A Estrela do Norte 1869

• .. 16.\ A ESTHELLA 00 NORTE. vêr ch~mmcjar as fogueiras. parece no!'! ou- constrangida, isto é, contra a sua coscien– vir estalar os membros das infelizes vicf i mas da? cuja consciencia se escravisa, debaixo uus Vamos, ponde a mão sobre os vossos cora- • a-pparelhos da tortura! Com ctfcito ! Nunca çõeti, vós cal.holicos, que sempre (allaes de pensemos que tudo esteja pelo melhor no con:scicncias escravisadas, se não vos achais Brazil, ao contrario comprehendc1110s o gri- bem no catholicismo, porque ficais calholi– to de reforma, porque êomprchcndemos a cos? O que esperais? Pensais por ventura sua necessidade urgente em muitos ramos da que para vo:-sa complacencia a igreja aboli– vida politica e social- mas; qu e 11ão lunwes- rá, segundo o desejo de cada um este ou se liberdade de conscienáa no llrazil - nisso aquelle dog-111a, esta ou aquella pratica? SP-ria nunca pensamos, nem hoje podemos admit- possivel illud r-vos até este ponto? O que es– tir. perais? Lembrai-vos. que está escripto: ()ui O artigo quinto da Co11stiluiçflo di z que:, non esl mecum, co,tlrameest. (~, Luc, ll. 23.) religiiio cnlholicn, npo -; Loliea l'0111ana conli- ún todo o caso deixai fallar aos catholicos nuará a ser a religii-lO do lmperio; todas a-; v1~rdadeiros de consciencias escravisadas. outms t·eligiõe::1 scrü.o pcr111ittidas com o seu Bem o sabemos que a fé é urna graça sobre– culto .Jorneslico ou particular. em casas para natural, mas ella tambem é um acto n0$S0 ieso destinadas, sem forma. alguma exterior eminenteme .1te livre, e nunca nos sentimos de templo. tão livres, do que quando fazemos um aclo U(l) distincto publicista brazileiro qua- <le fé, ou quando executamos uma pratica, Jificou esta ultima e unica clausula de ,, Iimi- que a nossa Santa Igreja nos ordena. Limitai tação sensível á liberdade religiosa,» limita- quanto quizer<les, o poder dos monarcas ho– ção que para elle sobre tudo consiste na fal- mens, o reino de Deos nunca será uma mo– ta dos sinos nos templos acalholicos. Esta narchia constitucional. sua maneira de vêr, valeu aos seus leitores Mas, dizem aquelles. que só vem trevas lá a leitura de uma magnifica pagin,t de Cha- onde sobre justos e injustos brilha pacifica– teaubriand sobre as sensações que provocam mente o sol, é em nome da colonisação vin– os sinos; nós porem crêmos que uma politi- doura, desta torrente poderosa que infundi– ca sã e energica não faz bem · em apoiar-se rá nova seiva ao nosso paiz que reclamamos sobre argumentos sentimentaes por mais «garantias elfectivas da liberdade de consci- • poetica que seja a sua redacçao. Com tudo o encia. n Esta colonisaç;lo será em grande illustre admirador do auctor do Genio do parte de acatholicos , e embora que ell es pres– Christianismo não se deixou levar pelo seu cindam talvez dos sino8. as suas conciencias enthuRiasmo a asseverar que a liberdade de serão opprimidas , sendo elles obrigados a r.on: :iciencia corria perigo no Bruzil. casrir-se segundo as leis do paiz. Se realmen- 0 que não deixa de ser bastante estranho te fosse aRsim, seriamos os primeiros are- é que semelhantes queix,ts , ou projectos de clamar em favor da liberdade de consciencia, reforma quasi nunca partem daquelles que liberdade que prezamos mais que qualquer • naturalmente parecem ser os mais interessa- outra, liberdade, cujo reino mexpugnavet dos na ma.teria, queremos dizer dos acatho- no fôro interior do homem, é justamente pa– licos. ra nós uma prova que o homem não tem a Não ha duvida que O numero d' elles resi- liberdade por fim supremo , mas que a liber– denle~ no Brazil é tão pouco crescid o que não dadeé um meio com que elle pode chegar ao con 1:1t1tue nem ao menos uma minoria apre- seu fim . cia~l. ~om t~do j~lgumos 11ne ha entre ell_es Porem existe n lei de f t de setembro de muitas rntelhgencia::1 elf'vadas fé e con,•1c- t 86 t, existe o seo regulamento de 17 de ç.õcs sufficicntemen te fo rtes 'para repelli r Abril de 1863, que extende os effeitos civis nttentados a dignidade humana. como o seria dos ca.zamentos celebrados segundo s leis 11m, a oppressão das conscicncias. do imperio , aos cazamentos das pessôas que Si estas rec lamações partem do e:eio dos profe8sam re ligião differeote da do 1.:stado, catholicos brazileiros. que significa\•flo po- celebrados no paiz segundo o costume ou tlem ellas ter? prescri pções das respectivas religiõe:a;, com Quei-erão dizer, que as con"ciencias estão tanto que a celebração do acto religioso seja csoravisudas, porque a Igreja catholica impõe prova<la pelo competen te regis tro, e que aos fie.Ts este ou outro dogma. esta ou outra estal.,elPc;a as cond ições necessarias para pratica? Mas, por Ocos l ousará chamar-se que os pastôres das religiõrs tolr.raclas pos– catholico verdadei~o aqt~elle, que crê na s~'": praticar actos que produzem effeitos verdades que a lgreJa ensrna. ou ~ue P;Xer~e civis. as ,praticas que ella ordena com congc1enc1a . Onde estão as consciencias opprimidas? • •

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