A Guerra da triplice alliança
14-1 e Decoud, uma legião destinada a debellar o tyranno Lopez, não faltaram exce os, como era natural. A furia popular de encadeou-se contra o agente paraguayo F e lix E g u sq uiza, a quem Mitre mand.ou pôr em custodia, como unico meio de subtrahil-o a chamada l ei de Lynch. Por igual motim mandou-se para a cadeia no Rosa rio ao consul paraguayo Ca mino s , mas nem por isso se ob tou ,que fos em praticadas offensa · contra o con. ulado . Ondas de porn para ahi se dirigiram, arrancaram as armas ela republica do Paraguay, arrasia– r am-n'as até ao rio Paraná _juntamente com o r etrato elo clictador, achado na sala de reeepção elo consul ; no meio de impreca~ ões lan ' aram tudo na agua, lavrando e fazendo publicar nos jornaes uma acta solemne cl"e'ta scena, para. que nã0 fica se a mimma cluYicla .obre as cli.·posi :(es do poYo para com o Paraguay . Este•· dous factos foram mencionados mais tarde por L opez corno prova do barbara procedimento dos Alliados para com elle. Em presença de semelhante exaltação elo povo, que se mostrou dis11osto a todos os sacrificio e não regateou prnmessas pessoaes, tinha o governo que cuidar do nece sario em tão s~ria circumstancias . A Republica Argentina ele modo nenhum e taYa preparada para a g·uerra. Só a província ele Buenos-Aires constituio excev·ão . O pre ·iclent e Mi t 1~ e uão desconhecia que nac:; out ra' doze pl'ov incias da republica não existia igual declica– c·ão, nem a mesma energia 1•ara suppor tar sacrificios . Santa-Fé, ainda c1ue imme<liatamente amearacla, vacillava; Entre-Rios, a julgar pela attitude de U r q ui za, era hostil ao goyemo nacional, e parte ele Corrientes se achan1. em p,der do agressor. Uomo era de razao, taes circumstancias indicaram a in<leclinarnl no– ce~sidado de acção conjuncta da Republica Ar.;·entina e do Brazil. Este já estava alliado a Republ ica Oriental con tr.L o Paraguay, desde a in tallação do governo de Flor e s; . e a0 rece rn-chegado plenipotenc ia rio elo Imperio, conselheiro F . Oe t a v i a no, que fora substituir o conselheiro Paranhos, coube aproveitar afavoravel situa~ão, creada pelo proprio Lopez, para concl uir a nova all iança . As ba es jú haYiam sido e tabe– l ecidas pelac; negociações do conselheiro Par a nho s com o general F 1or e:, em virtude das quaes e effect uára a l iga elo Estado Oriental com o Brazil contra o governo do Paraguay, de modo que o presi<lento Mitro só tinha propriamente ele adherir a uma fórma pre- estabel ecida 11). A 17 de Abril chegaram a Buenos-Aires as primeiras noticia.~ da aggressão (:!) e já no 1 ° de Maio estava a signado n'essa capital o tratado tla Tri pl ice Alliança. Para e. se fim dirigiu-se a Buenos-Aires o mini tro das r elações (1) Ha engano dn P~criptor. Não estavam assentadas as bases da alliançn. O visconde do Rio-Branco fi zern inuteis esforços para que o presidente Milre so ligasse ,10 Impel"Ío e á Republir;a Oriental. O ge11ernl i\lit ra desejava sin ceramente m&nter-se estranho ó ln ta, em- '' 1,ora fizes~e votos pel!l victoria do Brazil, porque sab iri que a nossa causa era a da civilisAçiio desta ,,arte da Amrric:i. Com eITe ito a Republica Argentina tinha ludo a gan lrnr mantendo se neutral: o nosso ou ro seria derramado a mãos cheias no Rio rta P ratll e nquella repnblicn proRperaria mais qne nunca, p;oZllndo do especl,i1;u\o de n.qsistir a uma luta em que o Jn1- perio, enfmqur.cencto-<e, in tlesti·u1r o poder militar do P.irnguny e facili tar a obra <lil r<'construr:ção do nntii::o vice-reinndo he5panl.Jo1, objccto 'dos sonhos de todos os esladistns argentinos. Lopez, porém, desviou desse proposito o general Mitre, e tornou intle clinavel a alliilnça entre a Republica Argentina e o Brazil. Depois da tom~~ a de ~·2s vapores argen– tinos, entro oa qunes nous de guerra, e dn invasiio de <Jorrientes pFlos Parngnayos, não restava ao governo de Du 0110s Aires l)Utrti nltllrnati va senão levantar a lu va que lho fúra arrúmcssadn, e vingar tifo pungentes aífrontas. As bnse3 do tratado de allia nça nüo haviam sido formuladas an.tcs, como suppõe o autor, pelo visconde do Rio-Branco. (JJ O conselheiro F. Oct.aviano chegou a Buenos Aires no dia IG de abri l e foi recebido pelo govemo argentino no dia 20. (I
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