A Estrela do Norte 1863

' A E;rR~LLA A Graça Divina\,, Havia um Fidalgo ele máos costumes e muito libertino. Quando menos pensava adoeceu e desenganado dos Medicos, che– gou ao artigo de morte. Sua espoea, pru– dente e · ajuizada senhora, cansou-se de– balde em pedir-lhe qne recebesse 0.3 Sa– cr:i.meuto.3 ; a nada o impio se movia, e a pobre Senhora partida de dor Yia com lagrirnus sma constante repulsa. Sonhe ella que havia nessa terra um Sacerdo te, que costumava com caridoso espirito acudir o.os moribundos. Mandou-o charuac, veio o P adre, e dirigiu-se á camara do en,– formo. Men amigo, lhe disse o Pndre com brandura, eu venho YÍsitál-o, e prestar– me a seu serviço. - Não quero visita de Padree, disse o doente com voz rouca, vá- se embora, deixe-me. O Pat1re, pe– saroso de um tal modo, ficou um ponco em silencio ponderando e pedindo ao Se– nhor luz e remédio. O enfermo, vtndo que elle se de~o– rn,a, tornou a dizer-lhe ctn voz alta e com raiva: ReLire-se Padre ! O bon Sa– cerdote, por uma daqnellas inspirações felizes da <li · a bondade, levanta-se, e COlifl semblante severo diz ao enfermo : "Não me retiro I Ha tantos annos que assisto a moribundos, sempre Deos me foz a graça de os ver morrer contrictos: vós sois o primeiro obstinado qne se me apresenta, e como nunca vi como é que morre um peccador obstinado, quero ver agorn. " E dizendo islo cq1zou os braços, e pôz-se a passear de largo com ar triste e carregado, o passo firme. O en– fermo de Y CZ em· quando abria os olhos, e via o Padre em sou teimoso passeio, até que ( 6 lances preciosos da graça divina! ) até qne com voz enternecida disse : V cnha cí, _Senhor Padre, assente-se aoui I Tufü,i e-lá.o foi um paraizo. Basta di~cr-se, que ,~uelln. alma tão endure– cida e rebelde, aq ello coração so berbo e 'cego, agora allumiaJo e brando, COO· tri cto e arropendido, acabou• n. presente , vida com todos os signaes de eterna salvação. Barão IlENRION. Soneto, Se ~ doce ver banhada a natureza - De matutina lnz nuvens dourando, DO NOR'rE. E os passaros alegres festejando Aquem n. tudo deu ser .e belleza: 319 Se é doce ver das artes a princeza, A agricultura., digo, que talhando A ferti l terra, cm breve vai mostrando Os solidos canaes da san riqueza : Se 6 doce ler as obras afamadas De tanto autor sciente e primoroso No Templo da memoria eternizadas: Mais doce é ouvir cantar ao som mimoso De musicas divina·s e afinadas De Mnria o Rosnrio portentoso. J. J. M. C. Cllron1ca rcJi~losa. • Neste numero cemcç~mos a Lrasladar nma Memoria apresentada pelo nosso Exm. Prelado á Sua Magest.ade o Im– perador, acerca da quest:Io dos Semina– rios. Este documento importante terá um dia <! sen Jogar na hisLoria religiosa de; nossa piurio.. Pc>ssa cll:i. produzir os sa– lt;tares effeitos que se propóz S. Exc. Rvm . , lembrando aos Poderes do E ~tado a necP.ssidade tlc respeitarem os di reitos sagrados da I greja Oatholica, a.s ·eg urau– do a esLn plena liberdade no exc::rcic io tlo sei.: goYcrno espiritual. De lod:-.:-; as li– berdt!dcs uenhuma mais j •1~ta, mais ue– cessaria, e mais fcc nud a. H'ln rn· ao Bis– pos ca!.holicos qnc a defendem I Com ess:i. liberdade cllcs salvam os princípios olcr. nos da verdnde e da jnstiça, e com clica todo o futuro ih so<;i dat.! o. • - O Diario ele P ernambuco refere :i, scguinto notici::. que reprod uzimos com prazer: "Nri C{Earta-feira 19 tio corrente, na Igrejn. d~ ConvcnLo de Santo Antonio desta Cidade, o religioso Frei J oaqui1 n do E~pirito Sa1~~0, por auetorisaçâo do EXll1. e Rym. ôr. Bispo dioces:mo, re– cebeu a nbJ urnção da heresia e n pro– fL~são da fé catholica que fez- um _pro~es, tan_te que o mesmo religioso bavrn_ !os, tru1do nos dogmas de uo~~a Sant:i, Religião. "Nrro foi, porém, esta a primeira vez que a Igreja <laquollo Convento teste– munhou un{a tito bclln. e edificante ccre– monia.

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