A Estrela do Norte 1869

. "i' • A ESTRELLA DO NORTE . .Julia me ped io com instancia qu•J nunca dei– xasse es ta tunica . -Vós ... vós atrazieis .... quando me- n ino ? . .. . E os olhos da nobre senhora se fixaram so– bre An ton io , cm c1uanto um suor frio banha– va o sou r osto . - Sim, senhora . Eu tambem sou, como . lig·uel , um pobr e menino cngeitado . Um digno carnponez me achou em uma flôresta; l'oi u rn bom homem para comigo até o dia cm q uc Dcos o chamou [t sua sancta prezen– <iª · Sua mui her , a pie<loza Juiia, toi para co– mi g·o a mais terna das rnãis; um homem sem piedade exigia que ella me abandonasse : e Dcos só conhece o que então soffri, e as la– grimas que derramou essa bôa mulher. Antonio calou-se ; e commovido pela lem– brança do passado não podia distinguir a i:~1 i'Cssiio que suas pulawas produziam em sua ouYintc . Quasi fóra de si, a miii infeliz continuou : - ilas, fo i conhecida a tua origem? Já se soube quem eram os teos pais? :__),!, ! u;LO, senhora . Eu estava abando– nado, não tinha sobre mim senão uma cami– za de linho fino ; a tunica que ahi es tá, o uma .11 1 (' l '.rn com as iniciaes de Jesus e Ma– du . Eu a trouxe sempre soLre meo coração, como lembrança dos pais que não conheci, P que eu amaria tanto .. ... . O amo e a senlrn·m pretip-ituro.m oc oobrc a medalha que o rr10ço lhes moslraYa, e ao mesmo tempo, gritaram: -Julião, o nosso Juli ão, não 6 mais uma illuzão ... somos felizes .. . jft estais com- nosco ... . nosso filho, de\'e1·iamos logo co- nhecer-te pelos tca:, angrlicos sen timentos . Pobre martyi·, soffreste tanto .... E com uma ternura indizível elles abraçaram o filho que a, Pro\'idencia IIH'S entregava ... · -Crês que c:-:ta~ iuicia<'R significam Jesus ]IJaria, disf'C a feliz müi: não, moo filho, el– las significam : Julião Martha. A cadêa da medalha ainda conserva um st ·nal , cm que ningncm tocou. Deos per- 111ittio que este. indicio nfto nô~ fizesse du– vidar dos laços que nôs unem . .,_ Tua. voz tocou-me profundamente quando te ouYi orar na Ca.tbedral . Então c,u senti a Lernma maternal que se reYelava á minh'al– na, ouvindo a YOZ de mco filho . .. Como piutar-se u emoção terna de Anto• nio, qu e agora chamai·emos Jul ião, l'J1con– tr,mdo-se com seos pais!! . , A nobre l\lar– tlrn_ era essa mulhu. que as vezes lho appa– ree1a em souhos, sempre affavel e sorrindo– se para elle. Esta casa sumptuoza tinha si– do pe~corri<la por ellc muitas vezes em s · a CIR. U Antonio erao filh o unico de um do~ mais ricos proprietaeio? de Aug burgo ; o futuro, que lh e es tava reservado, era magnifico. E. quando Julião pensou em todos estes dons da . Providencia, o que)he alleg1·ou mais, fpi poder dizer: que a_inda tinba sua mãi ! . . ._..__ """- Este thesouro erâ o eu sonho dourado e todos os dias; ·em o anhelo continuo de seo coração : agqr~stava contente, e agradecia reconhecidoJ Providen ci a divina , que lh e mostrou sua rnãi. A fe licidade de seo pai era grandi ssirna~,trecebendo e•n sua casa o filh o, por quem tanto tinha chorado, dotado de qualidades excelkntes, e de um cora ão vir- tuozo. Julião teve logo mestres; e estes desco– briram no alumno muita intelligencia . Adiantou- se nos estudos de modo á recu– perar o tempo perdido. A desgraça tinh a sido para Julião uma e5- cola, em que sua alma se tinh a purificado , contrahindo ao me mo tempo as virtudes su– blimes da caridade, do perdão e da humil– dade . A riqueza, em que vi\'ia agora, lhe servia para lembrar.:..se dos qu, ~ 11friam . Continua– mente occupado en ú z 1· bem, por toda parte recebia como recompensa amoroza a benção do pob1·e . · Então hObretudo o seu .11ig-uel foi feliz, par– tilhando ao i.,11esmo tempo da ternura dos Lon pa11,1 ela Antonio_ (} 01•phrwz inho s ou– be corresponder a ternura dos sous bemfei– tôres, crescendo em virtudes e cm in telligen– cín, app licando-se ao cumprimento dos seus devues, orando fcrvorozamente a Deos, . á qu em agradeci a tod0s os dias os beneficias que com elle repartia . A rnãi de Juliüo, realizados o:s .:icus votos. esquecêo os anuos de infor tun io e de lucto: Suabella fronte estava iluminada pela fe- ·.._,, liridadc, e qu,rndo sorria para o seu bom fi ........,. l~o, '?·te julgava. conlemp l~r a imagem que ~ tmha til munado os seus tristes sonhos do pa..:s1cJo. ( Continúa) -~- Notiei11s i1t11,ortante8. Por decreto de 14 de Janei ro Ultimo, pas- sado pela Congregação do.,, Ritos, ordenou o Santo Padre que o Clero s c-ular e regular ele todo o mundo cel~;e d;.fra avan te a 28 de Abril, com ri ~ uple1...u~cnor, a festa de S. Paulo da Cruz funcl ,fffl>r t!a Ordem dos Cl cricos Regularr's da Pui-xão, c~nornzaâo em i 867 com offlcio é .Missa pr0pr1a, appro- ' . . vada a 1 f de JulJ10 do mesmo anno. • Poi· outros dois .<ltJcretos de f 5 de

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