VERÍSSIMO, José. A Educação nacional. Pará: Tavares Cardoso, 1890. 181 p.

54 A EDUCAÇÃO NACTOKAL O habito de mandar, desde a tenra infancia, por sua vez, bem longe de fortificar o caracter o deprime, não só porque perverte a noção da auctoridade que faz arbitraria e apenas no privi- ' legio fundada, como porque deshabítua a acti- vidade propria e fia tudo da energia alheia. O mais arduo problema e o mais delicado na educação do caracter é, acaso, o da educação da vontade. Entre nós, nenhum mais momentoso - porque, como ficou dito e indicado, a indeci– são, a falta de iniciátiva, a inconsequencia na acção, são das mais frisantes características bra– zileiras. A difficuldade grande da educação da von– tade está em achar o justo limite entre .a vontade energia necessaria e util, e a vontade energia desordenada e prejudicial. Ha paes e educado– res que entendem que bem educar é em tudo contrariar a criança, quebrando-lhe a vontade e fazendo-a teimosa; outros pensam que devem, para avigoral-a, consentir em tudo e satisfazel-a sempre. Erradissimas são ambas as maneiras de conceber a educação da vontade. Entre nós, é preciso lisamente reconhecer, a educação domestica é defeituosíssima. É exces-

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