A Guerra da triplice alliança

48 sendo _que jâ se manifestaram em actos da mais directa hostilidade ao Brazil por parte tla Republica do Paraguay . A historia e o direilo das gentes nos ensinam qu~ , quando as contendas inlemacionae~ chegam á emergencia de um nllimalw;i, e a este segue-se o rompimento da relaç ·es diplomaticas e ao emprego r e– ciproco de represalias, a consequencia immediata, pr evista e inevitavel é a guerra . A guerra, era, . portanto, o estatlo em que se achava o Ilrazil com o go,·erno de l\1ontevidéo, posto que attenuacla em seus effeitos legacs pela extrema moderação do governo imperial ; o qual , só depois de con -trangiclo pelo procedimento cada vez mais aggr av~nte da parte 6ffon ·ora, r ecorreu a medidas de maior rigor, quaes o bloqueio dos portos do Salto e P a_v ·andú, sobre a costa do Urnguay, e o ataque d'e ta ultima pra~a, ass ignalada para ser o cen tro das hostil idades que se machinanun con tra o Imperio. O governo de NlonteYideo allegou igno rar a natureza e alcance de seus prnprio"l actos, mas apenas viu de facto r ealisada a sua al– li.a.nça com o gornrno paraguayo, entregou-se ao mais frenetico enthu– siasmo, lançando- nos pela sua impren a official a· mais affrontosas diatribes, fechando os seus portos ao commercio p:1cifico dos dous paizes, e offerecendo á civilisaçJo ínoderna esse r epugnante espectaéulo da queima dos autographo · dos tratados subsistentes entre o Imperio e a Republica. Em pre ·ença de t odo os factos e circumstancias que o abaixo assignado acaba de recordar, o e Lado de guerra en tre o Braz il e o governo de iiontevi<léo não é de certo um facto novo e imprev isto , cuja ,. uperveniencia exigisse novas manifestações da part e do governo imperial ao da Republica Argentina, em cuja illustração e amizacle elle tanto confia. O objecto desta commu nica··ão, Sr. ministro , é de– finir a noni. posi'·ão que os acontecimentos crearam ao governo impe– rial relativamente á luta interna da Republica Oriental. O governo de Sua Magestade, como o abaixo a.-signado já obse1·vou, calando seu intimo juízo sobre a · causas que originaram uma nova guerra civil naquelle Estado limiteophe, e dominando as apprehensões que não p dia deixar ele su citar-lhe a se rie de tantos attentados im– pune1ncmte perpetrados contra os re ·i<lentes brazileiros, se havia prc.-– cripto a mais prutlente neutralicladc entre o general Flôr e e o goYerno ele i\Iontevicléo . Não procedia assim porque lhe fo se inclifferente a pa · cificação da Republica, ma · p:.>r ficlelitlade ás maximas de ·ua })OliLicá externa, que não a<lmitte as intervenções si não como caso raros e expecionae ·. Hoje, porém, es ·a neutralidade não é mais compatível com a se– gurança e interesses essenciaes do Brazil , e de facto cessou, como segu– ramente o terá notado o goYer no a rgent ino, desde os successos quc :e prorluziram em frente de Pay~andú, onde ac:; armas do Brazil se acharam naturalmente alliadas ás do exercito oriental que commanda o general Flôres. U govel'no imperial tem hoje o direito e o deYer de n u.o limi– tar-se à simples reparação de seus proprios aggravos, na luta armaria a que o provocou o governo de Montevidéo. fü1o só a hurnanidade, mas tambcm a rma segurança exige que elle contribúa ao mesmo tempo para o restabelecimento da paz da Re- 1mblica. O governo imperial preencherá e ta dupla missão procedendo de

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