A Estrela do Norte 1863
50 A E ST REtLA DO NORTE. ceb\sµ o, en tinha respci nd ido ao Re i com mUit <Y defe rencia, e evitándo qtrnsi ol hac pa ra elle ; mas a es ta pala vra levantei os olhos, e, encnran<l o-o filo a ti to, di se-lhe com fir111 e7,a : " - P erdão, Senhor, temos o direi– tci? porqtie sempre a I g reja teve () di– rello d~ reunir seus B is pos µara regu– lnr o que podia ser utd ás cl itferentes Dioceses ...• " ,-- São estas vossas pre tPDÇõPs; ma eu me opporei ; dema is rne Jis– sernm lambem que tínheis envia:lo i,im e rn ha ixaLlor no · P apa .. " -E' ve1dade, Set1hor; envif1mos um E cclesiasúco para fa ze r alguns pe– d ido~ ao Pa pa ; mas isto mesmo está no direito de tod os os fi eis-, e por niai o– r ia de ra zão dos Bispos. " --E o que fo i que lhe pedis t~ ? .. , quero sabe r tudo ..• " .-- Se fos,e segredo meu, en o diri a logo ao Hei; mas Mio é só meu, S(!n â o lambem el e mais coll ega,, e não !>osso dizer ao Rei. . , " - A estas palav ra s, o Rei, ,·enme– lho de co lera , levantou -se b rt1 scc11lten– te, pegou-me pelo braço ~ me diss!l : " - .A rceb ispo, lemb ra i.vos qne se tem t1 uebrado mais de uma rn itra, . " - Levaut ei-me a meu turno, di– zendo: • " - Isto é verdade, Senhor ; mas ton– sc rve Deos a coro.a do Rei , porque tambem SP tem visto qrn~brar rnrtiws co rôas , .. 1, al foi minha. ' n ltima au– diencía com Luiz F elippc. . No dia seguinte apresr ntet- rn_e com meu clcru nos sn Iões das T nlhe n11s fiz verba lmen te me~s votos ao R ei ,por sna sande, depois elaboraram um d is– cnrsó bas tante longo com rn inhas pa– lav ras, e o inseri rnm no i),1onitor cc1 111 o ' ) se e11 o houvesse propunciac.l o.' " N ão prec;samos ajuntnr reflexão alO'u– ma. A palavra do grn ncle Arr:ebispo::,fo i prnf hetica. Po11~ 0 s l'!lezes de pois a coroa do poderoso Rei L~,1~ Feli ppe tombou de sua cabeça, ~ 0 1• esrnugada por uro punhado de sedI~Iosos, _emq uan_to () ue a mitra do Arcebispo bri!kou ate o tinl sobre sua fr onte de Apostolo com ad- mira vel. esplendor, sobre tudo '1e te dia , em que, snccumbindo glori osamente nas barricadas vi c1irna de sua cn ridude, ' o in signe prelado nppareceu aos olhos da E 11 r~i pa, cingido com a formosa au .., reola do marty rio. O justo viveci eterna.~en. te, e é no go, o de Deos, que está o. aun rccomponsn. La vão decorridos 22 annos que a Igrej Ft do P ará trajou pesado luto, ~arpindo a perda de um Pontifice venerando que presidia aos seus des– tinos. Corria o i;inno de 1841, e contava– se o decíino quinto di a do mez de fevereiro, q uando do P aço E piscopal de Belém se ouvin erguer um bl·ado plangente de dor e de consternação, .que, ecoa ndo por t oda a cidade, es– palhou a infausta noticia de um triste acontecimento. A noite principi á ra o seu curso ; era pouco mais de 7 horas. Di rieis que o astro do dia, deixan– do o nosso h emispherio e desappa– recendo por en tre as por tas do occi– dente, sy'mbolisava uma vida, que ac~bava da findar, ou antes o bril ho de - uma lv.mpada sagrada que acabava de apaO'ar- se no meio do San tua rio; diriei~ que· a noite, des– pregando as suas cortinas negras pela va:it~ extensão do horison te, era a figura do lu to que devia cobrir a Diocese. Triste verdade. Era o Sr. D. Romualdo de Souza Coel ho, 8° Bispo do P ará, que aca~ lmva de exhalar O seu ul timo sus– piro, entre O perfume dos affectos santos que l he emanavam da alroa nas preces sacrradas da Igreja ; que acabava de ~xhalar o seu ultimo • sus~iro , lança.ado com a t ranquill idad~ do Justo fl mul tidão dos filhos, que o cercavam, e nelles a todo o reba- . '
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0