A Estrela do Norte 1863

44 A ESTRELLA no N OR'l'E. cuhir, e que cahirá pelo lado para onde está pendentP; não vedes r111e o fio da vmsa vida vni ser cortad9 em um destes dias, e que sereis precipitado nos abysrnos ! .. , • ZELO ARDENTE. 4NEODOTA RELIGIOSA. • Carde{ll nos visítava todas às tar– des, para conver~ar alguns instan- tes com os nossos caros alumnoi::, que, vindo de todos os pontos <lo Universo, se instruem em Roma· no conhecimento das !!CÍencia:-n,a– gradas e profc1nas e no zelo <los tr11balhos apostolicos. Algu as • vezes, á sua chegada ainda os e~– tuda ntes estavam passeando: elle os esperava, conversando comm ign, no vasto pal'1P do collegi,,. Ape– nas subiam elles a estada, ia o CardPal encontrai-os, dirigindo a todos uma palavra amigaYel na língua matêrna de cada um. Chinezés,- A-::-menios, Gregos, Bulgaros, tudos reeebiam uma phra– se benevolente que lhes lembn1va seu pai'l. . Um era saudado Pm ara– be, outro em ethiope; a este foliava russo ou albano; àquelle persa, in~lez, porluguez, all~mã0, dina_ marquez, oorne~uense ou sueco. No meio destas linguas tão diver– sas, nunca procurava elle uma ex– pressão, nunca lhe faltava a pro_ nuncia. Era realmente admira\'el ver - Não houve conquista mais gl()riosa ao Evangelho, e por conseqqeuciu 6. civilisaçã"O, do que a qne fez S. Fran– cisco Xavier, Apostolo das Jndias, do Japão e das Ilhas do Moro. r:ram i11nu111ernveis as diffieuldades e perigos tla empi·eza ; mas Francisco era sem jgual no zelo e na coragem. De balde lhe fizeram desse paiz e de seus ha– bitantes um.a descripção tão horrivel quanto exacta. As llbas do ~1oro não pareciam proprias senão para hahitaçào ue reptis venenosos; o ar era pestífero, e os volcões ali eram mui frequentes. Os mesmos habitantes eram horrivei!?, porque julgava -se serem an– tropophagos: nado, porém, foi capaz de desviar a Xavier do proposito de sua missão. " As nações pacificas e ricas ( djzin elle a seus amigos) não lerão falta de P1égadores; esta, po,ém, ~ para mim, visto que nioguem · a quer. Se alia 1joss11 isse bosques odoriferos e rninos Je ouro, affrontar-se:-iarn todos os perigos para os ir ronb:ir; e será crivei que os n-,ercudores s<?jam mais · intrepidos do que os A~ostolos ~ E tes povos desaventuradosserao os umcos~x– cluidos do beneficio da Redempção? '' o illustre sabio possuir tão bem a. lin 6 uas semiticas, que, fallando– as, nunca comrnettia a mf'nor falta de construcção de pronunciação ~JU mesmo de est.ylo. Sem estudo, sem interrupção, passava. d.e uma língua a outrai de um 1dwma a outro e sem difüculdade a construc– çóes todas differente~, a imagens tiradas <le paizes longinquos; uma pronuncia diffi cu ltosissim:1, c~1e_ 11ava em seus labios que pareciam Francisco Xavier fez logo mnjtos pro– selytos em g1ande parte das Ilhas do Moro, e, como tudc: quanto alcançára attribuia aos auxilios da graça Divina, denominou e~sa terra por tantos tein– l10s tem1qa Jlhas da Providencia. (Extrah,ido.) O CARDEAL MEZZOFAN!I. (Continuaçi:.o.) Quando eu era superior do col– lcgio <la Propagnn da, o celebre ~unca ter fallado outra lingua. Eis um exemplo da pro~igiosn facilidade com que aprendia elle

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