A Estrela do Norte 1863

A. ESTHELLA DO ·onTE. l23 ranoia crassa disfarçada no ridiculo es– trepito de uma linguagem pedantesca, com risotãs só proprias dos estultos; é pelo menos um miseravel, e já bem sa– bido pretexto, de que se servem os in– credulos e libertinos, para estabelecer e ampliar o systema devastador traçado nas conferencias de Voltaire com um rei philosopho da escola protestante em Ber– lim, e desenvolvido pela cabala do Sena com espanto do universo. Que mal fizes– te ao homens, 6 santa augusta Religião, filha do céo, para tanto odio e aborreci– mento? Será possível que tanta ingrati:. dão seja a unica recompensa dos benefi– cios que tens derramado sobre toda a desgraçada familia de um pai prevarica– dor, que fixou a época feliz ao· teu ama– vel imperio no coração do homem? Sa– bei, ó implos; raça de víboras; geração , incredula; sabei que de todas as verda– des da moral christã, a mais bem esta– belecida com provas superiores a todos os artificios da impugnação, é a da obe– dienéia e submissão á legitima autorida– de 1 Jesus Christo mesmo, autor e con– servador da religião e da sociedade, a en– sinou com o seu exemplo , mandando dar a Cesar o que ó de Cesar, sem faltar ao' que é de Deos; e pagando por si e por Pedro o censo estabelecido, até fazer um milagre para evitar o escandalo e deso– bediencia á lei, de que os seus inimigos o pretendiam capciosamente arguir. - Reddite ergo qnre sunt Cresaris, Cresal'i, et qure sunt Dei, Deo. Quem ignora a preci– são e efficacia com que s. Paulo recom– menda aos fieis de Roma este importan– te dever da sociedade? "Todo o homem esteja sujeito ás potes– tades superiores ; porque não ha potes– tade, que não venha de Deos, e as que ba, essas foram por Deos ordenada!!. Aquel– Ie, pois, que resiste á potestade, resiste á ordenação de Deos. E os que lhe resis– tem, a si mesmos trar.em a condemna– ção: porque os prlncipes não são para temer, quando se faíl o quo é bom, mas quando se faz o que é máo. Queres tu, pois, não temer a potestade? Obra bern , e terás louvor della mesma; porque o príncipe é ministro de Deos para bem ~eu. Mas se obrares mal, teme ; porque nao é debalde que elle traz a espada. Porquan– to elle é ministro de Deos : vingador em ira contra aquelle que obra mal. E' loizo necessario que lhe estejais sujeitos, nao sómente pelo temor do castigo, mas tam· bem por obrigação de consciencia. Por– que por esta causa pagais tambem tri~u– tos; pois são ministros de Deos, servin- do-o nisto mesmo. Pagai, pois, a todos o que lhe é devi do: a quem tributo, tri– buto: a quem imposto, imposto: a quem temor, temor: a quem honra, honra." Tal é a doutrina da Heligião sobre a obediencia dos subditos, de que Theodo– reto, e s. Chrysostomo não exceptuam ninguem, ainda que seja um propheta, ainda que seja um apostolo, ainda que seja um evangelista. Doutrina saudavel, que a igrej a sempre observou nos mes– mos dias de crise, quando os governos infleis a persegui am com tanta cruelàa– de e tyrannia, querendo ántes que seus filhos· perdessem a vida do que subtra– hir-se ás leis da submissão, respeito de– vido ás autoridades constituídas, como nos inculca o Santo Padre mediante o su– blime e energico testemunho de Tertu– liano; e as orações public.as , que favim parte da sua liturgia com fundamento na escriptura a favor dos governos, é uma prova subsistente ela sua efficaz co– operação á prosperidade dos estados; não obstante, urr. ou outro exemplo contra– rio de alguns fanaticos, qu e a i1neja sem– pre os detestou, como filhus degenera– dos: as bellas e solidas reflexões que o Santo Padre expõe na sua ca-rta sobre es– te assumpto , .não prrmittem que sejamos mais extensos: logo não é a Religião que promove as secli!;'ões: ó a immoralidad~, o espírito de vertigem, o abuso da li– berdade, que a Religião condemna e repr?• va. (Contit~úa.) D. ROMUALDO, DISPO DO PARÁ, A <Jon"al.CIICCDfO• V. AS FEST.AS DE JGNEZ, Tinha, Ernes.to tornado a tomar assen– to ao pé da cabecefra de sua.qiãi ; não se_ atrevia a fazer o menor movimento, com medo de perturbar o descans? da cara convalescente; mas qava um livre curso aos pensaml'ntos de sua alma. Era depois de ter lido estas oonsolado– ras palavras : "Ilemaventurados os. que soffrem, porque serão consolados, n era depois dq ter aonsulllmado um ultimo e

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