A Estrela do Norte 1869

. ---~------~--------~-~------.. .. ------ -~-,------– • 12 J JORUIIR lffRriR. SB!PLES NARRATIVA, NA QUAL s 'ENSINA ÁS l GRE DO DE SE TORNAREM A\\IAVEIS, E SE Lll. LINDA MODA ~101 POUCO ADOPTADA PELAS •· Joanna Maria, a costureira, ia a casa do rico, na casa do pobre, sE– balhando com suas raparigas. -Bons dias, Maria, lhe dizia dona da casa, bons dias , minha 11 ga ! ,, e as moças aos abraços com . os· rapazes, que almoçam, já cala( dizerem mais palavra, depois qu' e, casa o anjo ... Todo o dia •está Joanna Maria em alegria ingenua e encantadora, todo sorrir, todo o dia a cantar! Sua V( para as companheiras , mas o coraçã< para Deos a quem ella ama. Quando uma das meninas deixa ca morecida a costura encommendada p nhora, a boa Maria não ralha, mas tor em sua alva mão a mão da preguiçosa ta-lhe ainda com brando sorriso : ,, Trabalha querida, u Trabalha com ardor, u Que assim terás sempre u De Deos o amor. » Olham para ella as companheiras qua se lhes entristece o coração e logo senl espairecer a pena, e perguntam maravil das como pode clla andar assim sempre s, rindo, sempre cantando? Pois o coraç dessa creatura não conhece aborrimentc não conhece ... . amor? Conhece amor Joanna l\Iaria, pois nú.o oh ! si conhece ! mas nú.o amor que entri~ tece, sim amor que faz cantar . Tem dcsoit1 annos Joanna .Maria, e vos asseguro que efü conlwce o verdadeiro e puro amor . O amor a persegue, e eis po:que ella a~or– mece á noite, uma hora depois de vos, o ra– parigas, e uma hora antes de vós acorda pela manhã. DO NORTE. uesinho de florídas giestas, logo ao despon– r d'aurora, tira a cabeça de sob a aza, saüda ,m curta cantilena a luz nascente, e antes :tomar o vôo, sa◊udindo com as azas os • J1os de flores côr de ouro, faz chover sobre erolas d' orvalho ! )h ! mas porque razão, Joanna Maria, tu modesta, te enfeitas assim bonito? Por– ' deveras, este garrido avental e este alvo :o ao pescoço? Tu te olhas no espelho , ma Maria? Onde vaes então, e tão dema– ·ada?- ainda nfi.o cantou o gallo. n menos de dez minutos está ella enfei- como uma rainha, ou antes como uma ; lança a ultima olhadella ao espelho, toca branca e desapparece como uma ·a pela porta aberta de mansinho. rn estar, que nós te seguimos, Joanna :ruatro horas na igreja matriz, o velho 1 abre já a porta do sagrado recinto, e e entra a obreira . O Padre vai pros– na sanctuario; a moça se ajoelha em t nave, e curvando um pouco o cor– uanto a fronte se ergue para o sagra– ·nmmlo, começa a oração da manhü.. a oração, a meditação; seus labios - fallar baixinho , e os olhos de fe– n de que a alma mais facilmente \ o Deos a quem ama. ra rapida se passa, já o Sacerdote ,sa, depois de ter tambem medi– ·estido dos ornamentos sagrados , )be ao altar. a campainha, sabe de seu suave en, e tirando da algibeira o lin– . recitando as orações sagradae;, r ( )S anjos que revôam a cima do . Não augmenta ella por ventura ; seraphins prostrados ao pé do , 1dc vai descer seu Deos? 1 sacrosancta appareceu, Joan– sol de suave esplendor que o 'acima dos cabellos brancos, pitando de f6 e de amor , lan– ielle Deos d'amor, como o 1pós a limpida fonte. Uma hora antes de vós abre os olhos, e o Céo -é lá que reside seu amor- o Céo tem seu 'primeiro olhar; seu primeiro sorriso, seu primeiro pensamento. J E seus braços, se tinham cruzado sobre o v peito, na vcspera, á ?oite, apertando o cora- cé ç[to que batia e se dilatava, como quando se te postas e olhos baixos vai encontro de seu divino noi– rc seus labios puros, cm seu ,oltando ao logar, fica largo com a cabeça cabida sobre ama. b' 0 1 No entanto seus la 10s murmuraram no- mes sagrados ; a agua sa?,cta ~olhou-l~rn a qm fronte; a'\>iedosa ~osture1ra be1Ja o Crucifixo quc e a medalha da V1rdg_e 1~ qutc do dpe~coço lhe con pende, levanta-se 11gcn e, e c1xa o mo- J, <lesto leito. . d b quai Assim a touUnêgra, no meio e um os- tar-~ para seu thcsouro. 1 descrever as delicias em o coração da donzclla a Oh não, ninguem as pode ão o coraçiio que as sente. á de volta á casa do pai ~eiras acabam de lcvan: ração da manhã. •