A Estrela do Norte 1863

o A ESr RELLA DO NOR'rE. 21 reira, J es uita, Provincial da Com pa– nhia no Maranhão e Pará, dando uma breve noticia do rio TapFijús, datada da aldeia deste mesmo nome a 16 de agosto de 1750. Accrescenta o dito Padre, fallando desta Igreja-gru– ta, que o sugeito que avio é veri– dicó, e chama-se :Bernardino Mon– teiro, f>Obrinho do Padre José Lopes, t.ambemJesuita; eqne no mesmo con– cordam todos os indios que com elle estavam. ( Extrahido. ) O OURO. RDMANOE, I. Minha mãi, dizia um dia um gra– cioso mancebo de 15 annos, porque é ·que o nussoCnra ralhn sempre quundo se falia de ir tent-1 r fortuna ein lon– ges terrns? PC1rq11e sci sma elle e toma nm ar triste, quando ve nlgum dos ha– bitantes da aldeia snnb;1r riqueza ? Pois en, cara mãi, ando já pen• sanclo em partir parn as Amaricas, afim de tornar-me um dia cnpitali, t.i : 6 q11 P. gosto ! ter uma carruagem ! uma formosa quinta! um cnstello com salões primorosamente alcatifados e s~intillandocom mil cousas lindis,irnas ! - Meu caro filh o, porque queres m deixar a ald ein, que te viu na scer, e t ua pobre mãi, que tanto te amn ? Por q1 não expell es esses dev::ineios da im,1ginação, como Otllros tantos mãos pensamentos ! Crc-111e, A ndré ! va i ter com o nosso Cu,n, e perg ur'ltu- lhe por– que desupprova elle tanto esta mane i– ra de pen. ar. Elle dir-te-ha. fil ho meu , ' em poucas palavra o que tanto desPj a~ saber. André encaminhou-se penrntivoparn o presbyt erio. Era uma be!la manhã de primave– ra. O céo es tnvu puro; as bouioas em flor deri:amavum um perfu111e sua ve : doces hn sas mu,·muravam nn nrvoreJo: 110 longe, a industriosa abe lha voa va de flor em flo r, e o pn sarinho buscava deli– cad o. g omos de h erva para formar sen ninho. · O vell10 Oura, nssentnrlo diante da purta do p1esbyterio, contemplavd con'i prazer os primeiros raios do sol, cnjas tiutns pe rpurens coloravam a paizngem rp1e se dPsenrola va esplendida, grandio– sa di nnte de lle. O bondoso anciãn, com os <11lws hn– midos de fogrimns, murmnn1va baixi– nho pédavras df' reco11hec1mento. - Quão rico é. o homem, dizia elle comsigo, e, miseria! elle não sabe apre– cinr o vnlor dos bens de que lüo magni– lic;,mente foi dotado pelo Oreador. And1é se apprnximon um pouco ti– midamente ,)o'veneravel pastor, e, depois de haver tossido e corado muitas ve– Zf'S, a.cubou ~vr pisar nc, ponto da ques– tão. - Senhor Cura, porque ralhais sem– pre qnn11do se falia de ir tentar fortuna longe da al<leia. II. - Assenta-te, André, lhe re~ponden o ancião e esc11ta ! -- André assentou-se sobre um como– ro coberto de relva, e foi todo ouvidos. - André, meu amigo, olha este be!lo céo, que wrri á terra; repara o azul <lo firm amento, a herva verde a ljo– fra da de orvallio. Ouves a abelha qne susurrn 'l O vento que agita os galhus– das ri 1, e irus eru .flor ? T t>cl s os dius tq gozas deste es– p ec tacnlo magnifico sem saberes npre– cin l o. E's o fill,o mimoso da Provi– de ncia, o excesso da~ caricias della te tem tornado insensível. Amanh ã, da– qui a poucos dias, i,ás colher frutas de liciosa~ pelos arvoredos dn encosta e ronda r os ninhos dos descuidados passa– rinhos; depois vi,á o estio e us fes– tas do seára; o outornno e a vindima; tu verás cahir as folhas amarellecidas pe– lo frio, que pouco a pouco virá outra vez cobrir a terra com sua annun ves– ti,nenta de neve. Não te vejo saltar, rir, cantar todas a s ta rdes na clareira do va lle, li sombra <los pinheiri.us qne

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