A Guerra da triplice alliança
49 Alem do jubilo produzido em Montev idéo pela feliz r esist encia <le Paysandú, rec.::mheceu -se tambam a necesidacle de auxiliar po:r t odos o· modos aquella heroic:1 cidade. Com o fim de satisfazer aos instan tes pedidos do coronel Leandro Gomez fretou- se, com autorisaçao do consµ l italiano, o navio Il 'Fevere parn levar me1icos, frades, irm'ls de caricfade e medicamentos à praça sitiada. Os medicamentos e as baga– gens das irmãs de caridade, l ogo ao descarregar, chamaram a attençãu pelo seu 11e.;;o, e -i;-e ·iticou- s~ que debaixo de unguentos e de fi os occul– tavam- se granadas e munições de toda a especie. O negocio foi denun– ciado ao vice-almirante Ta mandar é; quando, porém, este qui~ revistar o navio, por causa do contrabanuo de guerra, o commandante ela c:1nhoneira italiana Veloce , poz tropa a bordo do Tever·e e sah ou a carga . Ao mesmo tempo deu- se ordem ao general Ju a n S â a, antigo companheiro de Urq ui z a, que se celebri àra nas anteriores guerras civis, parcL marchar sobre Paysandú, em auxilio do coronel Leandro Gom e z. Em Montevidéo confiava- se nas boas for tificações ele Paysancl ú, ca<;o os brazi leiro · quizessem investir essa praça, e comprehendeu -se que era precis'.> defendel- a a todo cu. to, para dest ruir a mà impres ão produzida pela pe rda elo Salto . Assim, Menna Barreto e Juan Saa, partindo de pontos clifferente3, r om~:eram a marcha sobre Paysanclú. O furor do3 blancos pela allian : a dos brazileiros CJrn F 1ores prorompeu na. mai, insensat a<; clemonst ra~ões. A bancleit'i.t i1111)e ri:ü foi insultada e calcada aos pés em Montev icleo ; as mais viol entas injurias foram atiradas contrJ. o Imp e r a dor, contra o exercito e c0ntra os macaco.s (~onhecicla alcunha dada pela r aça hes~1anhola á portugueza) ; e por fim, no dia 15 de Dezembro, celebrou- se um solemne auto de fé, no qual foram queimados t odos os tr,ttaclos com o Brazil, celebrados clesue a instituição eh. r epublica, - farça politica sem igual, porque os cinco tratados, que foram publicamente reduzidos a cinzas, davam solernne tes– t emunho da boa vontade elo Imperio para com a jo:ven republica, sempre di– lacerada por cliscorclias intest inas (1). Erigia-se no meio de uma vasta praça uma g l'ande tribuna em fórma de arco triumphal asiatico; diante ela tribuna estava um e trado, e sobre elle um fogareiro de metal, de tres pés. A tri– buna e3tava ornada ele estandarte., e bandeiras e junto a cl1a achava se apinhada uma grande multid lo de povo. Pôra annunciacla a execução ele um acto de jn. ti~.a política. Aprox imando- . e as autoridades de Montevicléo, o chefe politico, Si e n r a, subia ao estrado, t omou as t enazes, que já e~tavam preparadas, e fo i lançando ao fogo folha por folha elos tratados, conforme a<; ia r ecebendo elo eu escrivão . Na tribuna foram pronunciados di curso. incendiarios . Emquanto o povo applaudia freneticamente, o chefe politico revohia o brazeiro com a' tenazes e ateava a l abareda . Foi urna scena cuja puerilidade a simples clescrip~ão basta para caracterisar. Não refl.ectiam os homens da situação, que deste modo tambem o Brazil ficava desembaraçado ele todos os compro - missas e obrigacões para com o E taclo Oriental (2). Deixámos .Paysanclú no dia 8 ele Dezembro no momento da pausa militar que se seguia ao primeiro ataque. A noticia do mallogro dessa primeira tentativa chegára t ão rapidamente a Montevideo e ao exercito 11) 0.; tratarlos qnclrnados forl\m os de U de Ontubro de 18;:,1 e suas modiJicações de 1:í de M.t'o de 1S:í2. F ,;ram a11 1nllaJ os e cancellndo~ por decreto de Aguirre de_ 1_3 de Deze~bro. Por esse decreto e outro de igu,al d lt.i. foram abertas as aguas d~ Lagoa M1~1m aos navios e commorcio de t, 1 llt1s as nações, e fochad•)S os portos da republica ó. bandeira. mercante do Imperio. ('2) Veja•so a ultima nota d'este capitulo, pag. i2.
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