A Estrela do Norte 1863
A'l~STREL'.LA DO NORTE . i 81 JI. J.Vão ha Deos. Quem vol -u disse? E sta~s bem certo disto? Qnem foi cn– bio que fez o Céo, a terra, o sol, as estre:1- las, o homem, o mundo 't Fez-se por venturn. isto a si me~mo? ·Qne dirí eis de uma pessoa que, mostrnrnlo– vos nma cus\ vos <lisscs:ic : csLa casn. fez– se á si mesrná? Dirieis que esse tal ou est~vn louco 01 1 zomoava de vó:3, ur10 é assim: P ois se uma casa náo se potl e ter fo ito a si mesma, quanto menos ainda a.s 111:i– ravilhosas crenturas que povoam o ui,ii- verso? III. .fltt sei lú ! ni11!Jue,n aindr,· -viu •D ,ios ! E' verdade, com o.· olhos do corpo nM, porque Elle é nm puro espírito. i\fns be11 1 servido cstnes, meu amigo, se· sú admitLis ô rpie Ycdes com os olhos. .Por ventura não ' haverá entes raacs sen.iio os qnc ..e podem ver, ouvir, tocar -e sentir? ·O Yosso peusamen~o, , a vossa n,t ma, istp que esti pen, ando e:m vós, existe 01f não existe? E xiste. •rodM"ia j á, Yi stes, jú. to– castes vossn. alma e sa hei s <l c riuc côr é o vosso pen amento? Y ede como é ri– dículo dizer: N ão !ta Deos, .porque eu -a inda o não vil JVI. Quando se 1norre, tudo aeabti ! I sso ó verdade, fallanJo-ac tl e ca.cs, ·gatos, passarinhos etc. , porem sereis ex– cessivamente modesto, se vos te nilcs nessa contn. V 6s sois homcín, meu caro, e não um bruto, o é coira, e tranhn. que seja nc– cessa rio eu lernbrnr-vos isto. 'l'cnJos uma AL~ra, capai de pensar, rcfl.cctir, amar, ·pratica r o bem 011 o mal. E ssa alma é immor tal, os brutos não a tem. O que. constitúc o homern é n. alma; quero dizer,._isto que cm nós pensa, o q~ nos [~z conhecer a ·ver~1a~c e :imar o lJem. }1. isto o que nos d1!=t ~ngu_c , <l?s brutos. E por i:=:so ú que n. rn::uor. m,1_nna qufl se pode' faxc,r a um homem é dizer– lhe : Sois nm Lrnto um animal etc., por– que isto é priv{d-0 1 da sua maior gloria, a de sor -homem. Assim dizer : Qnando cu morrer tudo nc:iba, é dizer: Eu sou um b ruto, um verdadeiro bruto, um auimal l vn lho ainda menos Jtnc ·o meu cão, por quanto clle corre ruai s do que cn, dorme melhor-, tem vista mais penct.rantc, olfacto mais fino etc.: menos que o meu gato, que vil ás -cscnras, que não tem que cuidar no sell , estuario, no sc11 cnlçado etc. Em uma palana-, eu sou uní brnto pobris irno, e o mais indigente <le todos os animaes . Bom l"·oveito ! dizei- o se qnizerdes ; ncre(litae-o, oc podeis. Mas permitti-nos qne sejámos um pouco mais altivos e que declarem0s muifo positivamente que somos homens r ( Oonti'11la,. ) Receita ' pura bcin cusnr. L ourenço cm filho de ,~m rico fana– <lor; rruanclo fez vinte e cinco annos pen – sou em . ca~ar; CO'Tl um nome honrado e bem estabelecido, ju1gou poder escolher. Como não era amlJicioso, não quiz ir longe procurar üma n~iva r;ca - rcs~lveu casar na sna tcrr::t-. '.l.'inba duas pnm::is, snn.s antigas amigns tla infancia, ambas formosas e boas, ·e gosavam da melhor repntn ção, L ourenço hesitaya entre as duas, per– gnntando a si mesmo r1ual delln~, _Ignez e Clot~ldc, )he darin. mais gn.rnnt1as de felicidad e domestica. A s duas primas tinham sido educndas no convento da cidade, qne ficava pro– ximo, e havia muito tempo que L ourenço não as v ia de pe·to, Se;n dizer o seu plano á n inguem, pr0í10Z um passeio pelo campo, que devia Jurar dous on trez dias,· e ao qual devi– am ir a · primas, P artiram a]e r1,.2es e na melhor harmo nia, o tempo ~tava delicioso, o camp• lindi~simo, e a carruagem offerecia optinir1 cornmoL1o. 'l'udo foi muito bem durante :1! 0 g uu, as hora... Ma pelo meio-dia, chega– ram a um caminho pessimo, cheio de so– la,-n.ncos e que chocalha,a os vi ajantes na sua carruagem, o cnlor era extremo e, para cumnlo de infelicidade O chocl1ei.ro tleseni ) ' caminhou-se. Todos os estomagos gr:ta- vam de fome, 110 momento em que, par~ o eno-an:n bebiam t odos de rod:1 1 uu • o '
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0