A Guerra da triplice alliança
• 79 que ele P or tugal fô ra para a província brazileira do Rio Grnnde do !::iul o Dr. Fr a nci a estava destinado ::.o 'e-t udo da theologia , mas, abr~çando a carr eir a da ju risprudencia, tornara- se um advogado de nomeada, quando principiou ª. rernlu _ão da independencia das col nnias hespanholas. P or seus conhecimentos, por seu car acter e p~r suas ten– dencias era homem talhado para essa quadra, que o devia elevar à supr ema direcção dos nego?ios . Não_ lhe . fa~tavam boas qualidades ; er,1. extraor dinar iamente probo, rncor r upüvel , mcl dferente aos bens da fort un:i, pois só accumulou dinhéiro para o Est ado, e nunca para si, labo1·ioso e act ivo, imparcial em t ecla<: as q_uestõe,; polít ica , fi rme cumprido~' ele sua :pal avra . Ao emvez de tu~o- ISto, . ~ra severo'. cruel , incompass1vel, r ancoroso para qual quer opp_osrçao polrt 1c2 ; considerava f:lS v:antagcns mat eriaes do povo como a umca tarefa de ~eu gover~o ; sat1sfaz1a-se ~om a tranquillidade e com uma parca, 1:1as divulgada, mstrucção . Segu ia o sysLema de punir com extrema sever~dade, mas sem dem?r.:t e em acto • continuo ao del icto; r epu lava um crime qual quer oppos1ção ao governo ou admin istração . O lado mau de seu ca racter e suas ac : ões mais censuravei - corno despota, ap ,iarecem por occa i10 da conjuração tramada por seu ex- collega consular, F ul ge n c i o Yeg r os, que nunca l he pôde perdoar a hàbiliclade com que o tinha posto de parte, e ainda as~im essa conj uração 11°0 tiuha por fim roubar a vida a um collega ma i:; habil, mas annexar o P araguay ás províncias que obedeciam ao governo de Buenos-Aires. Ella fo i descoberta por causa de uma carLa de Y e grô s escripta ao fübusteiro argentino general R am i rez, a qual foi a~ianhada, quando este general , á frente de gaúchos ent re-rianos · e corrent inos, t entando invadir. o P araguay , cahiu prisioncirn . (l) Na per seguição e pun ição dos cumpllces deste at tentado mostro u-se Francia inexnravel , cruel e vingativo . Mandou suppliciar a mais de 5) pe,soas ; e o tribunal foi de uma se, 0 erirlade tão summaria que Francia até á mort o, 20 annos depois, n10 t eve necessidade de empr egar igual r epres ão. A memoria deste biennio de t error par_alysou toda a r e istencia no paiz. Sendo a organisação da r epublica , no t empo da triplice alliança contra So l ano Lopez, a me ma que o Dr . Franci a creara com tão incxoraYeis consequencias, para sua el ucidação t emo de enumerar os problemas . pol iticos, que a F r_ a n c i a coube t esolver. Para g·arantir a tranquillidade quanto aos negoetos externo. , t eYe ele estabelecer o isol a – mento elo paiz ; par a manter a paz domestica era preci o di. pôr ele (l )_ O aulur engn.na -se neste p11nto: ~ste_ Ramirez fo i n1 1'lt lo em Cruz Alta, na pl'odn oi<\ a ,·~~11 t111u de S antn _Fé, e nLLn ca f, ,1 pr1 $1one1ro do P nr~g1rny . Era a pi inci piu co m111 anda i.to mil itar rl e E 11 tre-Rios, nomeado por ,\rl1 gas. Em 1818 Linha 1.(1()0 p,a ~..s gnnrnecendo ul• guma, b 1tt:riRS na Ga lera do Barq n' n,, em P eru cho Vern a e An o.vo da Chin a, f]nondo Bento !l_la noel, des lacado pelo ge n1•ral Ctlrarlo com ,1,_o homens a pena s, e protegido pela esquuJnlha de ena f'.e!_el!'a i atr1:1-Yessou _o Un~g1;1ay , rnrndm Enlre-Rios, e, ~or sorprez::i , apodero·1-se J essas pos1çm•s, Ru m1 rez_f11grn prec11:1larla in en te do Arroy,, da Cl11 11a, s111v,111 dl, apPnos ROO homens. Em 181'.I, sendo JR gcnern l, rnvnd .u a _provi11cia ele Buenos- Aires pl•r or,lom ~e ,\rl1gns, e, u111cl o ao gov,·rn ador de San~a- Ei'ó, F.sta!l1slnn Lor,ez, derrotou e m Cepr.da (Fe ·erc1ro do 18:!0) as tropa~ do gov_c rn " ru gen tmn. Os portenhos virnm esses dois cR n,li– Iho~, á fron te 11e urn ex~ rc_1t 1 1 de ganchos, pene ~ni_r na c1dnc1e de Buen11s-Aires, e mod ificnr o !(Overno da ~ epub 1c,1. Soberbo com ns concl !çaes de paz . q ue impoz a Buenos-Aires, rçgrcs:w1t Ramm? para ~ o~re-Dios. ,e, ventlu Art1gRs completamente dci;moruli suclo depois dn v1cturHI do exercito b ras1l~t1-.:> em 1 ,iqn~rembó, v,>l to~1 -se co ntrn: o s011 prutcctor . Scgn iu -se a gnerra en tre esses C!lUd ~lhos em En tt e-Rio,; e Cu1_T1enles. Arl1gas batido , procurou asylo n o Pitraguay , onde Franc1a o . p1'endeu. Pouco_depois tentou Hamirpz abrir r lações e ,m 0 d ictrLdor paragu ayo •. mas en n ondo _dous offi c1::i.'. s seus ú Assum pção, Fra ncin os prendeu ignalmonte. Enfur..odo, r "u,uu e nt~o um ext!~c1to ~m Oorrientes para invud lr o Parag uuv, e procurou p~·omover u ma revul ~çao contra 1, rnn,·1a (l b'20,•. mns sua nttenção foi d r•sviacb pelos acon tecimentos de Buenos-A ires e de Sant.a-l•é. e a pn•J•1ctncln in, a•ão não se efTeclllQU rouco depois foi elle morto, como dissemos, na Cruz-Alta. •
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