A Estrela do Norte 1863
o A ESTRELLA DO NOR'rE. 1 grirnas desta. prova de amo r, redobrou a ventura do velho Guidi conceden– do-lhe e á sua familia uma. somma as– sás considerave l para viver ao ab ri– go da necessidade. Um, orpha,n e qiiatn1 escudos. Um facto de outrn. especie fez nova– mente brilhar a immensa caridade do S ummo Pontífice. Um pobre menino, todo choroso e reLido pelos guardas suissos, em vão tentava approximar-se do Papa, tinha na mã.o uma. supplica, e gritava com voz dolorosa: - Peço-lhes, meus bons soldados, em nome de minha mi"ti, deixem-me fa llar ao Papa ; me disseram que elle em o pai dos meninos pobresinhos. Pio IX parou, e mandou que lhe fosse entregne a supplica, e leu : " Santíssimo Padre.- Minha ma.i é velha e enferma ; eu .... eu sou tão i:;equenino q_ue não poEso sus– tentar a sua e minha vida ; nosso patião, homem má.o, me qneT expul– sa r a manhã, se lhe não pagarmos os quatro escudos de que lhe so– m os devedores. E s tes quatro escn dos seriam para nós uma fortuna. Dignai-vos nol-os emprestar, que • eu vol-os pagarei quando for um pouco maiorzinho. " A singelc·za infantil des ta supplica agradou a Pio IX. - Como te chamas, meu bom me– n ino, e qual é tua idade ? - Eu me chamo Paulo, e tenho dez annos. - Que faz teu pai '! - Está nos esperando no céo ha dez annos. -Tua mãi'l- - Borda e reza a D eos Nosso Se- nhor desde a manhã até á noite. - Onde moram '1- ·- Rua elos Carbonari. - Bem, meu menino I torna ama– nhü. ás 3 horas que en te darei os quatro esc udos de que tua mãi ha mistf>r_. - Vossa Santidade nol-os em– prestará, porque lhe havemos de pa– gar. O Santo P adre no mesmo dia. fez tomar informações. O pequeno sup– plicante tinha <litoaverdacle, e, apre– sentando.se este. no dia seguinte á. hora designada, Pio IX, em vez de quatro, lhe den dez escnclos. - Não lhe pedi dez escudos, disse o menino, restituindo seis. ,- Guarda-os, disse o bom Pio, le– va-os á tua mãi, e dize-lhe que n!i-o se inquiete do futuro, que elle corre agora por minha conta. ( Oontinúa.) IGREJA ABERTA EM UM RO– <JHEDO. Supponhamos que vamos navegan– do pelo famoso rio das Atnazonas aci– ma, por esse desconmunal gigante que, depoisde • ter caminhado duas mil e tautas legnas, parece querer tragar o proprio oceano por sua enorme boca de oitenta leguas : espantoso rio, que, para me servir das expressões de um missionario, é mais Ít>cundo que o Nilo, mais rico que o Eufrates, mais veloz que o Tigre, mais soberbo que o Ganges, e grande corno impera– dor de todos, e não sómente impera– dor mas imperador com imperio sem igual. Caminhando, pois, por elle aci– ma ató a altura de 2° :25' Je latitude austral, encontraltlos a embocadura. do rio dos Tapajós, que, comquanto seja um dos maiores que nelle en– tram, despido com tudo da sua natural soberba, vem humilde pagar o tributo de suas aguas a este grande _mar de agua doce. Este rio dos TapaJ6s bai– xa das minas de Mato-Grosso, e suas cabeceiras vão quasi entestar com as elo rio da Prata, que da parte do snl não tem menos pretenções no Ílllperio das aguas correntes que o das Amazonas ao norte. Entrnndo agora pelo rio dos 'l'apajós, damos logo 1u, l
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