A Estrela do Norte 1869

238 À ESTRELL~ DO NORTE . veis! ... Ell e estava deitado no be rço, que um ac to de dedi cação, e de heroica abne offere~j á Virgem, e que servia para o nosso ção . Elle tambem não deve soffrêr 'pelo a filho ... Como vês, meo amigo, es ta vis- odiozo de seo pai; mas não posso tel - o ta s~nsibilizou-me de mais! ... Estes no- minha preze nça; sua lembran ça me lem hres corações calaram- se . o meo filho querido . . . . A senhora tocou a campai nha; apparecêo- Dizendo isto, o infeliz chorava amar ,._,_.:i.e Aga tha . mente . - Agatha, os meninos es1üo accordados? A senhora, armando- se então de uma - Quando passava pelo oo rredôr, ouvi os ragem profundamente ch ri stã, tomou conve rsando, minha bôa senhora . 1 seos braços o pobre Mig uel, que tremia - Dizei-lhe_s que depois do_:atmôço, ve- 1medo, e lh e disse ac~riciando-o: nbam_te r comigo ._ . . --Não ternas, menrno. O homem, que. Meia hora depois Antomo, tremendo com commovêo com a tua vi sta, é nobre e de cl o seo Miguel , entrava no quarto da sen~10ra . ração bondoso; e hade consentir que eu te Alberto e Martha es tavam sentados JUn~o o necessa;i o; não es t~ que deves exp iar de uma rn eza, onde se achavam uns papeis acções mas de teos pais; qur. Deos os rec e alguns trabalhos de bordados . bano seio de sua mizericordia, e lhes de A senhora sorrio- se para an imar os visi- perdão, como nós o fazemos de coração ! tantes, e di sse : Antonio aj oelhou- se de novo aos pés d - Já sei qu e este menino não é vosso Ir- seus bemfcitores . mão: pode ri eis vós dizer-me, como o adop- - Sêdc bemditos, mi I yezcs bemdito tastes ? disse elle . Anton io referio ingenuamente o que nós Deos que vc esta obra de caridade, vô j âsabernos . dará talvez o vosso filho . - E essa in fe liz mulher não vôs disse d'or.- - Dar-me meo filho! diz o pai infeliz. Nü de era? continuou a senhora cada vez mais sabeis entfw que ha muito tempo que o per interessada no negocio. di? Teria tua idade, se vivesse.- Juli ão er - Ella me di sse que a origem de seo filho o seu nome . Sua müi e cu lhe teriam os sa• devia permanecer sempre um mysterio. cri ficado mil vezes a nossa vida. Era um thc - ~as acrescantou : c1 Si um dia a felicidade souro de belleza e de graças; e o pai d' ess de Mia-ue l exigir que ell e seja conhecido, menino que ahi tens, um crcado trahidor en tão ~os trai esta carta, que até enfüo occul- arnbiciozo, dnpoi a <lo tor prooura.Ju ruubat tareis cuidadozarnentfi." E corno cu creio as mrnl1as riquezas, roubou-me o filho ado– que é esteo momento. proseguio o adoles - radoque Deos nós tinha concedido. Desd'- cente com uma angelica genernzidade, vou entüo nós gememos; e o somno- foge de nos– most;ar-Yos este papel, que ha muito tempo sas palpebras, deixando-nos entregues á uma está lac rado: possa clle. se~hora, excitar meditação tr~ste_ que nôs afflige . . cada vez mais a vossa compaixão para com Agatha . ve10 rnterromper este entretem- esta innocente creatura ! menta tão tocante, trazendo a tuni ca, com Logo que a senhora lançou os olhos sobre que Miguel se embrulhava . O bordado ri– essa carta, ficou palida, e entregando-a ao quissimo da tunica ~urprehen dêra a pobre · o marido, disse com uma expressão enter- Agatha que nfto podia comprehender como cedôra: um menino tão pobre podia ter uma tunica -E o meo presentimento , Alberto! tão rica . -Este, depois de reconhecer o papel, Eram estas as r:eflexões que a criada vinha disse por sua vez : communicar a sua senhora. Esta vio admi-• -Céos ! o filho d'aquelle que nôs roubou rada a tunica, e repentinamente exclamou: a Ins~a fcl_i cdade, a nossa esperança, a nos- -Alb~rto ! A)berto 1_••• será pos~jvcl? sa Uuca riqueza n 'este mundo? . . . Que Este memno trazia a tun1ca do nossoJuh ao ... _,. se retlie este men ino ; sua prezença me hor- Esses malvados levaram o seu atrevimento roriza. até a vestir o seu filho com os vestidos de sua A' esta~ palavras , Antonio cahio de joe- victima .. . . Meo Deos ! porque so ffl'o ainda lhos: es te golpe fatal? ... -Graça, ~nhor, graça para Miguel! Eu Antonio estava profundamente commovi- soffrerei por eI"'\me \apmetto á tu_do, mas do. As lagrimas da senhora o compungiam, doai-lhe; tra 1 i-().1sem~rer, Julgando e sem comprehender o que se passava, lh e per lhe uti l.. • ', ~ disse: ser- S ffrer por eUe, generoso coração, re- -Perdão, minha senhora; esta tunica não -:- 0 ell e á quem 1 e 'dirigia este pedido, podia pertencer ao vosso filho, porquo eu a pet~o aqu elle ! mas tu 'n ijda.fizeste seqão trazia quando era menino. Minha bôa mãi soflrêr por I \.. • ' .

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