A Estrela do Norte 1863

164 A ES'l'RELLA DO NORTE. recia auo-mcn tar-se. Era tuna interessan te e :1mavel jovcn :· pod1:i ter pouco mais, ou menos dcseseis annos; seu vestido i11 di– c.wa ser clla do campo,· mas npurado aceio presidia a lodos os seus on rnLos. A menino. lenwa uma trouxa no braço, e -co nh ecia- se cm seu sembiante Lodos· os sienaes de nma grande fadiga . Emfim as tropas Linlrn.m entrado na ci– <lade e :,. pobre cstrnngeira, consul ta ndo o_ semblante dos que passaYaUJ , procu– ra,a cm vão vencer a timi dez, para pe– dir os e chrecimentos de que necc,ssitava. D epois <1c nma gran<lc espera, fo i, tre– mendo, alé ao pé de uma scn tincila 'lUC estava de pôsto n a gunrda prin cipnl, e que marchava com passos regula<lo~, e éorh os olhos no phão, como se lhe fosse indiffer entc tudo o qnc se lhe pa.-~n. se em torno, -Pcrdoae-mc. niêu ca ro senhor. disse ella, ão me queimes mal r-e me ~treYo a distrahir-vos; mas eu aq ni não conheço pessoa nlg umq, e quereria saber onde está meu irmão, o furri el B ermann. O moço de bigodes lc,;a11ton os olhos e olhou a menina com picrladc : - Sois ,·6s realmente a irmã dé J orge B erma.nu ? di sse elle. - 'im, Senhor milit.u :' cu venh o de mn ito longe, para o ver, e dPsejo ter com elle sem demora. Eu lhe trngo alguns presentes que lhe dararn grande satisfa– ç ão. - E o que si.to esses presentes, minha bof1 mcnin f1 '? pcrgunLou curi osam ntc a aentineUa. - Cami sns de fi no linho, qnc cu pro• pria lh e fiz, um bello li vro de orações, medalhas e todo o dinheiro que cu e meus pais temos podido ajuntar. - Com e.ffeito disse o soldado, ell e hadc ficar muito c01Jtcntc recehendo essas lem– bninças. Oxalá que Qu ti vesse uma tão el.'.ccUente irmã como v6s ! D epois continuou el~ sna marcha in– fadonha, parecendo não lcrn brar-se mai do . que lhe tinha perA'untaclo a jornn al– deã. :M ns eata com duplicada instan ia dis~o ainda 1 ' -Eu vôs rogo, meu bom senhor, dizei– me onde verei meu irmão? - Vosso irmão? está prez-o. -Prezo ? repetiu fracamerlte a moça. Que ó isto? - Como'? YÓS não me comprehendeis? Na p1is:ío a pão e ngua. - Cco ! exclamou n 1iobre menina,, pa– li da de terror: J orgc preso? :m que tem feito elle para meree;er uma pun igüo tão ,evera? - J ogou e perdeu : não lendo com que cumprir sua obrigaçüo,· fo i preso por uma rixa com seu ad,'e r"a ri o,· e eis porqne está. cll c no cnlabouco a ma is ele noye dias. - • h ! dis e a menina, com tom lamen– tavcl, cu 'l ogo vi I Pobre irmão ! não re– nuncianí clle a fatal pa i:xãd elo jogo? E .ntreLanlo, anles de sna partidn, nó. Lanto lh e pcd imos que nfto rcc:a hi e mais nes– tes erros. ! K 6s lhe moslriin10s quanto oifendia a Deo~, e cm que deegraças ,eu peccado o poderia lança r. E pc11 cLrado de 1 o~sas pa– hvras, tinha prometlido corrig ir-se. - P rométtcr e cumprir não 6 a me. ma cousa neste caso, rPspoudeo séntcnciosa– mentc o soldado : 6 o mesmo que spe– rar l[Ue o· galo renimciem a pega r os rnt.o~. A moça supl ico u de 110,0 : - ~fns, senl1o r mil itar, não pode1 i:t eu ,·er ltl <'U pobre irm:i:o? Deverei cu Yoltar a aldr.ia, sem que me sejn permottido ao menos dizer- lhe ale-11111::i~ palana 7 O!t I meus pais ji velhos adoecerão de tristeza. - De ordinario, os que estão presos niio recebem visitas, rc ponclen a scntinclla : Loday ia, m 11nrcee qnc he m se poderia fo~cr nesta _circumstancia uma excepção, poJs que sois a ll'Dlii de Bermann, e vi n– ck1 de . longe,· ~ara o ver. Ide á pri– s_ão, minha rncruna; e pedi ao ca rcereiro bccmça para fallar-lhe; cxplicarPis ,o.;,so estado; ellc cerl:unenLo atfcnrlenL - Oh I meu bom ~enhor, excbmnu a joYen campone ·a C'oru as mão posta~, não me recuseis um obsequio: vinde cornmigo, dignai-vos levar-1ne ter com meu irmão e inlorcel1ci a rneo fayb r. YedP, que não conheço a cidade, uem ~ei onde v a pri– são, nem se quer me ntrc ,e1 ia a fallar ao carceteiro, que crrtnmrntc não me c<m– ccdcrá a . felicidade dr ver J orgc. Oh 1 não me recusa i e~tc obsequio, peço-vos. fenina, repl icou a sentinelln, sor– rindo-se, que me propondeis v6s ? Não sabeis qu<' é prohibicio 11m militar rl ei- •

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