A Guerra da triplice alliança

130 tecimentos e su-ccediam, a autoridades brazileiras desatinaram de iodo: só mais tarde reappareceu a energia. No Rio de Janeiro produziram essas noticias um effeito fulminante. Não se tinha contado com a invasão paraguaya n'es. a direcção com elementos taes e com um exercito tão bem disciplina<lo, e reconheceu- se o deleixo que tinha ha,ido para com aquella longinqua província (1). Desenvolveu- se logo febril actividacle em todos os semidos, mas nem assim se satisfazia á indignação e á impaciencia publica. Todos sentiram as fataes consequencias das doutrinas anti- militares do parlamento, que nem sequer permittiram o aproveitamento das forças defensin 1s ela nação . Agora queriam tudo remediar de pancada . Todos quanto · pod iam pegar em armas tinham que ir para l\1ato Grosso ; com o· maiores e:forços e com iodos os sacrificio. po ivei · deYia- e repellir o inimigo d'aq uella provincia. O orgulho nacional acha rn- ~e offeud ido ; o coração do povo pulsava agitado; todas as paixões atearam- se com maxima inten ·idade e concentraram-se n'urn ponto : - Vingança por e ·sa atroz, inaudita, impercloavel offensa. feita ao Bt•azil ! Os conselheiros militares do Im}}erador não se deixaram desvairar por esses ruido os desabafo . Reconheceram que a inva ão paraguaya, acarretando inevitavel e longa guerra, não pa·· ª"ª em Mato Gro. ·o de uma serie de golpes ,ibrados no ar, e, com quanto fosse momentanea– mente effectii;-a e feliz, não faria pender para o dictador Lopez a balança dos futuros destinos. Generaes e estadi tas experimentados comprehemliam que o Jlaraguay só poderia ser efficazmente aggrediclo pelo sul, onde era po. si,·el o concurso rla e. quadra, e S o 1 a n o Lop ez , na previsão d'e ·ta. contingencia, j~L re ·olvêra a expedição ele Mato Grosso com o fim de dispersar as forças militares do Brazil e enfraquecer portanto o ataque, que o ameaçava por esse lado. Ec;sa combinação t eria sido muito acertada, se o Brazil se houvesse compromettido em operações de uma e. trategia aleatoria. Jo Rio de Jane iro não houve semelhante illusão: mandaram- ·e algumas tropas regular e · para S. Paulo e Goyaz, proYincias limitrophe. , onde deYiam . ervir ele nucleo para urna leva ele 12.000 homen · da guarda nacional (2) ; pozeram-se em movimento tran portes (1) Esse deleixo não póde ser imputado ao gabinote Caxias, mas ao que lhe sue• cedeu, o qual deixou de tomar as med idas que aquelle ministerio, por bem entendida previdencia, ia tomando. O gabinete de 30 de Maio de 1862 (marquez ele Olinda) foi o que operou a transição política que terminou em 1863 pela dissolução da camara dos deputados. N'esse anno u governo e o partido dominante estaYam muito preoccupados com RS eleições para poderem pen$al' no Paraguay e na provincia de Mato Grosso. O ministerio de 31 de Agosto poderia até certo ponLo reparar o mal, se, apoz a ameaça do Paraguay, de que nenhum caso se fez, adoptasse providencias promptas e energicas. Avisado em tempo, o presidente de Mato Grosso tet'ia desde logo mobilisado a guanla nacional. melhorado a fortiücação de Coimbra, completando-a com a do morro fronteiro, e accun,ulado forças na fronteira. Tudo o que fez o gabinete Furtado foi eI\viar para Mato Grosso em fins de Outubro um presidente e 400:000#000 em notas do thesouro. 'l'ambem, de!)ois da invasão da provincin, escrevia o ministro dos negocios estran– geiros em 7 de Janeiro o seguinte. « •. . . Façam os pw,·aguayos o que qui:ruem, não :r,o– dendo batel-os ao mesmo tempo que aos blancos do Estado Oriental, só havemos tratar séria e exclusivamente daquelles depois de desembaraçados do Urngnay. » , (2) Poram, com effeito, chamados âs armas 12.000 guardas nacionaes de Minaa, S. l'aulo e Goyaz, mas nunca se poude reunir nas tres províncias uma força ti'io consi– der'\vel para marchar em soccorro de Mato Grosso. No dia l o elo Abril de 18ú3 snhiram rio Eio tle Janeiro para Santos o coronel Dra.g;o, nomeado presitlenlo e commandante <llls armas de Mato Grosso, a commissão de engenheiros e varios empregados da exped ição. No dia 10 parlimm de S. Paulo, com o referido coronol, o corpo de infantaria de S. Paulo, o corpo policial da mesma província, o corpo fixo da pYovincia do P,n<iná o nma com– panhia cio cavallaria de 8. t'a11lo, reunindo-se-lhes depois, em Campinas, um contingente ,. 1

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