A Guerra da triplice alliança

O governo de Montevidéu, entretanto, que abandonara aquelles seus defensores à sua scrte, entregava-se na capital aos maiores excessos contra o Brazil e os Brazileiros nella residentes, aos quaes tem pre– tendido obrigar a tomar até as armas contra sua patria. Todos estes actos justificam as hostilidades que o Jmperio faz actualmente ao mes!no governo, que, alliando-se à Rep :1blica do Paraguay, e impellindo-a a declarar-nos a guerra, ê respon ·avel peb invasão barbara que as for··as daquella Republica acabam de operar na inde– feza provincia de Mato-Grosso, que rnpousava tranquilla na fé dos tratados subsistentes entre os dous paizes. Taes são, Sr. contra-almirante, as razões fortes e ponderosas que obrigam o goyerno imperial a ' vir tomar um desforço, digno de uma nação civilisada, de um governo que assim o tem pro r ocado cons– tant emente, e que se tem constituiu.o em uma ameaça permanente para t odos os inter esses plantados nestes paizes por sua alliança com todos os elementos do crime e da barbaria de que se cerca, e com que couta. para sua defeza. E' não só uma r epara~· ão nacional que exigimos hoje com a· al'rnas na mão, corno um acto de humanidade e civilisação a guerra que sustentamo: contra. um governo que queima tratados publico ·, com– missiona ban<lo:s de salteadore. para incendiar, pilhar e assassinar povoações brazileiras da fronteira, e que publicamente espolia os esta– belecimentos bancarias, e a populaç1:io nacional e estrangeira. A missão, pois, do exercito e marinha imperial, unidos ao exer– cito libertador, ao apresentar-se em frente a Montevtdéu, unico ponto da Republica Ori ental que a inda. n rto se submetteu á autoridade do dis– tincto chefe c1.a revoluç.ão oriental, que representa os princípios de ordem e de liberdade para sua patria, està definida. No exercício dos direitos da guerra qne a lei das nações nos concede , temos a intenção ele fazer o menor mal possivel aos interesses pa r ticubres , quer dos nacionaes, qner do •; neutros, sem prejuízo, porém, das operações necessarias, que se h10 de l evar a effeito, para fazer o maior damno possivel ao inimigo. nos pontos que escolheu para sua clefoza no ceniro da cidade ; o qne julgo conveniente levar ao conheci– mento do V. Ex.. com antecedencia, pa ra tomar a resolução que lho pa recer mai · util. e1_11 r elação aos seu~ compatriotas r esidentes na praça, que não pócle r e 1stir às f-.>r ças super10res que a vão atacar por terra e por mar. Devo ao mesmo t omp prevenir a V. Ex. que do hoje em diante fica bloqueado o porto do ~ ontevideo, e marcado o pra o de sete dia, , qne serão contados cl esde Já, para se r etirarem os navios do ancoradouro in terior e se pôrem em franquia, em posi~·ão que nüo em– ba racem• a· opora' õos, podendo no te ponto permanecer o tempo que p rnci~;arem para comp1etar seus carregamentos, se tiverem de receber estes fôra da praça . Pre_enchido o fim a que me proponho, ao clirig',ir a V. Ex . e ·ta commurnca ão, que se dignará rlar della conhecimenlo, ao seu governo, a1~roveilo ~ op11or.t.unicla<le para apre e11tar a V. Ex. . os prote -tos <lo rnmlrn subida cons1deraç-LO e apreço. Ao Sr. contra-almirante, comu1an<lanto da· forças navae'> do ... Harão elo Tarnandaré •

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