A Estrela do Norte 1869
.... 228 A ESTHELLA DO NOH'fE. se allrihuc á Bonifacio vm. Esta bulia era litla nas O SR. DANTAS : - Eu não dis e isto. sextas-feiras santas por um cardeal; continha com o. Sn. NAncco : - Então o que disse'? cffeiío expressões repugnantes do poder temporal i O Sn. DANTAS : - Disse disci1>lina externa.da foi suspensa por C_lcmente XLV (Ganganclli) e suppri- .i mida ao depois por Pio VII. O SR. NAnur.o: - Nãa ha disciplina que sej'f Tratamos agora da legislação relativa a esta ma- na; interna é a fé. teria· . S: nós quizessemos, poncn tura, caractcris· rnz'Borges Carneiro no seu tratado de direit.o ci- ó espiritual, e o que é temporal pelo objcct vil , livro 1°, pag. 263 o seguinte: tudo era temporal. porque até os sacrame1 "O recurso ao juiz da Corôa funda-se no ui reito e ~ignaes scnsiveis, Yi si rnis, symLolicos. .• ul.Jrigação, que tem o soberano, de proteger os cida- O SR. DANTAS: - Isto niio ó disciplina é a dãos ccclcsiasticos 011 sccular·cs, das vlolcncias fcil:ls da Igreja á q11e pertence a fé. ' pelos juizec; ccclesiastic0s, e de manter illesa a juris- O SR. l\'Anuco: - Não digo que é disciplin dicção real; o qual clircllo e devei· são inseparaveis que se a di sciplina fosse temporal, porque é da soberania. » (Cila muitas leis); e continúa dizen- O:!I sacramentos, como actos externos tambe el o: ª1!1: o cara~ter esp iritual ou temporal dist~ " E' remcdio universal praticado desdo tempo im- nao pelo obJccto, mas pelo fim ; se o acto memorial em Portugal, e nos mais Estados chrisl~os, á sal ração, é um acto espiritual , se o acto desde remotíssimos sccnlos da Igreja u (Cita muitas á felicidáde terrestre é um acto temporal. 1eis) e continua dizendo. Se assim não fóra teriamas consagrado a u Os mesmos nuncios apostolicos reconheceram de Hobbes, segundo a qual a Igreja é o os sempre a sua legilimidadc, na occasião de aprcsen- Estado a mal,cria; de modo que, cm ultima tarem os seu Lrevcs faculta ti rns. o Estado viria a reinar sobre os ca<la•·eres e « Os casos de rccu rso.... geralmente tem Jogar: ja sobre cspiritos impalpaveis, que nnda t'e 1•, <1uando o prelado usurpa ajuri sdicção exercitan- vida <la relação humana. do a sua sobre pessoas ou cousas, em que não lhe o Sn. llAllTAS: - Núo é isto : nôs somos de 1·0:11pete: 2°, quando raz força ou violcncia a algum do O a tqreja é militante. d<laf! ão ccclcsiastico, proste,·ga11do o cl'ireito na w ·,tl, a ordem i·egitlai· do ?Jl'úcesso, ou os canones 1'ecebú.tvs na O SR. NAnuco : - Ainda bem, senl1orcs. To Igreja po1 tuyner.a. O recurso procede quer o gravame cipl ina é externa, mas é c~piri l11al ou tcmp ·cja judicial , quer extrajudicial e qualqu er que seja p:m1uc é ex terna e se traduz cm f, tios m a causa espiritual ou temporal e qualquer a instan- mas pelo fim a que a tinge , espiritual ou t da." assim que, a lgrej a é espirit ual, mas visi\' llem vê o senado que aqui não se diz uma pala- Hccouhl•ç.o, com o carcleal tlc Luz •m e, s na em sen tido contra rio á disposi(:ão do cond lio dn que ha uma disciplina, que não é e~piril Trent o, á exccpção ex informata c,mscientia, ohjcc to não tem r ,lação d irccta com a sal ração, e !la questão. co ncessões llO poder tempora l, e de lc dcp Accrescenla, porém, o nobre senador : "A' \'bta A ma.leri a c., i/.!'C um l.,'1'andc dcsenrnl\'im destas disposi~iões, quo nos importa a opin ião deste me