A Estrela do Norte 1863

-- 1-!4 A ES'l,RELLA DO NOR'rE. ·on menos . corno quando se .-oµ;a l a. prouuncia, a, conhecer o meio <le conduzir bem n. su:i, :::,.;' ã.o se dev em os laLios coutrahir, Hem eslemlcr-se para <litIDte; mns tomar, con, o d iz um a utor, a posição que lltes J aria' u m ligeiro sorriso. Deve- se ler uma postura firme e na– t ural , sem nl?aÍX [H uem leva11 tar a cabeça. Abai xando-n, se torna surda :t voz ; lc– vantant o- a de mais, fi cam tensos OE mus- , culos <lo pescoço, o qfae torna o ouvi<lo mai s Juro e menos sensível. Ca nlar naturalmente, se1n esforço, pas– sando sucwc1,2enle de 111/S sons (t Olllros, sem 'll!lnca f m·çar <t roz. U ma co usa. é cant:u-, outra consa é g ritar. A mel hor v oz não 6 a. c1ue mais e · lro11da ; é a l[Ue ·an ta com mais expres– são, 1nipidcz e J oçura. Distinguem- e 11a. voz hup1ana dous registro,; on jogos differenles; \ 1ma. v oz mais fo rt , mais g nwe, mais sonora , que parecê sahir do peito, e se eleva nté certo ponto da ~~cab tonica; _é a quc se chama 'VOZ de JJe1to ; ouLra mais fra.ca e por :ls– <1i111 dizer ailauladn, que pat ece fo rma r-se J1a ga rg:wta d se chama ,-oz de fa lseie. Ji;st,..1, segunda, sendo bem ex ercida, púdc– l"e tornar su llil:icntemente firme e agra– tbxel. O que mais custa é passar da y or; tle ' peito para a de falsete sem que 'a trans– içrw seja aspcr:t e offenei \'a ao ouvido. t:ió g rande excrcicio p6de-nos fazer sahir lJcn1 dcsLa di ffi culcladc. 'l'ccm os menino~ voz de peito poüco cxten, a e cm gern l tendem todos a leval-a <:om csfvrc;o aLé :í.s notas mais el,:JVada~, tonrnmlo-a, tl est'arte prenetraute e as– pe r:i , que mais parece g ri to descomposto <p te V-O't,. Se Hão houvei: muito cuidado em <:urrigil-os deste defe ito, se comprometterá, n ão BÚ a hcllcza do canto, seniio ta.mliem o futuro das ,-ozes, ]>llis os que : e acos– tuma m :t cslc defeituoso modo de can tar acabam mui la· Yezcs por arrniua r com– pletanrnnte as sua: . . Segundo o sr. DanJou, a raridade das v ozes cm F rança 11ão lem outra causn, " . di z elle, se os ccclesiasticos cm ge– rnl ' leem v ozes lilo fa lsas, dcsn-g radavcis, <iuclmidas, sem força e sem . t imbre vem is iinicamcnte de que, reunidos desde a infa ncia cm torno do Sanctuario clles . . . ' <.:anlara!ll' de uma maneira Y1c1osa e sem voz em t oda a e:-ctensiLO tle seus limites na turaes, por meio da mudan ça do reg is– tro ( 4) . " ]~s ta ohservn.çáo do artist:t francez se applic:a perfeitamente no nosso paiz. Outra, regra 6 dar bem os sons; isto é, atacar ~ nota com fram1n eza, com doçura, sem martellal- n, sem rodcal-a de notas parasitas, chamadas vulgarmente floreio, ; não arrastar a, Yoz até chega,r ao som q11e se quer dar, nrns dal- o lugo puro, sem titubeamento ou hesitaçfLo, . e s11stental-o igunlmentc e com firmeza até o fim. Faz• e comtnummente o contrario com g rave detrimento <l o gosto e tlaa boas regrns da, can toria. S a'ber resp imr aprop osito e bem é uma condição esseucial para uma ex ecução re '. g uiar e nrti tica. · A resj)iração contém du~s cousas : a, inspiração, ou a introducção do ar 1110s pulmües, e a exp iração ou passagem do ar dos pulmões no larvngc e na boca. A i'nsp irciçü.o deve ser ::1111,la facil e quauto possível fôr, i11 se11si\·el. ' ' ' A e-.,;piraçiJ.o cleYe ser feita, pot co a pouco, poupando-se, por assim dizer. o ar e cmiUindo-o com mai s 011 menu~ fo r9~ ou com perfeita ig uaJdacle, conforme exi g ir o canto, .ilugmentar e dimin nú- a ú ite:nsitlade da voz. l!Me ex ercício é de uni a u tilidadé extrema, diz o sr. Delatonr (5). P or meio delle se torna, a, voz fl ori rnl, igual, firme, focil de dirigir ; twgmcnla-se o poder della 1 tiram-se os defeitos qne a deslustram, e adquire-se u1;n timbre puro e so11oro. As– sim se fórma uma ,oz capaz de Jar ao ca,nto a expressão, a, g raça, :1ll g raduações de qüe elle é susceptivel, e seni as quaes nenhum caracter tem e nenhuma impres– são prod uz, rcReclinclo sú m.na rn onolo– nin, insupport:wel. Consiste este e~ercicio, continúa o 1110s– mo autor em atacar o som muito bran– aa.mente, 'ir a ugmen tando po~ gr(ws a, ~orça clell e at6 o meio O diminuir msens1vel- ' ' f' E' mente o volume da voz ate o 1111. 1 o que os francezes chamam filer lcs sons. Deve- se ier cuidado em que a voz, n em se lernnte quaudo o mm é mais forte, nem descabi a quaudo ·é mais fraco. (i) Rcvitt de la m uaique JMig , 1846 p, 270, (6) De /c:, culturc de lq, voi.r, p, 7.1,

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