A Estrela do Norte 1863

mo A ES1'RELLA DO NOilTE. O .Jogador. I . o SAn ca;i..T0 -M0R. - Oh I n,10 falleis na morte, GuiLlo, res– pon<lcu o menino, inclinando- se para o ouvido do solda<lo; todas as noi tes 116s re– zamos para que Deos te · conserv e. numerosos am1oi;. Depois de terem pas ·ado longos corre– dores, chegaram cm um gra nde rpmrto, onde estava uma mulher alrgrc e affavul. 'l'i11ha uma crian ça dornúndo no colo. Quando Yiu o velh o sargento-mo r, lc– ,a11tou-se a boa. enlt orn, e disse : - Sede beon-indo, Guida: chegastes fi– nalmente, abr:u,ae 11osso quarto filho. O invalido apertou o recemnasci<lo cm seus braços com uma i1rnxpl.ica,el tcr- 1rnrn, e, levantando os olhos ao Céo, 011Jc pareei:i procurar 11111:1 cara lembrança, a, se u coração, sus pirou profnnu::un ente: - Boa Gurtrutlcs, disse elle dcpoi;; de uma pausn, sabei quanto a. yjst:t t1c vossos filhinhos me torna fofo:; 1aas niio obstante un me leml ro d;iquelles qnc perdi. T e– nho tido seis, e todos estáa no Céo, com sua mãi. Eutrctanto não estou desconso– lado : Deos que me tem pro-n tdo, nos rcuuir:í. a todos um din, cu o espero. O carcereiro entrou, e, Lcudo um fo i– chcsinho <lc grandes clJ;_1,ycs, diri gi u- se a moça, cuja alma estiwa dividida cutre a t erna scena que tinha diante dos olhoR, e a inqui etaçáo que cnusnva a posiçn,o de seu irmão. - Vinde, minha filh n, quero vos faze r ver vosso irmão : en chugae vossas lagri– ).nas, e fallae-lhe com firmeza; seri a muito ,de de cjar que es te mo$º, que possne exccll entcs qualidaLles, rcMuncias e a fatnl paixão, qne, cedo ou tarde, pode c;i usar a sua perda, II. IIHIAÕ E IJU IA:,' . O corn çiio da joYcn bntcu ,·iolento cm quanto ca111inhava_111. _ Vô-la- hia seu m oao com prazer? Não su bumiU1aria mui to em sua pre- 8't' oy1 '! Preocupa,:a-a outro pen ·amcnto, 11:í.o menos penoso. Havia em ·ua nldeia. um :1. tri t e obs– eurn, pri: ão; os calabouços ernm hnmido,i e frios; e os malfe itores que ahi eram re– colhidos respiravam um ar doentio. Ah! qne . eri;L dclla se seu pobre irmão J org!1 g emesse cm nm }urrar semelhante? T eria o 1 ella força. parn occul tar sua dor? 00111- tndo o exce sivo aceio que reina va por tod:1. parte, o ar tiue ci rcula,·a nos corre– dores, lhe deram um ponco de coragem. li'in:1,lmente, o carcereiro abriu uma p ort:i, e ambos en traram cm um:1. peqnena cclla; :1, claridade cntrav u. por urna tm· pcir:t; pilo e um' Yaso com agua <'. lani.m em mua mesa; um n. c:1.deirn e urna canH~ formavnm toda a rnobili:i.. Un:i moço es. tava cnco. ta<lo á pnrcd<', e pareci\1 mer– gulbado cm Jlrofnndas reflexões ; nem se qucr se Yoltou, quando ouviu entrar as Yi sitas. A moça se approximou delle trcmend0, e di:1sc eu n: hesitaçii.o : · - Irmão, caro J orge, Yen ho te ver. O furriel levanto u sensivelmente a ca– beç:i, olhou :i. menina, e exchimou : - i\fil raios me parlam I será. pos. i\·el? Es tu vcrdatlc:irameute minha pequena irmã Olaudinn.? - , 'im, J orgc; já n~o 1}le co1.à1nco;;? - Ma~, cara. menina, não é ll<i a.iJ.n1irar : sabes quanto tens mudado? Dcixci- le me– nina, e eis-te grande c0mo uma mulhe, ! Dl'pois entregando- se ÍLs expansões de uma a{foiçüo fra ternal, o mo<;o foz :1 irmã as mais ternas cariciac, e tc11do as meio~ dell a apertadas nas stw:;;, lhe pro<ligafüou mil doces nomes. O carcereiro, que não podia reprimir sua commoção em, presença de seus pre– sos, :ipnrton-sc logo, Observando Jorge os esforços que sua i1mlt fazia para dissimnlnr sutL tri tezn, lhe disse~ com tom afflicto : - Cara menina. Claudina, me perdoarás, 111inlta fa lta? - Oh! Jorge, J orge, interrompeu a, menina <lebnlh:mdo-se em prantos, podes pensar as. im? Me será. possivel querer-to mal? Eu sinto, oh I Deos sabe quanto eu sinto v er-te aq ni: illfül não te faço cen.~ ' s . sura alg uma, omeut~, te rogo, umáo, núo tornes nossos pais desgraçados, re.• nuncig, o am0r do j1:lgl) 1

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