A Estrela do Norte 1863
1 144 A ESTRELLA. DO NORTE. ou mrnos corno '1Uanclo se voi;;al a. pronuncia a conhecer o meio de conduzir bem n. sna :Kâo se deYem os lal,ios contrahir, nem 1>sLender-se para diante; mas tomar, como diz um antnr, :L posição que lhes daria um ligeiro rnrriso. DeYe- sc ter 11111;,., postnra firme e na– tural_, selll a~~ixar nem leYantar a cabeça. Ab:ux:mdo-a. se torna s11rila a voz; le– ·antanclo-a ue rnaiic:, fi cam tensos os n111s- 11l~s elo pescoço, o que torna o ouYido ma1,: duro e menos aensi,e1. Cu ntar nat11rnl1,ientc, sc,n e:rforço, pas– sando suarcmente de 1ms sons noutros sem nuncn forçar a 1·oz. U mfl. cousa ~ ct~ltar, ouLra cousa é grilar. A melhor Yoz não 6 a r1ue mais es– t~onrit~; é_ a que cantn com mais cxpres– suo, .l1~1p1dez e tloçnrn . J?1stinguem- e na ,oz humana dous reg_ 1stros ou jogos <liffercntcs; urn:i. yoz 111 :os fo rte,_ ma is grave, mais sonora, que pa_rece nl11r clo peite,, e l'ie elen . até cerLo ponto dn. ~scnb. lonica; é a <1ue se chama v_oz <'~e p ell/J; onLra mai s fraca e por as– sim di zer n.flaulaL1a, '1LLe pMece formar-se 11 ª garg:u•l.t e se rhama voz de fcdsele, Esta segunda, sendo hem exercitla· póde- 810 tornar s ufíi.c:icntemcnte firme ~ ngra– < :i:vel. .0 qn e mais custa é pnssar da voz de rr:to P?ra a <le falscte •Sem que :i, lrnns- 1?ªº st' P :is pera. e oíic•nsi \' a, ao om·iclo. • 6 grande cxe 1·,· 1 c· 6d r l • b 1 . t: 1 0 P e- nos iazer sa 11r e~n l esla. <hfficnldad('. r eem os me · 1 . mnos voz , e pei to nnuco ex.tensa e cm ...,er l t d ,... com rsC . "' ª cn em toclos a levai-a to . d- 01 ço até is notas rnn is el~,·ada• rnan o-;1, dcst'arle J)renctr~nte e ~-.'. pera ue , · . " "' ' q , mais parece gnlo <le•composto <jUC'/? 1 z. Se l1fl0 honver mui to c;11darlo em con 1g1 -os de"te <]..,r, . l llào ' 1 1·1· ei 0 , se compromctterá su a )e eza rlo l - , o futuro <hs ~:· ~ 1.1 0 , ao !:unhem tumam a ' · ozc!'! pms os que se acos– aeab c~lc dcfe1tuoso modo de cantar 1 am mmtas ve7.ea por arruinar com– p etamentc as i:::ua~. cgu11do O sr D· . . vozes em Jt'r · ~nJou, a ral'l(1ade das " e diz cll ança nao tem outra causa, ' e, se os ec l · ,· ral tccm voz _ c cs1as.,1cos em ge- .cB lao fals·"' d d . r1ucbracla.s, sem r, · ''•, cs~gra ;we1s, • · orça e sem timbre vem 1sso urncamenle de riue . ·a d d . . ,,reuni os es e a mfanc1a cm torno do San , . . 11 d . cs11ano, e es cantarám e urna maneira, viciosa. 9 sem \·oz em toda a extensão de 'seus limites nn.turnes, por meio dn. nmrlança do regis– tro (4)." Estn. obserYação do artista fran cez Ee applica perfeitamente :io nosso paiz. Outra regra é dar bem os sons, isto é, atacar , a nota. com fraúqueza, com doçura, sem martellal-a sem rodeai-a de nods ' fl , parasitas, chamad::r.i vnlgarmente oreio&; nr10 anaatnr a Yoz até chegar ao som qne se quer clar, mas dal-o ]qgo puro, sem titubcamento ou hesitaçrw, e sustental-o ígualmeute e com :firmeza. a_té o fim. Fa1:– se con1111ummente o contrario com gra,ve detrimento do gosto e das boas regras da cantoria. ' Saber ·espfrar aproposito e bem é uma condição essencial para uma. execução re– gular e artística, A respiração contém <luas cousas : n. inspiraçáo, ou a introducção do ar nos pulmües, e a expiração ou passagem do n.r dos pulmões no larynge e J1:1, boca. A inspira ção deve ser ai~1pla ,.. facil, e, quanto possível fôr, in sensivel. A expfraça.o deve Qer feila ponco n. pouco, poupando-se, por assim dizer, o ar, e cmittíndo-o com ma is 011 menvs · fonia ou com perfeita igual<ladr., conforme exigir o canto. A.ugmcnlar e diminttir a intensidade da voz. J.:stc c.xcrcicio é de uma utilidad1< extrema, diz o sr. Delatour ( 5) . Por meio c1elle se tornn. a voz flexivcl, igun 1, firme, fo cil de dirigir; ' n.ugmenta,-sç o poder della, tiram- se os defeiLos qne 11, deslustram, e adquire-se nm timbre puro e sonoro. A s– sim se fúnna uma voz capaz de <lar ao canto a cxpressõ.o, a graça, as gradua ções de que elle é susceptivel, e sem a~ qua es nenhum camcter tem e nenhuma. impres– são proànz, reileclindo sú uma. monoto- nia insupportavel. , Consiste este exercício, continún. o mes- • mo autor, cm alacnr o som muito bran– damente, ir aup;mentan~o .Pº~ gr~os a ~orça delle a.Lé O meio, e dtmrnmr msens1v;l• mente O volnme da voz até o fim. E o que os fra.ncezes chamam filer les sons. Deve-se ler cuidado cm que a voz, nem se levante quando o som é mais forte, nem dcsca.hia. quando é ma.is fraco. . (i) R coue dt la mu,iqut R•lii, 184C p. ~70, (5) IJe !ti cu/ture d.e la r,oix, p, :U, I
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