A Guerra da triplice alliança
' 197 que se deram nas margens do Uruguay, desde l\laio até fins de Se– tembro de 1865, forneceo-nos uma intero,sante e -reridica expo ição o autor da « Historia da Republica J e:::·:itica do Paraguay » (Rio de J a– neiro, 1863) (1) . Elle diz-nos (2): «. . . Como temos -risto, mna parte do exercito :nimigo effectuou com muita velocidade sua passagem elo rio Uruguay no dia 10 ele Junho . A's 9 horas lancavam suas canoas ao rio e embarca-ram, e ainda não eram 11 horas ·quando uma força sua r espeitavel se achava desem– L·arcada no territorio brazileiro a meia legua ele S. Borja. Som o opportnno apparecimento elo 1 ° batalhão de voluntarias da patria, ante· do meio dia, o inimigo teria entrado na villa.. .. No dia 10 ra ·saram uns 4,CO J homens ele infantaria, algumas peça ele arlilharia, e tambem alguma cavallaria. No dia 11 passaram o resto ela infantaria, e no dia 12 a cavallaria, as carretcu:, as munições de guerra. . . Os chefes do exercito paraguayo determinaram fazer sua entrada em 8. Borja no dia 12 de Junho .. . e deram ordem a seus sanguinarios soldados de matar todas as creaturas humanas que encontrassem dentro ela villa, sem ex.cep– tuar creanças, mulhem , velho· e est ra..ngeiros, pondo som embargo urna ex.cepção a favor das moças que os chefe· r eservavam para si , e elo vigario a quem e tavam encarregados de runir . . . O que valeu aos mora– dores que se t inham deixado ficar até este dia cm S Borja , foi a pre– sen(a no exercito paragnayo ele dous irmãos, officiae'l orientaes , filhos de estrangeiros, c1ue, escapando- e de P arandu , e tinham ido r cfugiat· no Paraguay.. . . Ao ouvi rem a ordem barbara, elles an imaram-se a obser var que sua oxecnç ío mancharia a ro pnta.(,:ão do exercito para– guayo e attrahil'ia grande responsabilidade sobro o govPr no supremo do P araguay, pois que em S. Borja havia estrangei ro , cujos governo· pediriam conta-; pela morte ele seus sulxlitos; e que os Brazileiros, ape ar el o nas más qualidades, não procediam assim, como elle me: mos foram t c:temunhas , p:>is que antes de atacar P aysanclú concederam um prazo, ROm fazerem fogo, pa ra que .-·e retira ·sem ela cidade as familia e toda · as pessoas que o quize:sem fazer; que quando ent ra ram na praça, dorois de tomada, ainda re peitaram as poucas fam ilias que ahi encontraram . Felizmente prevaleceo este parecer. Dizem que estes officiaes eram os Salvagnac. , « Antes de dar pormenores sobre a entrada do exercito paraguayo cm S . Borja, dom fazer conhecer sous chefe· ... <( O commc1nrlante, ou chefe apparente elo exercito invaso r, era oo cro– nel Antonio de la Ci•uz Estigarribia, do dist ricto ele Yaguaron, homem de seuc:; 40 e tantos anno , a1to, t rigueiro, nem grosso nem delgado ele corpo, taciturno, as~az incorrecto no fa.llar o he:panhol, expres~a.nclo- se qnasi xemprc em g-uaran.v, e bom militar, mui perito para fazer manobrar a' tropas, endo aliás grosse iro, torpe o deva. . o, porém menos cruel que o frade .... que o acompanhaYa .... .'antiago E 'l t e vão Duart e Lopez, qne 0ra o verdadeiro commandantc. O frade D u a d o ó natural cio di~tricto ele caai, onde seu pao, posto qne pobre, é juiz de paz e commissal'io . O frad e 6 homem elo ·eus 30 e tanto.- annos, branco. de e. tatura regu iar, gro.,so ele corpo, conver– sador e mui Yivaz.. . l Jizem qu e tem muita intelligcncia e astucia, (l) A Jiist~ria da Repttblicre_Jesiiitic~ elo Po1·aouay pelo conego Joiio Pedro Gay, •i~ar_io de , . Bof)a, foi Impressa em rnG:3 na Revista do Instituto IIislorico e Geogra.phico do Brnz1J. (~) _O trabalho a que o antor quer referir-se é o folheto-t,n,,,sffo p't1·agua11a n a (runteirn bra.nleira do Umgu.a__JJ desde 10 cltJ Jimho até 18 e/,: S<Jtembro 18-i5 - impresso no Rio de Janeiro em 18(;-t, Typ. de J . Villoneuve & e.
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