A Estrela do Norte 1863

• 20 A ESTRELLA. DO NORTE. • d sua margem direita com a fortaleza e aldeia ch amada de Nossa f3enhora da Conceição dos Tapaj ós, por ser a nRção ' do gentio Tapajú a primeira habitado– ra deste sitio, e do qual por esta razão tomou o dito rio o nome; subindo mais seis horas dê viagem, rio acima, en– contramos na mesma margem outra aldeia com uma Igre.ja bem propor– cionada sob a invocação de Nossa Se– nhora da sa nele, a que vulgarmente cha– mam Boyrnry. Defronte desta, na mar– gem esquerda, está outra, que se chama vulgarrriente Arapiús ou Cuma– rü, com uma formosa I g rej a da invo– cação de Nossa Senhora d' Assumpção; n a mesma margem esquerda, dia e meio ele vi agem, está situada acima des tas a aldeia de S!lnto I g nacio, que sedizdos Tupinambaran ás.Qua•i seis horas aindn ma is acima desta, na mesma margem, se topa com a aldeia de S. José de Mt,itapús, que é a mai <1 :pequena a ldeia das mi ssões deste rios , porém a mais abundante (ex cepto a dos T apajós ) assim de caça como de pes– cado, principalmen te t arta rugas e reixes-boi. A inda aqui não paramos ; mas bas– tam-nos s6 mais dous dias de viagem para chegarmos á olturn, em qne da frarte esquerda desemboca no rio dos Ta paj ós o rio- dos Caparés, não mui– t o grande, mas muito despenhadn, e r i– co já de boas madeiras( q ue nt ú aqui são as matas fracas ) e de bastan te cravo , ainda q ue . 6 se encontra muito pPla terra den tro, e com mu ito 1rabalho ee tira. E' justamente a este rio que pretendíamos chega't, porque e in suas margens, ou nas de um seu pequeno braço, se encontra a maravilh.osa Igre– ja q ue no titulo des te artigo a nn un– ciamos. Um europeu, com os índ ios que com elle andavam, desc-0briu pelo meado <lo seeulo passado um pe– nhasco de cons ideravel grandezr\ em cuja eonc.avidade está aberta pelo' tra– b aJbo { ao q 11e parece) da. n.aturnza :ma fo ·rnosa Igreja. Duvidam os ob· ser:Yadores se ahi entra alguma de– mrio ela arte: ma::; se entra, é- ella tã o tosca e tão ligeiros os seus toques, que deixa o passo franco a bem fun– dadas dnvidas. T m 11, tal Igrej a mais ele 130 pal– mos de compnmento, 40 de largo e 35 de altura; serve-lhe de porta nnica e como principal um grande arco fe ito na mPsma pedra; as paredei; e tecto são a mesma pedra como se fos– se toscamente lavrada; mas tudo di– r eito. Ao lado direito da dita porta sahe da mesma rocha e parede uma como pia de agua benta, com uma concavida proporcionada, e por cima della outra, como sobre-céo, q lle está pin~ando naturalmente na dita pia. No 0 logar que p6cle servir de arco de capella-mór sahem de uma e outra parte duas grandes pedras, com mesas, denot3ndo como dous altares collate– raes ; e no meio, correspondente ao que cham21Dils cruzeiro, um bem formado zimborio, cavado na mesma pedm , porém sem buraco ou fresta alguma. Logo depois destes alta i;es collatoraes se abre na mesma pedra outra porta de arco da parte da epistola, e fórma uma corno sacristia de l õ a 18 palmos de comprido, e 12 a 13 de lar– go, tudo na mesma pedra com uma pequena abertura, que lhe dá luz : e é a unica q ue tem todo es te rochedo, q ue se póde chamar prodigioso. E ' de advertir q uetodo o pavime.n~ t ro é de terra, e todo direito e ig tt ll!. N ~ parede do· altar m6r n ão t em cousa alguma ; sómen te no log r que p6de servir de alta r tem uma cova na t er – ra, alguma cousa funda. Pela parte de trás e dos lados, e ainda alguma cousa por cima, é acompanhada de terra; só da parte da po1 ta pri n– cipal está um ralmo, que vai descen– do para o rio, e muito l impo, como se estivesse habitado actualmen te. Advertimos po r ultimo que esta noticia vai conforme cnm a que 'QOIJ clei:irou eseripta o Pad re Manoel Fer: ,

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0