A Estrela do Norte 1863
J 140 A ESTRELLA DO NORTE. soas que se destacam do :r,eio da, nave. Onde vão? Vão :1prcsentar-se na me. a santa e comer o banquete divino a que .Jesus nos convida e solicita a ca<la mo– mento. Oomprehende- se isto llí,? Não, eu rnc,m;io n:io o comprehenclia. E quem são essas pessoas que as. iro praticam a Religirw · em l!'tan9a? na Eu– ropa? Serão mulheres oo ·capoua-, beq,tas, ou outras quacsquer c,·eaturas <lesta es– tofa designadas lá com e, ·es nomes des– pre:r.~v<>i:s? Nüo; fitei o olhar nessas pe · oas que iam a:ssim com tauto recolhimento á mesa <lo , 'euhÓr, e vi perob.s, sedas, uiaruan– tcs; vi cq.sacas da ultima eleg:rncia, con– <lecoraçves e galões. Os exemplos do Dr. Qzn.naµi, o litterato christr10 rJeste seculo, a rrJcnte de caridade e de a,mor elo bem, do Conde ele Montalembert, do Marquez de V aJdegamas Donoso Oortez, d6 Prin– cipe Lle Bro·glie, que acaba de .·er aclmit– tido na Academia, do ~~neral Oanrobert, tão bravo como Oathohco, de B oudon, Ponjoulat, V euillot, e de tantos outrns "ran– des esp íri to. , litteratos e escriptorei de primeira plaita, estes exemplos nr10 tcem sido cst J~·eis, creia-me, e aqui muito avultado numero de pessoas distinctas coítfessam- :;e e commw1gam, uâo uma s6 ,cz, mas mui– tas vezes 110 auuo, sem o menor ac:1nha– n iento ou respeito humano. O facto de virem tantas p essoas passar os seus momentos livres diante do tttber– naculo do Santíssimo Sacrnmento no pro– fun do silencio dos tewplos, que estilo sem– pre abertos e com adoradores, e isLo em uma cidade con;io Paris, onde mil prazeres o distracções, cada qual mais agrndavel, se– dnzcm pcdsoas de todas as c1as:•eg, demons– tra claramente que ha na população ca tho– lica urna g rande virtude e muita fé, para desprezar os pra zeres mw1danos e preferir faz er uma visita ao -r•enhor dos Senhores_ Xá.o é isto bem edificante para n6s ? Ainda hontem (Domingo ) cu notei bem dis Linetamente os dous lado., de Paris o b– <lo r:ligio-so e o lado dissipado. Pri~cipiei p r _ir na CathP<lral de J.Vo/Jre. D<ime para ou vir fL conferencia do Padre Feli ::.:. Ji.:ste cclcbreje$uita, tem ganho um nome qu asi igual ao do Fadre Lacordaire. Ohe– gu ci a J.Votre Da~ie meia hora a.ntos da con– for enciR, e já a,s 1111 ~1 eusa.' n.nvcs da gr:rnde ba ·ili ca e':=.itavam pepâas de uma mu ltid:10 scien tifica, aYida por ver e om·ir o habil orador entrelaçar o progres,,o de todas as scie ncia.s com o Ohristianismo. Pódc- ~e avaliar sem medo ci.n quat.ro rui! pessoas o audiLorio do Pad re F elix. A scicncia, o phi – losophismo, a litteratu.ra , tudo lá estaYa, e quando o celebre jesuit:\. apparcceu. no pul– pito era en1 toda a Igreja, um silcnci de l.umulo 1 Dep0is que sahi de .Notre Dame, man– dei ao meu cocheiro que seguisse' para ,e; Campos Ely (os. Lá uma multiJúo inda màior se entrechocava e se cruzava por to– dos os lados. -As magi1íficas , ci,uipageu · que tomavam toda a la rg um ela avenida fazitim uma hella confusão de reflexos, de cores e de g:11ücs qu era .admiravel de ver– se. P ois bem; esta 1011\tídiio correndo ~ipú:1 dos prazere.,, esses milhares de. carruagens se cruzando em todos 0.:1 sen ti do , não im– pediam qne as I g rejas esti,,essent cheias e tambem pela elegancia. D e ·rnlta entrei em Santo .Eiistaquio, que é um mn.g11ifico tcniplo pela b elleza de sua a rchitectura, e fiq\1ei so rprendido de ac!ta,r cst:i I g reja litternlmente ch eia; rnai:; Jc: duas 'mil pessoas al i e achavam. E não havia ne– nhum,t fosta; era a Lençam tlo anti::1.sirno Sacramento (JUC se dá aqui nos Domin– gos depois tle vespera:; em todas as I g re– jas de França. 'l'ivé tambem o gosto /le ouvir em boa • orchestra o Stubat. de P ergoleze, e sénti não as:1istir a algumas conferencias do P,t– drn Gratry em S càn t-Etiomie cl·u Alont, que faziam g rande impressão em todo Parrs. Eis- a!ti o que tenho obsorrndo aqu'i pelo lado R eligioso, e sbmpn.l que ~mtro em uma I greja njo e~te ,,dpectacuÍo r.di – ficantc, quer seja .Notre .Oa.111,·, Santo Eus– iaquio, ~!\fossa &nhora elas Victorias, 8an– tci Glotildlf ón qualquer outra: semp re uma grande riuantidade de pc.,so,ts cliaute do Santissimo Sacrnmcuto. Aqui, pois, n6s os estrangci.ros. açhamos um poderoso est;urnlo parn nos, faze~· pra– ticar a Religiã.o como ella nos e ensmatla,. Infolizmcnte, porém, não é este o lado que vôem todos os cstr::mrrciros que rL fortuna, º . e o talento Lrazem :i F)·ança. Pans, com os seus prazerl:ls ele toda a so rte e de toda n, ordem, com seus lupan::ircs, seus café;i, seus theatro:i de todos os gostos e cbrcs, é a e cbla em que ell ils bebctm a • • •
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