A Guerra da triplice alliança

88 recrutamento, não havia serviço militar obrigatorio, nem regulamentos para as promoções e pensões. Quem o dictador julgava poder ser bom soldado " os indivíduos designados -::omo taes pelos cabildo: das ci– dades, eram alistados no exercito e serviam pelo tempo que o dictador queria . Tudo dependia da vontade de F r a n ci a . Deu- se uma modi– ficação no tempo de seu successor Carlos Antonio Lopez, que não sabendo o que fazer dos soldados veteranos e traquejado· no ser– viço ele policia, com elle organi ou uma reserva . Vendo om torno do Paraguay o espectaculo ele guardas nacionaes revolucionados e mi– lícias adherindo a movimentos políticos, elle e seu filho compre– henderam, como havia comprehendido seu antecessor, que em mi– litança nada se consegue com meia medidas. Adaptou por i so o systema ele levas annuaes de recrutas, severa disciplina em corpos permanentes, classes ele reserva, conscrip~ão annual µara exercicios com o exercito permanente, e obrigação de voltar ás fileiras por oc– casrno de qualquer guerra, isto é o syst ema prussiano com as modi– ficações exigidas pelo clima, habitas nacionaes e condições financeiras e administrativas. O mecanismo funccionou com admiravel regularidade, e alguns officiaes allemãe ·, attrahidos da Europa ao Paraguay pelas procella políticas dos . annos de 1848 e 1849, contribuiram, para aperfei"oal- o (1). Franci sco So l a no Lopez já encontrou o systema · realisado na pratica, quando tomou conta elo gove1 no, e nada teye que alterar; mas ampliou as obrigações e os exercícios com o pro– posito, só ao depois por outros percebido, de preparar as tropas para uma guerra offensiva. O resto do mundo ignorava os progressos militares do pequeno Paraguay e seus mais proximos visinhos não só não acreditavam n'isso como pouca attençrio davam ao que referia a1gum viajante do que se pas ava n'e. se canto de conlrncido da t erra. Nos portos da províncias argentinas viam- se uma ou outra vez vapores paraguayos , cujas tripo– lações , fardadas, e bem exercitadas, guardavam tal silencio, que d'ellas nada se podia colher, porque S o1ano Lopez severamente prohibira communicar a qualquer estrangei ro noticias a r espeito da organisação do exercito, seu numero, soldo, exercícios etc. O autor cl'este livro verificou de um modo bem sensível o modo por que era estrictamente oumprida esta ordem. Soilicitando ao addido da l egação paraguaya em Berlim, tenente B e n i tez, as mais come– si~ has informações a r espeito da organisação militar do seu paiz, ne– nhuma resposta t eve . Não sendo possível admittir ignorancia d'estas cousas em tal gráo, só póde ser cabal explica:ão d'esse silencio a obedíencia a terminantes instrucções do governo paraguayo. Os dados mais completos a respeito do exercito do dictador nos são fornecidos por George Thomp s on no seu «War in Paraguay», que nos parecem authenticos pela comparação feita com ~.s informações do barão v o n V e r se n. Durante a guerra houve muitas alterações, mas, em geral, nossa descripção não se affastará da verdade (2) . (1) Só lemos nolici·i de um ofücial aliemão :.i.o servi~.o do Pm·,1guay, o auelriaco Wlsnei· do Moorgaten, coronel de engenheiros. Esse offlcial servira antes no Brazil, e, em·olvendo-se na revolução de l',J inas (18421, foi aprisionado na batalha de Sant:.i. Luz~ri, ganha sobre os revoltosos pelo duque do Caxhs. 8egunda vez foi ollo prisioneiro do mesmo general, na tomada do Lomas Valentinas, no Paraguay, em Dezembro de 1868. (2. A doscripção que faz o Sr. Schneider, provavelmente pelas informações do lmrão yon Vorsen, é mnilo mais completa que a do Cap. V da obra de Thompson. •

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