A Estrela do Norte 1863

1 ti A ES'J'II EI.L \ llO i\Oll'J'E. ■--e-,:µ;:• & ** a & ;:wh:>:S-:!% 4 ti- 5S \ H &SR M\41 Mi mui doloroso sacrificio, qu e uma felici– dad e inesperada lhe era dada. Esta boa Providencia, que cumpre com tanta ge– nerosidade as prophecias do 1• ilho de neos, teria certamente con tinuado a proteger e a soccorrer uma familia infeliz que não cessava um instan te de orar ao céo. Dias de ~ocego succcderiam a um tempo de angustia ; renasceria o sorriso nos Iabios desta terna mãi, agora tão pallida e tão fraca; talvez poderia Ernesto continuar seus estudos ; nem sempre e5taria sua irmã privada das festas. Oh! sim, Er– nesto cria na possibrndade de uma tão perfeita felicidade, porque actu:i.va nclle a fé, porqu e era sua alma candida e pu– ~·a, o o :7erda~eiro christão espera tudo âa mu111flcc nc1a divina. Teria ficado muito tempo ainda mer– g~Ihado nes_tes dôccs sonhos, se nm mo– vimento de sua mãi não o tivesse cha– mado á realidade. Acordava-se a pobre mulher, e parecia mais abatida que nun– ca. Voltou-se para Ernesto e disse es– tendendo-lhe a mão tremuia e desca'rna– da : - Meu filho, onde está tua irmãsinha? - Foi passear na cidade com a senho- ~a ~largarida, minha boa mamãi. Dcse– ~ava tanto Tgnez vêr as lojas qu e não Julguei dever recusar-lhe este 'prazer. - Ah 1 _cara menina, quanto não esta– rá ella triste de n ilri poder escoil1er algu– ma ,co~sa, ver~ lá tão bellos objectos que des_e.,ara possuir, accrcscentou a senhora Kum com uma voz melancolica. ::- ~ão vos preoccupeis com isto, ma– IJ?-ª1, m_tcrrompeu Ernesto com vehemen– c1a; no_s só pensamos cm vossa cura, es– te prec10so beneficio que Deos no~ fez. Ag_~ra estamos ricos, muito ricos, minha .ma1. Ainda fallava Ernesto, quando a vigo– rosa e alegre voz de Jgnoz retiniu na es– cada: - Ernesto Ernesto, exclamou ella, vem vêr minhas bonitas festas vem depressa: trago felizes novas. ' _No mesmo tempo entrou a gentil me– mna, trazendo com effeito graciosos bo– necos. ~ I~nez, que signitlca isto ? perguntou o irmao; quem te deu estas cousas tão bonitas?· - Meu tio Jorge que aqui ostá, respon– deu a mea.ina, mostrando o estrangeiro que a seguia. Este, I9go que viu a doente, aportou-a ao coraçao, dizendo: - Sopllia l cara Sophia l porque, depois oe te ter procurado tanto, te havia ou de achar neste estado? Pohre irmã ama– da, tens soffrido muiLo? Teus males vão acabar, minha amiga : não nos ausente– mos rnai . Minha afl'ei1:ão, meus cuida– uos pagarão teus .rnnos de infortunios... A senhora Kuin olhava seu irmão; este irmão que amava com tanta ternura, que tinha tão amargamente chorado !... Não obstante muitos annos de separação, reconhecia perfeitarnente aqu elle cujas feições tinha retratadas em seu coração, e entretanto apenas atr~via-sc a _entre– ga -se á alegria que um igual ac~1dente lhe fazia experimentar. .sua emoçao, sua ternura foram levadas a tal ponto, que pouco f~ltou se não tornassem fataes á sensivel mulher ; promptos soccorros trlumpharam do mal, e a piedosa fami– lia pôde en tregar-se á effusão de _uma reciproca ternura, e de uma providen– cial felicidade. ( Continúa. ) O medico morto de bydropbobla. Um medico foi mordido por um cão damnado. • Sexta-feira Santa, vindo de visitar os seu s doentes, queixou-se de uma dôr cm um braço, depois em um hombro, de– pois na garganta. , .Julgou-se perdido. Declarou-se-lhe um accesso de raiva. Liga i-me! ligai-me! exclamou elle im– mediatamen te e mandai chamar o Paro– cho. Este, posto qu e tambem doente, não se fez esperar. Achou o desventurado me– dico cober to de f.:J ngue .. .. No seu ac– ccsso de raiva arran cava os cabellos e desperlaçava a cara. - Oh ! como u soffro ! meu Padre, como cu soffro I Oh ! como eu necessito de Deos ! pedi, oh ! pedi muito por mim . Dai-me um abraço ! o Padre abraço u-o com transporte e poz-se a chorar e a orar. o doente fi cou con;olado e mostrou-se muito reconhecido ao Parocho, pareceu recolher-se. - Ah ! isto é que é um bom Padre, disse elle pondo os olhos arrasados de lagrimas no ministro de Deos ; isto é que é O modelo dos Parochos : a outra gente tom medo de me tocar com um dedo; ' ello abraça-me es tando eu coberto do sang-uo ! ... Oh I como me fazeis bem I vou mor- l

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