A Estrela do Norte 1863
22 A ESTRELLA 00 NOR'l'E. murmuram, como harpas eolias, ao to– que 1remeote das brisns 7 ã o onves embevecido tão bellas hi s torias que se contam junto ao la r n as longas noites de Dezembro ? Todas estas boas cousas são de~ um preço imme nso; só quando ellas estão bem longe de nós as_ava lia– mos pelo <Jlle são: o de~te rrado vive dP5sas lembranças saudosíss imas, ai ! vive, sim, eiunndo não o in a la essa tris– te doença que se chama nosta lg ia ! Cre-0111, And ,é , Deos semeou a plan– ta aq11atica ao longo da muro- 'm hu– mida : da mesma sorte el le no; faz nas– cer onde jultn conveniente n nossa fe– lici dach,. Tu és nm arbusto do valle ; tens saudades da m-onta nlrn ? Fica-te, caro filho, no va ll e onde nasceste. - Mas o ouro, senhor Cura! o ouro! Amontoa r em pouco tempo colossa l for. tuna! S e r um ca pitalista possa nte ! Que fe li cidade ! - Afasta do te u espírito, me u fi– lho, estas ideias d e fortuna. Tu nasces• te nos cai~pos, fica nhi. A agricultura é_ a verdadeira fonte da riq n e,:;a. C11l– Uva teu campo, e espera tmlo daquel– le que fa7. luzir seu sol s,1b1e os bons e sobr~ os mãos; pede-lhe o pão d e cada cit a ; pede..lhe a chuva pira a terrn semeada; so l para. amadurecer a seára; h erva pa ra te n gado; m1stu1a teu suor do clia ao orvalho da noit e ; eis a viria , a vida a mais i nnocente, a mais fe liz; a vida que Deos amn, que Deos abençôa ! Se fizeres i&to, soffrerás meno sol.ire a terra; só lutarás con tra as difficu l– dndes nnturaes ; supporta rás o calor do dia, mas t1:t1nbem tuas noites se1ão ca l– mas corno tua alma. Queres tornar-te capitalista, afim d e comprares o suor alheio '1 Se1ã mister envelhecer longe das cousas que ma ·s amas no mundo. Se,á mister que tu, planta vigorosa dos campos, definhes nos quartei1ões lamacentos dt: uma gr:-i nde ciclade. S erá mister comnietcer bai xezns de desiostar um ente bom ; vivrr d Pssa vida negativa do homem, cuJo unico nlvo é a riqu,, 7.a. Ve n derás tua alm<1, tua m u1.:idad e, tua nf egr ia, tua fé, t 11a saud e . O sol, as estrt>IIAs <lo bom O eos -j á uão Lrilharão para ti; que iinpona:11 ao ho111f'm que corre após a fortuna, todas ns scenas marnv ilhosus da natu– rez a '1 Uma vez e ntrado ne"te caminho, todns as al eg rias da t erra são ticbs f' ffi neuhurn 1 c unta. Ouro e mais 011ro J Pa– ra que culti\1ar eu a terra '1 C om o onro tudo se compra. Sim, me 11 filho, tudo se compra, menos a p a z do co– raç~o, m,-mos o céo, qne é a pa,:; ete r– na. Ainda se es!e onro maldito deixas– se H seu poss uidoro poder de volraraos cand iclos coslllmes de sua primeira mo– cidade ! .... mas não ; ct1du peça de ouro dest, ó ~ nm1 ill u ão, cada pmso feito para a riqt1 Pza leva uma somma de em oçõP,s del icada!', que não voltam mais; o co1ação se ossif-ica, e torna-se (] nasi sempre inse nsível ús desgraças dos ontrus. Ou se conseguem as iiq uezns ou nâ() . Se se fa,:; fortuna rnp1da e honesta men– te, uma alma rijamente temperada, nutnda de boa seiva christã, pode rá talve;,, resist ir ao contagi o das riqu ezas. Se não se cn riCJ uece, deplora-se a proprin ct>g11eini, chora-se o p;-1ssad_o, n ão se ousa olhnr par a t,ás ; entao aµp ,'nx ima-se o te11tadc. r; um abysmo clrnmn outro aliys1110, e perde-se Q 1 - sero. - Ma•, S r. Cura, se todo mundofal- lasse a ~sim.... . . . • . - S e todo mundo foliasse assim, haver ia menos so ffrime ntos mornes, m_e– nos vícios menos ambição, men os egois- ' - por con- 1110 essa lepra do co raçao, e seq~e ncia mais ca ri da de. d' o homem, dominado pela sede do 1~ nheiro, deixa soffrer o ~e u semel~ante' 0 lavrador partilha semp re se ll p:w com aquell es qlie, extenUétdOs de fome, b11.. , I tem a sua porta. Cre-me, meu André, e bomdize: a
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