A Estrela do Norte 1863

74 A ES'l'RELLA DO NOR'rE. io-ualmente no fundo das crenças ido– l~tricas, do mahometismo ao culto druidico, do fetichismo do selvagem Americano, assim como na religião mosaica, ·senão a necessidaqe da ex– piação pelo soffrimento, senão a _gran– de lei da penitencia, present1da e aceita pelo instinct0 rel igioso do ge– nero humano decahido ! A conscien– cia humana , esteve .sempre persua– dida que o peccado conduz á pena ; que a tribulação e a angustia são in– separaveis de toda alma que pratica o mal [5]. III.-1\-fascheguernos á plena luz do Evang'3lho e dn ch:i stiani smo. O Chris to, o modelo, o .typo da hu– manidade regenerada, apparece-nos como o typo, o modelo tambem da humanidade penitente . E' sob a fi– gura de um s uppliciado que Elle re– cebe todos os dias as mais doces ho– menagens de n,ossas almas, e os la– Lios frementes de amor que o adora, não se imprimem sobre sua imt,gem bemdita sem encontrar uma chaga. Sim, Jesus nos vivificou com a morte, nos salvou com o sangue, nos glori– ficou com a cruz ; e nós, que somos a huu:anidade por elle r!idimida, nfto o deixamos s6 em sen dolore>so pa– decer ; padecemos co.m Ellfl, gozamos das ignoruinias do nosso,l\:Iesire em– briagamo► nos nas amarguras d~ seu calice, seguimos com snnta voluptuo– sidade s~as péga,l~s ensangnentadas pelo camrnho estreito da pen itencia, 'e chegamos com Elle, pela aceitação generosa da dôr, á plenitude de nossos destinos immortaes. Antes de fr fi– xar-nos no Thabôr, passamos pelas cumiadas do Golgotha. O mesmo Salvador predisse que quando elle d . ' oce esposo nos6o,, se retirasse para o céo, então jejuariamos (6) ; ad ver– tÍU•DOB que certa ospecie de demonios se não póde expelfü senão corn a í5J Rom. II. 9. [6] Math . IX. 15, • oração e o j ejum (7) : E ll e mesmo, como l\foysés e Elias, jejuou quarenta dias no dtserto (8), para noe dar o , exemplo ; e louvou em termos admi- raveis a J ofi.o Ba ptista, modelo su– blime de austeridades, cuja voz retinia até o fundo das solidões, prégando o baptismo da penitencia (9). . IV -Que muito, pois, que d_o~ms aos exemplos P, ás palavras do D1v1no Mes tre se exercessem os Apostolas ' . d no j ejum e na oração. antes ~ _se tla1:em ás funcções ardnas do seu m101s– terio ? Que muito que Pa'ul? nos ordene que tragamos de contrnuo a mortificação de J esus e1Jl torn? de · nossos corpos (10), que os cast1gue– mo1, rigorosamente e os red_nzamos á servidão (11 \ que o cruc1fique~os, com todos os seus vicios e concup1s– cencias (12), completando assiro em n6s o que falta á- paixão de J :sus– Christo [13 J, afim dfl que, morl,1~?ª– dos na carne e vivificados no espmto [14], ua lingnagem de o.utro ~ 1~ostolo, pcssamos resistir, sobnos e v1g1lantes, ao leão furioso que roda em torno de nós, proúurando devorar-nos (15 J? V. - Ahi tende11, caros filhos, nas tradições do genero humano, nA. an– tiga lei, nos prophetas e no Evan~elho, os fundamentos in contrastave1s da lei do j ejum, desta saudavel institui– ção que a impiedade escarnece, mas que, d 1vi nisada pelo Evangelho,_ es– teve sempre em })ratica na IgreJa d_e Jesus-Ohristo, "Durante o;; pnme1- ros seculos da Igreja, diz F~n~lon, vivinm os christãos de fé no Jf'JUID, na orução, no silencio 1 no trabalho dns mãos. Usavam deste mundo como não usando, porque clle é uma :fig~ra, que passa no momento em que J}ll- f 7 Ihid XVII, 20. 8 Ibid IV. 2. 9 l,uo . VII. 28 . [ O 11 "d Corin b. IV. 10. 1 11 I ad Coriotb. IX. 27. 12 Galo.t. V. 24. 13 Colos I. 24. 14 I Petr. III. 18. 16 Ibid V, 8. I • "" 1.-

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