A Estrela do Norte 1869

A ESTRELIÍ DO NORTE·. Ó orphãozinhonjoelhou-see chorou amar- jl conh eceu a al egria inexplicavel que existi a o-amente. Antoni o, que o via can sado, com- em sua aima por ter feito todo o ber~ pos– iadeceo-se_ do pobre Miguel, que sentia o sivel ao _pob_re _engeitado, e lhe dis_se : ri •,·or do frio. -HoJe estais cansado; amanha me con-: ºAn tonio desp io- sc de sua tunica , que Ju- tareis a vossa hi storia e a de Miguel , não é lia lhe ti nha dado , e com · ella cobrio o bom assim? Miguel, que se pôz logo de joelhos ; e com · -Sim, senhora, eu vol-a direi com fra~--~■ um accento de dôr e de piedade, pondo as queza. · mãos, recitou es ta oração: - A senhora foi ao berço de Migue l que es- - 0' M.,ma ! Sancta Mãi do Deos que vai tava profundamente ado1mecido; observou nascer! l\lãi do bom .Jesus! Tende piedade o menin o, e:recuou espantada : de l\liguc l e de mim! Nós somos ambo po- - Esta semelhança diz ella . . . E' uma Lrcs , e dci::ampa1·ados, ó Maria ! Desconhe- ill uzão, serri duvida ... callemos a preven– cidos sobre a tena., erramos como reprova- çiio : o in fe liz necessita de soccorro. dos; ninguem se compadece de nossa infe- Uma hora depois An lon i dormia em uma Jicidade; mas vós, ó divi na Maria, vêde as excellente cama, tendo Mi guel au seo lado . nos,:a:, lag-r imas e a no ·sa penuria; Sancta Estavam abol etados no sPgundo andar de mãidosafflictosvindesoccorer-nos ! . . , . um bell o hotel d' \ ugsbu rg-o . Jft tinham A emoção o suffocava, interrompendo a mudado os seos vestidos, quando foram con- ~ua in~car;ão . vidados para o jantar.. nt s de de itar-se, ~ã.o muito longe ouYio um susp iro. Vol- á noite, Antonio ajo ll lhou-se <lianle d 'um tandri-so com precipita(· o, vio prostrada crucifixo que estava sobre um gcnuflcxorio, em urn canlo Ja capolla, opposto ao berço e ainda uma vez dis<;e consir,o: de Mi"ucl, uma senhora. ricamente vestida, e Esta boa senhora não será daria santissi- dolorc,z, mente commovilla. ma? O bnhãzinlio acreditou cm sua simplici- Este pensamento o prcocupa,•a muito, por dadr. e foi lançar-se aos pés d'essa senhora, que de3de o seo apparrcimcni.o no hotel, <liu.:n,lo: nunca mais vira a sua bemfeitóra; e a penas -O' Santi-sirna Virgem . sois vÓ8? .. . se lembravad'c tas ultimas p:lia\l'a de des- Não; cu não me engano : Maria., mãi de Deos, pedida: · vi,J a nossa mizeri· , e agora \'rio salvar-nos . Até amanhã, meos ftlhos. Olirig1ulo, o ri 0 ado, i:ii !<nrlissirna, o po- hre Mi guel ni'Lo ha<le mor1·c1· de fume . .. 1'\.' v111.- .wL1:X.n este nome, e::i:,a senhora. pareeia enteroeeer- sc. Começava o dia e as estrPlla bl'ilhavam - C.almai-vos, lhe disse a senho ra. Não ainda no firmamento. A neve cobria o t •lha– mc tonic:s pela niãi de Deos : c:1 sou tima do das ca,·as-Olrio era intenso: c111 uma rnorlal, que tem Yivido de provações; ma::i o palavra era Ycrdadeiramente un i tempo de senhol' reservou-me uma consolaçi"to, no Natal na Eurupa. meio de minhas afflições, a de consolar os A senhora qur tinhaahrigado os nossos dous infelizes. amigos estava sentada junto de um ]rito, on- Vossa oração tocou-me vin.1mcnte .. ... de estava deitado um homem de uma figu~· Ant ·s que Antonio <lissess:; uma sii pala- nobre e compassiva. Tinha a fronte apoia Yra, a senhora de que fallamos. chamou do- na mão direita, e parecia triste . cernente: Agatha! . Depois de um longo silencio, esse homem Apparect•o immediatamente uma. rnulLer . disse: • -Towa este menino, conti nuou a sonho- -Minha bôa .Martha, estas emoções vã, .1·a, e varnos para casa. Darci á esse mrnino prejudicar ainda mais a tua saude: porc..ic o que fôr necessario pa,·a f'orlifü.:al-o; e ii cs- não vás descansar um pouco? .,_ le moço que o accompa nha darei uma bôa Alberto, respondM a senhora, não.;e po- cêa, e uma cama bem que1,tc. de descansar no infortunio e na d1Bgraça; Dirigindo-se ntfto à .\1J louio lhP disse: nunca mais teremos o descanso dos•elizes da -Este menino se chama I lirr n1 l? terra, porque sofl're1·emos sempt"· -Si,111, scnhura: . -Marlha, Deos quer que ,ôs resigne- -E.º vosso_ un,1co 1r~fto'!_ , nl'Os ~.... , • , ~ - M1~n~l nao e meo 1r~nao, scnliorn: e -Eu ocre,o.,-i.TTéocaIP _Aucrto; cntrefon- um.,,orphazmho que adopte1,. 1 to ha circunstancias qm-.-a! em sangrar as . hst~s. palavra.·, pronun?rn<las cou tanta chag·as que pareciam cirJ.tl'izadas: En_tre Oi! s1111phc1dade, tocaram prof unuamen te e~sa meninos queadoptci p.t. um chamadoMigue! , senhom, que olhou fixamente para Anton10, cuj.o ::,emblante me {~uxe lembranças tem· . -' . \ • • •

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