A Estrela do Norte 1863

36 A ESTRELLA 00 NORTE. Vieram pou.co a pouco os brancos estabelecer- se na -visinhança, afim de -traficarem com meus indígenas, que em j ejum eram brandos e obe– diente~ ccimo cordeiros, e embria~a<los venderiam o seu pnstor, afim de beber .ainda .... Os meninos fugiam da rpissão para seguir um branco que lhes promettia !DUndos e fundos ; qm collar ele ouro falso compromettta n honra çl e µm a fami]ja hpne.sta. O governo enviou-nos um subtlele-• gado de policia ; a missão foi tr .rns– formadn em fregnezin ; seis mezes de– pois l·ecnitou-se ; em-fim pudemos go– zar de totlos os commodos e vanta– gens da civilisação. N assas roças tornaram-se menos pro-· ductiva s ; porque os Indios comp,ra– vam farinha a troco de copahib:1, de ~accas de castanha ; a farinha vinhn da cidade ; poucas familias resistiram ao d emon io do dinheiro? e a maior par– t .e dos lavradores da m1ssi10 deixaram suas tern:..s baldias para irell) pelos matos em procura de drogas apreciar das pelos brancos; mns Lambem as mulheres tinham nas orelhas arreca– das de ouro e saias de brilhantes fa– zenda~, não finsam mais ; a l oja lhes fornecia estofos Ui.o branclos e ti:"Lo vistosos, e isso por algumas arrobas de salsa ou de cacáo ! Foram-o ot:i logo trazida as bexigas· o terror elo flagello se espalhou ao lon"'~ · tratei dos J.oentes, vaccinei os rn:ni~ nos ; applacon-se o mal : nossos Ind ios voltaram humildes e submissos meus cuidados e minha carida<lelhcs tinham tocado o coraçíl,o. Assim iam as cousas. Um dia vi uma canoa abi– car na miss[LO ; no tlia seguinte par– tiu levando a seu qordo muitas fa– milias. Para oncle iam esses malfa– dados? Para o seringai, me respondo– raro. O subdE>l;gaclo tinhri--se tornado 0 rei da aldeia ; elle podia recrutar • os J ndios t emiam-no. 'l'uclo pod ia ~ 0 govorno tinha-me tirado tod.os os po– deres, eu só conservava meu caracter de Padre; os brancos pouGo paso fa.,. ziam; os Ind~os os imitaram. Ru, pobre ministro de um D eos d e paz, só podia abençoar; os Indios se cq.rvavam a.inda parl;l, receber a ruinhn bençam; mas elles j{L me não temiam ; os homens civilisados lhes haviam en– sinado a desprezar a Deos na I esso~ elo seu mini s tro. _ Se não fora a autoridade policial, os Indios n ~io h iwe riam partido para o serin<Tal ; fallaram.]hes de recruta– men to, 0 e estes m iseros·-fil hos do deserto, fugindo da aldeia, fngiam_da escra– vidão. E' o qu e queria o aventureiro, que, tendo precisã0 de trabalhadores, tinha vindo semear o terror entre seus pacíficos habitantes. O subdelegado ajnd_ou esse aventu– reiro com todo o seu poder. i\Ieus selv:1gens se tinham posto em contacto com a. má civilisaçfio ; soffriam as conscr1uAncias della. 'rinham provado o vinho, a aguar– dente, o tabaco; todos esses venenos disforçaclos 1;,e haviam tornado rndis– pensaveis. O Padre não lh'os podia mi nistrar: iam ans negocia ntes q ne os vendiam ; pediam-lhes ouro : quizerarn g<mhal-o; dis seram-lhes que no seringal corria em profos:lo .. .• Partiram para o se– ringa! ! (Oontinúa.) PARA ROMA! E o L FEHNO NÃO VENCERA' A nn– NJ-IA IGREJ.L Pa rn Roma ! g, esta a voz que se repercute nos ouvidos ele todos os ca– th0Ircos. Para Roma ! E' esta a força que arrasta o ~ec ulo. Parn Roma! E' esta. a ienuenc1n da geração presen te. Pnrn Roma l J~' es te o n1ovimC'nto da vr1claucira civ il isnção. Pnrn Roma ! E' esta n n piração dos homens qne amam a verdade, dus q11e j á voltam rio extrav io em que est ivera a incx- - - - .

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