A Cultura do café no Estado do Pará

15 .... , .......................... . Impressiona alli, à quem observa o phenomeno de destruição, como esse mal, que produz tão desas– trosas consequencias, se alastra com tanta celeridade, de sorte a ter attingido já a 30 milhões de cafeeiros ! E' avaliada, ·em todo o Estado, a lavoura cafeeira, erri 100 milht5es de pés, qando, em média, resultado annual de io milhões de saccas, que correspondem a 600.000 contos de réis. E, assim, pois, se demonstra a deficiencia da pro– ducç~o, de agora em diante, em face da diminuição da colheita de café em varios municipios dó Estado, que terão de soffrer uma profunda, depressão em suas re– ceitas, maximé se fôr posta em pratica, como se cogi– ta, a destruição dos cafezaes contaminados pelo mal; e essa providencia será tomada por espaço de tres annos cons_ecutivos. , . 1'i.inda bem que, com as desgraças alheias., surge para o Pará, dando-se a culturà de café, uma era de promissora prosperidade, collocando-o na plana dos Estados que mais concorrerem em prol da fazenda publica nacional. • · · E assim repetir emo s o brocardo : não ha mal que , sempre dure, nem o.em que não se acabe. . , E' bastante conhecido o facto de ter sido im- ·. portado o cafeeiro 09 Pará, em 1727, pelo major Pa– .lheta, por offerta que .lhe fizera, de tão preciosa pla'n– ta, mme. Claude d'Orvílliers, de Cayenna; e da·qui foram alguns pés transportados, em 1761, para o Rio de Janeiro, onde os cultivou o magistrado paraense João Alberto Cast~llo Branco; e dalli se expandiu pa- ra Mi[\as, São Paulo e Espirita Santo. · As terras paraenses, dotadas de bastante ,humu.s para a nutrição do cafeeiro, já produziram, com effi-• ciencia, abundantes colheitas de tão váliosissimo fructo. . Em 1816, exportamos para Portugal r.074 arrobas de café, ao preço de 48400; · em 1817-4.531 arrobas, ao preço de 28400; em 1817-4267 arrobas , ao preço de 48800, . cada uma. , Ora, quem dispõe de tão seguros elementos de , riqueza e prosperidade, não deve permanecer, por mais tempo, nesse estado de apathia enervante, que tanto estiola as suas energias; cabendo aos poderes publicOIS tomar uma resolução energica, que seja capaz de um vigoroso incitamento, o qual produza · a e:x:e- /

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