A Guerra da triplice alliança
186 se tentar algum gol pe de- abordagem ingular durante a noite. Mas se isto acontecer , apezar de todas as providencias que t enho dado para evitar surpresas do inimigo, o navio que fôr tomado de abordagem se rá reto– mado immediatamente, custe o que cust ar, para que a esquadra não soffra o ult r age de vêr um do seus navios l evado pelo inimigo. Hoj e se reuniram aqui a bordo os generaes Mi tre, Flôres e Ozorio, por ser o dia marcado par a fazermos o r econhecimento, do qual qeve r esultar a escolha do pa. so em que se effectuará a passagem do exer– cito . O encalhamento do T amandaré e da J1 r agica;•y, porém, obstou a que isto se realizasse hoj e, ficando adiado para amanhã . l\f uit as condições deve satisfazer o pont o que se ~ colher para a pas– sagem do exercito, da quaes porém a principal é a de poder- se deste ponto marchar de modo que se possa contornar o grosso das forças inimigas acampadas a duas l eguas do Passo da Patria. No dia 2-1 con to que es ta rà feito por mim e pelo general Mit re o r econhecimen to de todo.3 os passos até o Itati. Da pos. ibiliclacle ou não de fazer- se a passagem .do exercito neste ultimo ponto, depende o mo– mento em que Llern começar a arrazar as for tifica~·ões da n1 argem di– reita do Par aná, e da esquerda do Pa raguay, e a hosl ilisa r o inimigo por todos os meios de que disponho. Deus guarde a V . Ex . Illm . e Exm. Sr . conselheiro Francisco de Paula da Sil-rnira Lobo, mi– nist ro e secr etario de esiaclo dos nego~ios el a marinha. , Ti s conde de Tan1andaré. Commando em chefe da fo rça naval do Brazil.-Bordo do vapor Apa , em frente ao forte de Itapi rú , no r io Paraná, 30 de Março de 1866. Illm. e Exm. Sr.-Vou ter a honra de r el atar a V. Ex. os factos que se têm dado nesta esquadra desde o dia 22 do corrente, cujas graves consequencias foram prev i tas por mim em minhas ante1 iores communi– caçoes a V. Ex ., quando apresent ei as razões porque não t omava a po– sição em que me acho presentemente, sem cont:1.r com t odos os meios de effectuar- se a irnmediata passagem dL, exl' rcit o pa ra a margem inimiga . A demora que tem havido em decidir-se o ponio por onde se deve r eali zar esta opera·_ ão, tem 1-ermittido ao inimigo aproveitar- se dos r e– cursos de que di..,põe em seu territorio para host ilisar a esquadra constante– mente. Os obstaculos que se encon tram na navegação elo Alto Paraná, que se augmentam ainda pel a falta de praticos deste r io, não são menos prejudiciaes aos navios, do que as ho~tiliclades do inimi go . Já a canhoneira Ar aguar y foi r etirada desta esquadra, inutilisada pelas avari as que soffrêra quando encal hada no dia 21 do corrente, como communi– quei a V . Ex. Em confidencial de 22 do corrente participei a V. Ex. que hav ia subiuo uma divisão para explorar o r10 Paraná até a Itati. Como, porém, as aguas cont inuassem a baixar, mandei ordem áquella divisão para v ir encorporar-se à esquadra. Quando vinha a B" divis:-.o rio abaixo, foi hostilisada pel o for te de Itapirú, não soffrendo porem damno algum .
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