A Guerra da triplice alliança
100 em l iberdade, mais tar de, 42 homens da tripolação, permittindo-se-lhe~ l'arlir para Buenos- Aires . Os míseros empregados do gove rno brazileiro foram sujeitos ao peior t ratamento. e nenhum delles sobreviveu â guerra. Foram internados pelo paiz, e morreram principalmente de fome, por– que ninguem ousava dar-lhes cousa alguma , ainda que Solano Lopez tivesse marcado par a cada um del_les uma ração inteira e o meio soldo de uma praça de pret. O coronel Ca rn e iro d e Campos e seis de seus companheiros de infortunio foram levados, no verão de 1867, .para o acampamento de Paso Pocu, perto de Humaitá , onde pereceram na mais compl eta miseria ; e o coronel, no dia em que foi sor_erendido o acam– pamento dos alliados cm Tuy uti, morreu de desgosto ao r eceber a no– ticia dessa supposta victoria do Paraguay . Quando Humaitá cahiu em poder dos Alliados achou se uma carta do infeliz ,' escripta a lapis, e endereçada a sua esposa, na qual se despedia da familia, e fazia uma horrorosa descripçã.o dos tormentos por que passár a. O carregamento do J.11a1·que~ de Olinda foi vendido em hasta: publica e o producto applicado aos preparativos bellicos. Fez-se tambem uma tentativa para t rocar em Buenos-Aires os 400 contos em notas do thesouro, mas o consul brazil~iro avisou pelos jornaes, que esse dinheiro roubado n Jo t inha mais valor. O paquete brazileiro foi ar– mado com quatro peças e incorporado à esquadra da r epublica. No dia 17 de Novembro, ist o é, ainda durante a estada do mi– nistro imperial em Assumpção, enviou o minist ro Berge s uma circular a seus agentes diplomaticos e ás legações estrangeiras nos paizes do Prata, communicando o rompiment o de relações com o Brazil e decla– rando que, apezar da guerra, não ficava prohibida aos naYios neutros a navegação para Mato-Grosso. Uma testemunha ocular assim nos aescreve as scenas que se deram em Assump~ão: -« E ' bem claro o proposito do ministro B er g e s , communicando ao ministro brazileiro a interrupção das rel aç ~e'3 diplomaticas e a pro– hibição de navegarem os navios brazileiros para Mato-Grosso só no dia seguinte ao aprisionamento do J.11 arquez de Olinda . E ' mais que provavel que a nota de 12 tenha sido escripta depois de perpetrada a violencia, e com o unico fim de attenual-a . E:ó assim se explica o facto <le, na resposta ao protesto do ministro brazileiro, nada se dizer a respeito do 1lf arque::; ele Olinda. Foi Mr. Wa s h b u rn quem disr,uadiu o ministro brazileiro de emprehender a viagem de retirada por t erra, aconse– lhando-o que não aceitasse uma escolta de Paraguayos, pois a viagem seria peno ·a por causa dos màos caminhos, pelo calor e pel as inun– dações, e porque a familia e pe ·soal da legação correriam risco de serem assassinados, podendo a sua morte ser facilmente attribuida aos selvagens nomadas. N'este ultimo caso, para se disfarçar o acto, man– dar-se-hiam fusilar alguns soldados. Um tal acontecimento era bem para receiar, pois o minis tro brazileiro nunca se deixára atemorisar pelo proceder de Lop e z, que na qualidade de El Supremo est ava affeito ás mais vis bajulações. Tambem não procuràra captar as sympathias da amasia do presidente, e por isso ao odio político associou- se o despeito pessoal. Mr. W as h bu r n ainda era então admirador do presidente Lop e z e por isso gosava de consideração. Assim, mais facil era a elle, do que a qualquer outro, proteger a legação brazileira, mas nem por isso é menor o seu merito por tel-o feito. Basta o se– guinte facto para demonstrar com que rancor se procedeu em Assumpçiio contra os prisioneiros do M arquez de Olinda. Todos os dias de manhã
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