A Guerra da triplice alliança

185 pagou seu acto de coragem com avultadas perdas (1). Tendo succum– bido o piloto, o proprio almirante Mura to ri tomou conta do leme, mas era impossivel , por causa do, estrondo das -f)eças, ouvir as indicações do pratico de bordo. Seu ajudante F e rT e foi morto a seu lado e o tenente E n ri que P y, foi trespassado por uma bal a ao lado de seu pai. O navio chegou a Buenos- Aires em tal estado de ruína, que o almirante Ta ma 11 d a ré recusou deixal- o tomar parte nas opel'ações contra Humaità, declarando- o completamente incapaz de' serviço (2). Mais tarde, confrontadas as observações feitas de bordo dos navios, verificou se a seguinte cl isposição e armamento da baterias levantadas na margem: a primeira de 4 reças atira rn à flôr d'agua, a segunda de 14 pe~as estava entrincheirada em uma eminencia, a terceira e a qrn:irta constavam cada uma de 16 peças grandes, porém di'tantes umas das outras, de modo que não constituíam propriamente uma bateria, mas uma serie de plata- fórmas para cada pec:a . O combate durou 45 minutos. No Guw·clia Nacional foram desmonradas 2 de suas 6 peças . Apreciando estes successos, n::io se póde expl icar porque motivo os navios da divisão não passaram durante a noite esses lugares estreitos do rio (3) . Certamente este meio tão simples deixou ele ser empregado por valiosíssimos motivos topographicos, que n'lo occorrem na analyse critica dos factos. Tarnbem não se explicou porque a marcha da esquadra deixou de ser apoiada e protegida por alguma operação em terra, de Goya (1) O Sr. Sclrneider deixou-se i mpre<sionar pP!as pomposas narrações de uma par.te ti a imprensa argentina, que, exagernndo o risco que correu no combate o Guardia Nac ional, nproveitou n ens,,jo para manisfestnr mais um a vez a sua má vontade contra vs Brazi– leiros. Al guns j,)l'nnes argentinos disseram ató que emquanLo os navios brazil1>iros, fu– gindo. desciam a toda a forçA, o Guai·dia Nacional parava diante de Cuevas o fazin calar a artilharia paraguaya. Sabe-se, ontrelanto, que alraz do vapor ar~entino navcN::tvam muitos o ,tros brnzileiros, que se reta.rdnram urnis, e entre elles o Ypiranga q;1e~ pelo seu pouco andar, teve de support·ir só o fogo de to ta a bateria paragnaya. Como dissemos j:\, é uma falsidade o que assegura Thompson a respe ito dos navios brazileiros: « Não se via d'esta vez viva alma sobre a coberta; todos os Brazileiros se mantiveram 110 porão. » No Cúnvez dos nossos navios ficaram todos os officiaes de marinha o do exercito que estavam n bordo, e os marinheiros e soldados necessarios para o serviço das peças, pnrn o de atira– dores e para a manobra. O Giiai·dia Nacional porLou-sc bem, mas 11ão exc0deu a ncnilum dos navios brazileiros. Isto mesmo rtico nheceu o chefe l'.lluratori ao ler, envergonhado, segundo referem testemunhas oculares, as rid ículas exageraç0es de alguns jornaes, que injuriavam a marinha brazlleira e exaltavam em todos os tons o heroísmo incomp1ra vel do Gua,·dia Nacional. O traductor da obra de l'.lfasterman àiz a este respeito em uma nota: " Solamente el vapor argentino Gua,·dia Nacional, buque mercante y viejo, pasó las b1terins bnciendo fllego con su tripolacion sobre cubierta; este (ué el imico buque que se compor tó büarra– mente, segLm la expresion dei Sr. Thompson. " O combate de Cuevas foi o unico n'essa guerra em que figurou um navio argentino; d'ahi todo o alarido que fizeram os nossos visinhos. Para exaltar as suas glorias, porém, nã,1 preci, avam depn,nir tanto esqes mari– nheiros, siius alliados, que se haviam llatid,i cm Paysandú, em Riachuelo e Mercedes. A operação que se fez em Cuevas fui a mesma que n marinh·1 imperial execu tou ns ordens de Barroso em M~rcedes, e, annos antes (18) 1}, á, de Greenícll no Ton elero. Jli. t.inham, portanto, os nossos mari ,heiros a experiencia cJ'esse genero de combates. (JLLanto a avarias, n Amll.Zonas, a Yp'iranga, a Itajahy o a J\lagiJ sofl'rer.1m muito maiores que o Guardir; Nacional : e~te recebeu 27 tiros, a Ama..onag t,ivo no costa io ma•s rle -LO balas, e os outros tres vapores qu11 inllicamos recebenm 30 e tant-is cada um . Quanto uo prejuízo no pessoal, teve o vap,1r argeu tino, corno ja vimos, 3 mortos e 6 feridos: a Bebc~·ibe e a llajahy solJreram um pouco mais, por,1ue t.iveram, a primeira, 5 mortos e 9 feridos, e n segunda 3 mortos e 8 feridos. As g11amições d'esses navios, entretanto, uüo atroaram os aros pretendendo pela passagem de Cuevas as palmas do h eroísmo. C11mpriram o sou dever e com isso ficaram contentes. (2) O Guardia Nacional continuou a servir, e ainda hojo ó um dos vazos da esquadra argentina. (3) Justamente por serem esses c1naes mui 03trcitos o tortuosos, scri, gr,rnclo lmprn– dencia investil-os á noite com uma esquadra de navios tolos de muito CllnLlo, princ1p.il– mente sendo a passagem aguas abaixo.

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