A Guerra da triplice alliança
suas expediçõe não ha,ia1a pa ·sado de golpes vibrados no ar, e que a verdadeira guerra só então ia principiar. . . . No dia 23 de ovembro sahiu elle de Humaitá (1) e dmgm-se para o acampamento do Paso de la Patria, onde est~vam as tropas chegadas de Corrientes, e gemiam em grilhões os prisioneiros e desertores sob o pretexto de serem traidores ou suspeitos. F,oram elles _amontoa– dos em ranchos e algum tempo depois levados para Hnma!Lá, onde ficaram expostos ao bomdardeio dos Alliados. Os que escaparam do fogo, fo!'am suppliciados ou pereceram a braços com a miseria. O ge– neral Ro bles foi levado acorrentado de Humaitá para o Paso de la Patria, e submettido a um processo $ecreto, juntamente com a maior parte dos officiaes que haviam servido ás' suas ordens no exercito do sul. O general e cinco officiaes superiores foram crmdemnados á morte . Apeitas se formou o conselho de guerra, appareceram padres no rancho, que servia de prisão, a darem a todos a extrema uncçã.o, tal era a cer– teza que havia dd. sen t,:mça, a qual foi executada em presença de todas as tropas ahi existentes. Robles teve licença de ir a cavallo pafa o. lugar do supplicio, e seus companheiros foram transportados em carretas . Morrecam fuzilados dentro de um grande quadrado formado pelas tropa.·, o general Robles (2), o coronel Martinez, que defendêra Corrientes contra o ataque de P a une r o em 25 de Maio do anno anterior, e mais quatro officiaes do cstatl0-maior. Os outros receberam o perdão depois de terem curtido o ter1 or da morte (3). Os proprios officiaes e soldados que, escapando á capitulação de Uruguayana, haviam voltauo ao Paraguay no meio dé indisiveis soffrimentos e perigos, viram-se tra– tados com extrema desconfi anr:-::i. . Depois de- terem ficado por algum tempo acampados longe das outras tropas, foram por fim distribuídos indivi– dualmente por differentes corpos. Já nesta occasião Lopez realisava as ameaças que proferira em Humaita sob a impressão de seus reveze ·. O inglez Thompson, que o serviu com dedicação, conta a este re ·– peito os seguintes factos : « Lopez vivia com o temor continuo de ser assassinado, e á noite sua casa era rodeada por um duplo cordão de sentinellas. Ultimamente tinha um triplice cordão. Durante o dia eram retiradas essas sentinellas, servindo de corpo de guarda um galpão a cn.rta distancia da casa. A gente que C:.esejava vel-o tinha que esperar no mesmo galpão. Uma tarde em que eu ahi esperava para fallar-lhe, assim como muitos outro o!ficiaes, um sargento da guarda travou conversação comigo. Momentos depois notei grande movimento. Ajudantes e officiaes entravam e sahiam do aposento de Lopez; a guarda era rendida e seguiam presos todos os officiae , que estavam comigo no galpão. Chegou-se a mim um dos ajudantes do presidente e disse-me: « Sua Ex. digna-se ordenar-vos « que amanhã de manhã cedo apresenteis por escripto o teor de toda a « conver sa que acabais de t er com o sargento. » Retirei-me ju~ando não poder lembrar-me nem da vigesima parte da disparatada conversa (1) No dia 29 de Novembro (Vcj. Semana-rio, Revista del mez lo de Df>zembro).– Lop~z tinha então _no Passo da Patria, sf>gundo_ Thompson, 80,000 homens promptos, con tinuando com vigor o recrutamento. A 1Iuma1tá mandou buscar mais artilharia de campanha, reunindo no Passo da Patria cerca de 100 canhões -Em .Janeiro do 18136 es!nvum .nas vlsinhanças elo Passo da Patria 30,000 brazileiros, 13,000 argentinos e 2,.100 or1entaes. (2) Segund o o Semanario, foram fuzilados 110 dia 8 de Janeiro de 1866 o gernwnl Rohl ea, o capitão Valiente, o alferes Go.una e o soldado Villnlva. :}) Vej. Thompson , Cap. IX,
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0