A Estrela do Norte 1863
A E~TRELLA DO NOltTE. 285 não poria a menor dm·i<la cm responder. A minha- confiança está no Dcos Homem que tem h1tado contra o pagani~mo e seus liões, contra a heresia, e seus sophisn~as contra o philosophismo e seus at:tques satanicos. A minha co!1fümça está ai11da no non p revaleb1mt ad·ucrsus e am tão elo– quentemente comprovado por desoi to se– culos de gloriosos comb~1Lt'- · e. Je victorias miraculosas. F. DE M. A monta co1·t a da em duas. UR1 bom cidadrw de Abbeville, que por diversos motivos tinha vindo estabe• lecer-se em Paris em 1850, tinl,a um fi. lho a quem muito ama, a e que tratava o melhor possível. E ste bom homem ti– nlrn. perdido sua mulh er, com quem tinha vivido trinta annos sem nun ca ter tido com ella a menor altercaçrro e de quem lembrava- se com muita sandacle. Toda a sua ambição consistia em ec-izar seu filho. - Procura ser homem honrado, lhe dizia elle, quando seu filho cresceu, e se eu te achar uma rapariga honesta e ele boa famili a com quem eu possa vi ver em boa paz, seja qnalquer o dote que me pessam, cu t'a darei em casameuto, e acabarei na vossa compauhia os meus cançados dias. Ora, pa mesma rua do cidadão e mes• mo defronte da sua casa, moravam trez irmãos nobres, ~odos muito estimados pelo 68 U Yalor, mas sem fo rtuna. O mais ve– lho era viuvo, e tinha uuia filha. O cidadão fo i ped ir aos trez irn1 iiv;, a mão dt1, douzclln. E ~tes antes de lhe res– ponderem, qui seram saber qual era a sua fortuna. - Tanto em fortunas como em hen•, respondeu elle, possuo l :500 lij,Jra, ; t,mlo ist0 foi adquirido com l~nra. De~tle J,~ darei metade a meu filho, e a 011 Lra me· tade a receberá depois da minha morte. - Senhor, responderam os irmã.os , isto não nos convêm. Promettcis hoje dei.--rnr a vosso filho por vossa morte metade dos vossos bens, e não duvidamos que o pro• metteis de boa fé. l\{a.s d'aqui até lá podeis mudar lle tenção e dispôr de ou– tro modo, e os vo sos n etos nã.o terão nada. P or isso os trez irmãos exigiram que n c1rladão fiz esse, antes de eoncluir c~lc ne~ocio, inteira donc;ii o de tudo que pos– smn, seu.lo que não consentiriam no ca• sarnento. I'or um l::ulo o bom velho uiio queria annuir a semelhantes condiçõcll, po– rem sendo vencido pelo amor paterno, con ·entiu; e u:1, prcsemp , de algumas tes• te nmnlias que se chamara.111, rcou11ciou so– lemnemelllc a iuil o, ficando sem nm real. Deste modo coliocou-se na. clependenria de seus filhos, e em si mesmo dou o gol pe mortal. Se elle soubesse a sorte que lhe esla va dcstiuncl:i, n.lo teria lido tanta de– dicação, e seria mais cau teloso. C~lcbrou-se o casamento ; e passado um anno os noivos tiveram um filho, que cresce n em idade, e mostrou ter muit;:t intelligeocia e boas qna !idades. O velho durante este tempo .,.ivia cm casa solfri – velmcnte. Soffri :1 rÍ1-no porque ainda ga.– nhava alguma cousa pel:i sua industria . 1fas com os annos' cresce ram as eufer– ni idades ; incapnz <le poder trnbalbar en• tão tornou-se incommotlo. A nora prin; ci palmente, que era sobe rba e altiva, não o podi a sofl'rer ; todos os dias fazia :rn1 ca<;a que se retiraria, se não o pozes;;cm f6 ra <ln, casn, e do ta.i" modo perseguiu sc11 m::• rido, que o iugrnto, esqu ecendo- ~c do que lhe dcv1n, veio int,irnar a seu i11 feliz nni a ordt m barbam de 11· n ••r tra parte um asylo: - Meu filh o, que' 111ou o ~ell, o. P ois e se i'enta ; nnos <le suo go, as de wdv cp1:111tv co 11q1eusa cxpnlb:i s- n . , .1 r Queres Cc'lstigar-1uc por eu te :t,r c•s11 - 111ado tanto? 1!;111 1101110 ele Deus, querido filho, ncw nie exponhas a morrer ,l1: fome. 'l'u S<t bes q11e já urt.o posso 1111 11 ' me na Lna. r·1•~;1, nlg um "" ' o te pe<jJ boa (;ama, nc111 a, mesa : uma, po uca de ,ste nlp •11dre e um boc, u.lv u 1 . ia 6 o que me basta. a minha i<lade com bem pouco vive- se : e demais com as minhas enfe r– midades e com as minhas penas 11.í.o te hei de enfadar mui to. Se queres dar al– g uma esmola em desconto dos teus pecca.– dos, dá-a entü.o a leu pai 1 0 poderás f~zer alg uma que seja mai jusl:,? Que– n do filh o, lembra- te quanto me custas• tes e quantos cuidados 111 e déstcs por es• paçq dç trint(l. ;inno:i para te educa r ; lem·
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