A Estrela do Norte 1863
A\\O D,:. l8G3. n:r.Ç,.\ -F.1:. ll\A 6 DE JAt\Ell\O. NU'.\IERO !. A ESTRELLADO NORTE. 808 os AOSPICIOS DE s. EXC. REVJIIA, O sn. D. A:>ITONIO Dll lllACEDO COSTA, BISPO DO PAllA' . PROSPECTO. Disse um grande sabio que a neligião é o aroma que preserva a sciencia de corromper-se. Esta admiravel expressão, hem que es– plendid:.i. de verdade, não deixa t odavia de ser incompleta. A Ileligião é um balsamo salu tar que preserva ela corrupção, não só a sciencia, mas todas a5 manifestações da actividade humana. É o sal da terra, na linguagem do Sal– vador. É a luz que, emanada. de Deos, fóco immenso de todas as luzes, deve escla– recer e dirigir todo homem que vem a este mundo. E o principio de vida universal, ver da– deiro sol qa ordem moral, que deve pe– n etrar, aviventar, fecundar tudo~ intel– ligencia, vontade, coração, actividade ex– terna, relações dúmesticas, r elações so– ciaes, o homem todo inteiro nas irradia– ções multiplas de sua viela, em todas as espheras ele sua actividade. Laço mysterioso que nos une ao Crea– dor, a Religião nos aperfeiçoa por isso mesmo e nos felicita. Norma eterna e fi xa, dirige-nos a von– tade, modera-nos as paixões, r estringe– nos os desejos dentro dos limites de uma casta sobriedade ; es tabelece-nos a alma na serenidade da virtude ; alarga-nos os hori sontes do espírito; dá-nos consisten– cia ao caracter, nob1cza aos sentimen tos, perfeição a tudo. A familia regenerada pelo principio re– ligioso lorna-so o santuario intimo, em que reina a virtude cm toda a mrtgia de Yenite. et ambulemas in lnminc Domini. I SA I. II. 5. seus encantos; um recinto sa,,.rado, on– de se misturam as dedicaç,õ s generosas e os prazeres mais puros. Ali a mulher christã nos apparece cm toda a altura de sua missão sublime ; ali a paz, a harmo– nia, o asseio, a ordem, os folguedos inno– centes, o trabalho santificado pelrcôra– ção, o dever cumprido com perseveran– ça infatigavel e com amôr sempre immo– lado e sempre feliz . Eis as doces bençãos que derrama a He– ligião no seio da familia. A sociedade tem nella a primeira, a principal condição de sua prosperidade, e sem Pste divino elemento não pocieria ella realizar nenhum progresso serio, ne– nhum desenvolvimento fecu ndo. Numa e os grandes legisladores de to– dos os seculos o compreh en leram perfoi– t'amente. Sem o cimento religioso todo o edificio social abana em ruína. A imaginação recúa espavorida di:.i.ntc do quadro lugubre de u ma sociedade do– minada pela vertigem funesta da irreli– gião e do atheismo. Propagar n.s idéas religiosas no meio de um povo, é, p0is, cooperar da manei– ra mais efficaz _para sua moralis,tção e engrandecimento; é abrir-lhe um futu– ro illuminado, grandioso no ponto de vista mesmo da civilisação humana; é fazel-o caminh ar com passo firme pela senda do verdadeiro progresso; 6 leval-o, sem meios violentos, sem abalos sinis– ~ros, á realisação do plano que teve a Providencia na instituição das socieda– des humanas, o qual não é outro senão a regeneração moral do homem e suà fc~ licidade poJu virtude.
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