A Guerra da triplice alliança

161 Duas circumstancias incommodavam especialmente a Lop ez : a e - quadra brazileira, que elle não podia deixar penetrar no Paraguay sem ficar reduzido exclusivamente á defensiva, e aquella opulenta região, de cujos portos e emporios commerciaes os Alliagos desirnpedidamente hauriam copiosos recur os em larga escala. Centra a esquadra brazileira queria e devia elle arriscar a sua . Para neutralisar os, meios de abas– tecimento, que os Alliados encontravam nas dilatadas terras sitas adiante da sua linha de -operações, tratúr.a de entabolar r el açõe com os chefes do partido blanco do Estado Oriental e com U r q ui z a, be°:1 que não ignorasse a sua vel'satilidade. Quando este, depois de .a :y-gnado o tratado ela Triplice Alliança, sahio de Buenos- Aires para r eunir suas milícias em Entre- Rios, o presidente Mitr e o acompanhou até ao 1)onto de embarque e, despedindo .-e delicadamente, exclamou : « Apressai- vos, general ! » _ Ne e momento approximou- ·e um mensageiro do presidente L o p e z e entregou a U rq u iza uma carta do seu El- Supremo (1). Urq ui za reconheceu pelo . obre-escripto de quem era e entregou- a fechada, como estava, ao presidente Mi t r e. Depois de tal prova de . in– ceridade, era impossível duvidar, e Mitre manifestou pelo menos illirnitada confiança, até que as scenas de Basualclo lhe demonstra– ram o engano em que laboraYa. Não obstante, tentou Lop ez ainda uma vez angariat U r q ui z a ao seus plano , dirigindo-se ao mesmo tempo a outras pessoas influentes em Entre-Rios, que não sabiam explicar a subita mudança de opinião da parte do governador. Apezar de antici– parmos aos acontecimento , não julgamos inopportuno inserir aqu i a narração destes succe sos . 'o mez immediato ao de sua volta ele Buenos-Aire, tmhajá Urquiza 'reunido 10,000 homens de milicias em Entre-Rios, na m,aior parte ca– vallaria de l egítimos gaúchos Armas e munições, forneceu-as l\i i t r e ; o soldo pagou elle mesmo de seu opulentíssimo bolso. Não se apre– sentou com o seu contingente no acampamento da Concordia, porque não queria sugeitar a selvagem bravura de seus gaúchos ao con tran– gimento disciplinar, que o· generaes brazileiros exigiam de cada divi:ão do futuro exercito de operações . Concentrou suas tropas em Basualdo, e ahi aguardou o signal para conduzir contra os P araguayos a van– guarda, que lhe fôra confiada. Entreteve relações de amizade com os generaes do acampamento da Concordia, deixando só de manifestar confian ~a em F 1ores. Em uma de suas visitas a esse acampamento foi sor– prendido pela noticia de que quasi todo o seu contingente se dispe rsàra, sublevando-se contra elle, ou ant es contra a Alliança. Depois de ter participarlo o aco1\tecimento a Mitre, tornou para Basualdo e ence– tou medidas repressivas contra os sublevados, licenciando por um mez os que tinham ficado fi eis. Escreveu entio a Mitre que ne. te succes-o diroit.n para R. osquerda. O dislinctivo do ullimo grá() (grã cruz), era além d1 insígnia de grnnde official um colhr form·1do de poquen'ls estrelhs uni,hs entre si em numero de 9 de crida hdo, pendendo nrt frente a estrella do grande oflichl. Vê-se que o arrerne 10 era fhgrante. O mais curioso é que a grã-cruz, no estrangeiro, só podia ser dada aos Imperadores e Reis e não aos Presidentes de Republica, quando, como se sabe, estes podem receber grã-cruzes das ordens existéntes nos paizPs monarchicos. Eis o art. 8• dos Estatutos da Ordem do ,"ltc,·ito (Vej. S cmanario de 29 de Abril de 18t,5): « Art. 3. 0 A mas dei Presidente de la Republica, la Gran Oruz podrá solo coi1ferirse en el Pais ai Mariscai de sus Ej'lrcitos y ai Gefe de la Jglesla dei Estado, y en el estrangero unicam~nte a los gcfes vitalicws de E stados Sobera,10s. ,1 (1) Uma carta de Berges, segundo o S emanado.

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