder, não só que velem _pa~a qu men •e observadas as prescr1pçoes lc~ inhumações, mas que formulem noY numerosas e irreparaveis desgraças Estas palavras, como é fa~il imagi no audictorio uma impressJo profu , cumpre concluir, é que não se dew os interros mas deixar que appare , cadaverica, imico signal infallivel de homens do sciencia. ' tulo l E poderíamos nós encontrar ou– attrahisse a. aUenção dos leitores ? l E. 1 tudo não du vidamos affirmar-qne mesmos beoevolos leitores olhará com para este nosso artiguinho, visto co~o 110, aindn. na possibilidade de outro mais cousinha de pouca importancia. t1lnitas :Jieito, alguns artigos deixam de ser lidos 1mero de leitures cm razão do desengra– eliz titulo que lhes foi pcspc,gado no cabe– . respee;tivos auctores. eleve-se-nos este rasgo de ingonua fran– ando, lendo qualquer dos nossos dia.rios, s, no principio da columna, os seguintes - Se11r. ILedactor - Santarem - Cametd - Vi– . . etc.. .. . - fecha.mos immecliatamente , saltamos veloz por sobre essa columna e im demúra procurar mais adiante outro ali– iara o n nssu csp iriti >, que todos os dias pela ~ violentamente atormentado por ardente fo– erdades . . dcfuncta aYó não nos deixou novel/os com en– adivinhatorios, tudavia um nao sei que nos está rndo- qu e os leitores <Jucrem saber os motivos imos para pr0ce<ler a im. Tal curio~dade é rt0 leg itima, Hão nos surprehende, nem. a ccn: 10s ; entretanto estivemos a ponto de ceder a ção de não satisfazel-a o de guardar o mais pro– o silencio sobre o nosso proceder. .s qu e I haverá alguem que ignore que esses izes títulos anmrnciam muitíssimas vezes 1 - tdissimas clescomposturas temperadas apenn;; •·üm ssi,mos laivos rlo vcruaclc? Ora, de nós para n,',:,, endemos que descomposturas não são cou~a~ <Jlll' truam 0u in teressem, nem tão pouco que uli!i– em o espírito. , E, leitores, 1lcmo-nos ainda 1wr muito fcli7.<'~: poí~ ' sas catilinarias não apparcccm lacs qua •s f,iran/ ,rjadas polos seu s fabricante . Algumas h ,111c, , /o )ssem integralmente pu lllica!las e não soffrl':-- <':111 orrecção alguma da par te elos dignos reda lo,L·!J. do, 10ssos joarnaes, igualariam, não na cloqu, ·11c~•h, e levariam mesmo as lanpm, a esso admira 1 ,: i cur– so de Cícero contra ~Iarco Antonio, perant ,~, ~ ·na.– dores, e que,comrça 11 sim : " Au mirai , P · r,•: ( 011- scriptos, a estupidez uesto homem, ou m 11,,1 ,li l'i •• deste bruto .. , ,1 Devéras, caros leitoreE, essas currospondcncias o interinr da nossa província são fetirlas exbalações d~ in telligencias e ue cnraçúes cm estaLlo llc putrefacção \ politico-momt, o faze1nos Yotos para que os Lli~oos re- Na Allemanha ha so.llas especia t11arir1s, onde os cadaveres são depc Lm guarda vella toda a naile, cm onde não ha nem cama, nem e: que possa convidá-lo ao repous to em cu.ia manivella clle dev em quarto d'ora, sob pena dfl fl monto parado. Isto obriga-o a dado. Os defunctos são deposit: no dedo um cordão que comm de tal fórma que o mais li geirc vibrar. Juncto ha uma pharrr diramentos necessarios, e ur vivifi.cação, com camas apror ,, dactnrcs <lo nr,ssos (liarius contin uem a prestar o n mesmo serviço á no sa querida. patria que, de outro .1- modo, ficaria corri,la elo Ycrgonha aos olhos rlo lodos. to Perdão, leitore~ ! Foi isto uma pequena digre·silO u- que em nada preJuclicará ao nosso passeio, e torna– ::>r- mos .iá ao titulo do nosso artigo afim de accrescen- 1do turi:nos ainda alp-nmas ))alavras que o farão por certo <)ta, mais attrahcn te. L faz Si niio nos falha neste momento a. memoria, lemos ptas a servir. Nenhum cadaYor é sepulta• estabelecimento attcste ii e.vi d1L1'Ci'ÍC1t. Entre nús não se tomam çüe~; um quarto onde fis ve • noite .os cadavcres, é, sogu de ratos que os desfiguram alguns daquelles infelizes riam 11111 si n'uma posii;ão coruas~•,m dentro do um mc– J do om- co do o cu- oi:tr'ora uma serie tlu artigos intitulatlos - l'ass• i"s ue,·eos-e, como rra de esperar, o auclor occupou-sc unicamente de cou~as aereas. Está Yisto que menti– ria cm letr'l redonda - o que é crime ( segundo os velhos) si tractasse llo cousns terrestres. Quizemos, a principio, intitular a serie dos nos os articrns, que acham-se ainda in 7111lentia-.l'a,suos u- 1·estrcs-; como porém, o a<ljoctivo turcstrc limitaria de alg-urn modo u e paço vara as nçs,as excursões, por ifso no servimo simph• mente tlo sub ta~ liYo 1•11.s– . cios e ficamos assim na nmis ampla liberdade de paH– seiar por mar, por terrn. e pelos ares mesmo, si uffc– recer-se-nos boa orcaôião. Já se ve 1 pelo que levamos dito, que, escrevendo

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