A Guerra da triplice alliança

l 131 de munições e petrechos bellicos de toda a e pecie, mas nunca o governo se esqueceu de enyiar reforços de tropa e ma~erial de guerra para o Estado Oriental, onde ja em fins de Fevereiro a tropas r etiradas de Montevidéo estavam nas immediações de Mercedes e do Salto, prepa– rando-se para invadir o Paraguay pelo sul. Ahi, não em Mato Grosso, tinha de decidir-se a sorte d::i. · 6·uerra. P.aTá esse ponto tendiam as medidas acloptadas com extraorclinaria energia pelo governo . 8em du– vida era doloroso ao Imperador e a toda a nação deixar uma província inteira entregue aos horrores da guerra, mas o prompto soccorro só era pos ·ivel, se e perdesse de vista o objectivo principal. Os acontecimentos que logo depois e deram comprovaram a justeza com que calcularam os conselheiros militares do Imperador, e nossa 1Josterior narração demon– strará que fôra um erro aceitar a lucta no terreno que So lano Lopez por sua provocação designára . Sabia-se no Rio de Janeiro que se ia pelejar com um inimigo r esoluto, e, pelas informações vindas de Buenos Aires, verificàra-se ser tres vezes maior- o exercito effectivo da pequena Republica do Paraguay do que o do Brazil, onde o governo tinha que regatear com a opposição parl amentar 1.000 homens de mais ou de menos. Em uma nat ão constitucional não se podem ·organisar exércitos com a mesma presteza que n'um paiz regido despoticamente, e no Brazil havia ainda a crear e regularisar t udo aquillo que S o1ano Lop ez já preparára e realisàra com aclmiravel energia. Soffria-se a exprobração ele se ter errado na apreciação elo Paraguay e de seu presidente, e de se ter de encetar agora a campanha contra um inimigo, que pelo numero e natureza ele seu exercito h 4 via de imprimir às operações caracter e dimensõe · não conhecidos até então nas guerras sul-americanas . Servia de consolação o exito feliz do conflicto com o de artilharia do Amazonas. No dia 18 de Julho essa força rennio-se na cidade de Uberaba (Minas) á brigad a mineira, que ás ordens do coronel Galvão, partira em 10 de Maio de Ouro Preto, e que se compunha do batalhão 17 do voluntarios, do corpo fixo de Minas e do corpo poli_cial da mesma provincia. A prime ira forra quo pison o territorio de l\Iato Grosso foi a co lumna do Goyaz, composta de 1 batalhão e 1 esquadrão de cavallaria, ao mando do tenente coronel Mendes Guimarães . Essa força acampou no Coxim no dia 7 de §etembro. e ahi aguardou a chegada das tropns que matchavam de l\Iinas e 8. Paulu, ns quaes, tlepo is de terem ntravessado o territorio das provincia1.. de S. Paulo, Minas e Goyaz, penetraram, em Novembro, no de Mato Grosso, e reunir am-se aos goy3nos, em 20 ele Dezembro, no Coxim . A forç!\ que partio de S. Paulo cflminhou até o Coxim 253 leguils, o a de Ouro P reto 280. Depois avançarnm mnis 83 l /2 leguas ató Nioac, e dahi invadiram o Paraguay, como veremos no segundo volume desta obra. Em _vez de_ 12.0'IU homens, porém, só chegaram a l\Iato Grosso 2.500 homens um a,,mo depois da, invasão. ' Sirv»-nos isto de li ção, para que procuremos sériamente pôr essa provincia em com– JllUllicação directa cou1 a capita! do imperio, sem dependencia da via fluvia l por entre paizes estrangeiros. ~s queixas dos mato-grossenses pcl.D abandono em que se acharam podem ser lid as nos JOt'naes do tempo. A Imp,·1msa, ele Cuyab(;, dizia em 24 de Feve10iro de 1865 : u ... Sotnos filhos do Brazil, pertencemos a esta grande familia. Entretanto , lá se vão 7 longos mezes que nenhuma communicação teo, os do goveTno I A ultima data officlal ó de l/2 rio Julho de 181.i l, e as nota'! do amen ·a do Paraguay são de 30 de Agosto 1 ... » O correspondente do J om al do Cooimercio cm uyab{1 escrevia eu1 18 de l\larço : - « .. Completam-se hoj e 2 mezes_e 20 dias que o fo rle dP Coimbra fo i atacado pelos parn– guayos, e .a pezar de facto tão importante e desastroso, aqui permanecemos no estado o mais dosesperado possivel, sem uma palavra siquer de animação do governo geral. Oitenta dias de _so_trnn:i entos. fazem a_ prova mais exuberayite da nossa resignarão ! A pé Jirme temos res1st1do as notJcias mais aterradoras; a pé un110 dispttsemo-nos a morrer em defesa do nossos lares e da patria, jú que polo governo fom os esquecidos I Não seremos nós mato– grossenses, brazi!eiros lambem? ... Alé hoje nem uma arma, nom um soldado, nem uma ordem I Si se tratasse de eleições teria já vondo um p ,·op,·io para cá, como succedeu em certa occasião em qu e se ex8 ed iu um com ord ens franc1,s para comprar quantos cavallos quizesse, de sorte qua om 3 dias tivemos noticias da côrte.,, »

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