arrednria do meu prnposito. ou daqu ell e bispo, deste ou daquelle PaJJa?" O nolm: seu:ictol' 1Jel0 Espí rito Santo 11 · sr. presidente, admiro como o nobre senador, liío meus tU'.!,.J1n11~ntos r.om o rnitl.J. to de 1i:u" orU1odo.xo, ta.o caffioli co, peoferio c~la expressao . tnas nrco 1lr.mon,,; 1 ro11 r1ual a propo. iriío o (J SR . Jon1.11: _ l'orquo cu so u felironista . . . . q11 cncia f.tl ~a : cllr r o nobre sena.do r pela u dis,r. ram <1u e l' ll HI . te11la\·a o decreto só o 5 11 . NAnuco: -sr. pre~ideutc, cu cntcn o que ana!op-ia e argumentos a coutra,·io sen.m. O não ó lí cito a um catholiéo dizer t{UC niio faz caso sPnnd ol'C~ 11iio me comprel1 endcram; essas da tHllavl'a dos 1 is1 0s 011 do · l'apn s. as e argumentos ú contruriu s 11su foram traz O SR, ílANTAs: - fl cvoguc a con tituição. corroborar o principal aog-umcnto, cm que o Sn. NABuco : - A consti tuirão não tem nada com dei e q11c consiste_~a ord; , .',i'•· lº fl. D§ t i, to é questão de ccnsciencia nallO eo111 o co_n ci!JO de 11 cn to. ' , ' · 1 EsstL ordenar-ao estabcl i:c como rrgrn qu O Sn. l• URTADO : - Levar a questão para este Lcrre- veri a recurse· á corôa dos .i uizes ccclesia nc, ó tornl!,1-:a impossível ; é coagir a discussão , lor- casos de que o co nheci mento l_hes porte oal-a rcl1g10sa. cr nando St.: ag~ravarem de núto1·rn 011prcssl1 O SR. l\A nuco : - Apenas lembro as valaHaS do que ~e lh e~ { c~i:a, vti cl,: se lhes _111,c, aum·dur o J ,i' ino :llcst1·c cm vir tude das qnaes a an loritl,ule dos t1\ral ,-;-E po1st1'·p~dtc-sc tco~ 11dcr~r odppre s· Papas e tlos bispos rnlc alguma cousa nola.çao do_ irei o na 1~1a. o cu o e sus ,• , . . ' · ordens ex wfurm!tla r.onscicntw, quando esse O SR. 1 0:-. 5 1-:cA · - Apoiado. cslalJcll'cido pelo canon tl c um concil io rcc n Sr: . NAnuco : - Qui t1Js aurlit me auclit rt (Jiti i·os Estado'? Não pode ser oppr ssão, for~a e vi ., 1,, l'nit, et qui spcl'1lit me, spemit cum qui rnisil me. ., direito natnral e1!1 caso analogo ao .dos W' ::,:. Lucas 10, Ili. gui ares e•ta1Jclcc1do pela carta regia do se pocte1:1os d~s~onhccer a autoridad e da Igreja ~1.c 1_8li~, ra50 analogo ao de multa · lcls na · m~terws esp1 ritu aes, transpomos uma das csscn- Jª c1te1. (·iacs d!flcn•n~as en tre a religião catholica e a rcligi– :io pro tes tante em 9ue cada um é juiz do que im– /ivrta ó sua salrnçao, cada um r, compctcntr para in tcrpretar. 1 \las o nobre senador pela provincia das Alágôas :linda veio h?n tem com outra <lolllrina que tambcm n ,iG p05So de1.hr pa sar: Segundo o nol.Jre senador a l[; l'l'ja fi ca apenas red uzida, na expressão de ·Mon ta– h mbert, á 'iua cida(tclla dos dogmas; a dlscivlina 11 do Estado:_pnt~o qual é _o pod?r da Igroja.? Quanto á '(, a 1~re,1a nao faz scnao cns111:ar o que apren<leu d,· .Jrsus C!Jristo. O poder da T,!?rt>Ja, e~se poder a que ~1· !',)fere s. Paulo-De 7ivtestute nost1•a quum Domimts ,lcdit-o que é senilo a disciplina? ty ual é senão a•disciplina o objecto d.o poder lcgis- 1,,ti vo ctn Jg-rcja? . • ,las o nohre senador nos tlisse que toda II disci1ill- r.a ~ da competenria do. Estado. • •• (Con ~ O progrRtnDIR do partido lih ( Conclusãe.) Eis os doze artigos do programn ral, 1> como o Colombo no seu Nº 3f cou. Quanto aos annexos cujos pormen podemos sufficientementc criticar, nos permitiremos as seguintes co ções. • •
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0