A Estrela do Norte 1863

.. ANNO DE 1863. DOMINGO 1 DE FEVEREIRO. NUMERO 5. SOD OS AUSPICIOS DE S. EX. REVllA, OSR, D. A'.\"TONIO DE )_IACJ. :>O COSTA 1 DJSPOl>O PARA'. CAUSAS 00 0010 QUE A CERTOS HOMENS INSE'IRA A RELIGIÃO CA THOLICA, • Sendo a Religião Catholica d mais forte obs1aculo, e na actualidade tal – Vez o 11n ico que se oppõe á revo lução que -se medita, e não podendo ter fir_ meza nenhum poder illegitimo, em– qnanto ella c.. userva r a sua influencia, é natural que inspire um odio pro– pordonado ao dPsejo que leem os revo– lncionarios Lle transtornarem a ordem existente. Daqui os seus rsforços afim de a desacreditarem no e,pi rito dn multidão; de arnrnrem as paixões contra uma Rei igi.:;.o cujos preceitos as mortificam e cujas ameaçns as inquietam ; e de induzirem os governos a opprimil-a com arte, e a suffocal-a debaixo do peso de uma prol ecção tyrannica. Os revolucionarios temem pouco as leis: se são frncas, zombe. "l dellas; se são fortes, apoP 1 "m-nas: t ·'io tf• mem ner~ os mesmos ?xercitos, porque ha ne10s de os sed uz11·; mas temem diao– tr da Ci uz, porque conhecem o sen porler. A Jembrnnça dos prodigios que ella tem obra<lo perturba-lhes o som no. Drste lenho sr1grado snhe uma vi ·tude que os assusta e'. o~ abate. E!Jes veem Uma ameaça de vingança em tudo aquillo em que os outros homens des– cobrem um signal de salvação. Mas p_nra melhor se _conhecer quan. to a Religião lhes é Importuna pon– deremos quaes são os seus desígnios. Elles _atacam a justiça, porque o cri- 01~ 1~ao é no seu entender senão uma. 0 Ptn 1 ão que deve ter nas Cnrnaras se 1s representantes: atacam a moral, por. Vcnitc et a.mbulcmus in luminc Domini. I sAI . II. 5, rine ,1ão reconhecem on(ro direito se– nã,, a posse; e em uma palavra atacam toda a ordem sncial. E'-ln rs, portanto, necessario <lrslruir a Rel ig!ão, porque ella rPspcita tod0s o,;; direitos, condemna todoG os crimes, e oppõB ás revolnções nma brirreira invenc1vel. Até aqPi tenho fal latlo do que nos-: fere as vistas. • levemo-rios, porem, a considerações mais profundas, e des– cobriremos no lot1co orgu lho de certos homens uma causa gem i ele mal en– tendido odio li Religfüo Catliolic.a ;, causa cnja influencia se -manifPs ta de mil ma neiras cm todos os paizes e em todos os tempos, e á qual se de,'.em originariament e attr ibuir as innume– ra-veis perseg_ui ções que o Christ_iauis~-– mo tem soffn<l<>. Nós n11scemos para obedecer. Exis– te u_ma IC:i de _verdade,, que é a r_rgra da 111tel11genc1a , e uma lei de ordem que é a regra do coração. M us o ho.,. rnern não quer snj r itar-se á regr 1, e abo~Tece a obedieneia ;_ o seu .orgulh9 1 a_sp1rando a uma. sobenrnia plena 1 ir– nta-se contra os aevercs que o adver– ten~ d;-i. clepend:~Gia de um poder su– penor. A Rel1g-1ão Oatholica, porém, sendo a man,festttção cornpieta da lei de verdade e da lei de ordem, contém todos os d eve res o homem: elln ob ri– ga ~ sua razão, o seu coração, os seus sentidos a obedecerem nestas duas leis capitaes. F1rmada . na autoridade do "!esmo_Deos, ella ex ige uma sub111 is– sao universal e absoluta 8 desespera o orgulho ~ela jnflexivei firme7.a dos seus prec~Itos, e pela immutabili<laue <la s.ua doutrina. •

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