A Guerra da triplice alliança

D3 O governo imperial deseja que as potencias amigas posí;am apreciar, em seu imparcial e illustrado juízo, quanto lia de inju to e inaudito nesse temerario procedimento de um governo com quem o Brazil se e forçava por cultiv, r ~ mais benevolas r elações ele vizinhança . ., A Republica do Paraguay, Sr. ministro, vivia sequestrada do com- mercio das outras nações e ameaçada em sua existencia pelo ex-gover– nador Rosas, quando entre o_lla e o Brazil se estabeleceram as mais estreitas r elacões de amizade e reciproca confiança. O in teresse que o governo de Sua Magestacle tomou pela indepenclencia do povo paraguayo foi reconhe– cido pelo proprio governo da Assumpção, e póde ser testemunhado por va rios gabinetes da Europa e da America. Em 1852, alliando- se o Brazil ao Estado Oriental- do Uruguay e a uma importante fracção . da Republica Argentina, contra os seus oppres– sores e inimigos do lmper10, os generaes l{osas e Oribe, o governo impe– rial convidou logo o do Paraguay para essa cruzada de honra e de interesse commum, não pela necessidade de sua cooperação, mas como garantia elo fut uro reconhecimento de sua indepenclencia pela nação argen– tina. O governo paraguayo, porém, obrigado por pactos preexistentes entre elle e o do Brazil , a tomar parte activa naquella triplice alliança, apenas prestou-lhe uma adhesão nornmal: poupou-se a todos os nnus, reservando- e, todavia, o direito de participar dos beneficios que r esultassem e effecti– vamente r esultaram dos e. forros do Imperio e dos seus alliados. Abertos os afHuentes do Rio da Prata à navegação dos ribeirinhos o de todo mundo civilisado, o governo paraguayo fo i o primeiro a utili ar- se da concessão dos alliados, mas po r sua parte consenou o Alto P araguay fechado a todas as bandeiras, mesmo as cio Brazil, ela Republica Argen– tina e do Estarlo Oriental , ás quaes não perm1tiia passar além da Assumprão . E ·ta. dcnega~ão do Paraguay não ora uma :simples falta de reciprocidade, era a postergação de principias estipulados entre o Brazil e a Republica por um tratado solemne, o de 25 de Dezembro de 1850. A provincia braz ileira de Mato-Grosso, que encerra em si elementos ele grande prosperidade, continuou privada da navegação exte rior, como antes estivera a Republica ,do P aragua,r, n:to ja pelo poder ominoso do governador Rosa , mas pela. vontade arbi t1mria do gm·erno da" Assump ão . As~im permaneceu aquella província desde l i:159 até 1856, quatro longos annos depois de franqueada a navegação do Prata e de seus affiuente por todos os outros ribeirinhos. Tüo inju sto e irritante procedimento do governo paraguayo esteve a ponto de provocar uma guerra com o Brazil; e. té, porém, a soube e_vitar p~la sua moderação, não ob tante os custosos preparativos que já tmha feito para sustentar pela arma· o seu direito. Em 185G as ig– naram-se na côl' o do Rio de Janeiro dua convenções que puzeram termo áquella conj unctura Uma destas convenções adiava a que tão cio limites, cau a principal da co_ntenda, porque o governo J araguayo jit não admitt(ü nenhuma das soluçoes_ que antes _propuzera, n~m OL~Lra. mais vantajo~ à Republica . qn~ enta.o ~he offerec_1a o gove rno 1mper1a.l. A segunda as, egurava á ban– deira braz!leu:a o livro tran ito pelo rio commum, com ~sta restric ão a que. o Impeno accedeu por amor da paz,-que ó dou • navios de guerra poderiam pa ·sar pelas aguas da Republica para O terrilori o braziloiro do Alto Paraguay. Apenas promulgado o referi,lo accôrlo a~ 1 igave1, o governo para– gaayo annnllon-o do facto, ~uj eitando a navrgaç,10 cnmm itm a r gu-

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