A Estrela do Norte 1863

A. ESTI\ELLA llü .\OHTE . rancia crassa disfarçada no ridículo es– trepito de uma linguagem pedanlesca, com risot&s só , proprias dos estultos; é pelo menos um miseravel , o já bem sa– bido pretexto, de que se ser vem os in– credulos e libertinos, para estabelecer e ampliar o systema devastador traçado nas conferencias de Voltaire com um rei philosopho da escola pro testante em Ber– lim, e desenvolvido pela cabala do Sena com espanto do universo. Que mal fizes– te aos homens, ó santa augusta Religião, filha do céo, para tan to odro e aborreci– mento? Será possi vel que tan ta ingrati– dão seja a unica recompensa dos benefi– cias que tens derramado sobre toda a desgraçada familia de um pai prevarica– dor, que J-ixou a-época feliz do teu ama– vel imperio no coração do homem? Sa– l)ei, ó ímpios; raça de víboras; geração incredula; sabei que de todas as verda– des da moral christã, a mais bem •esta– belecida com provas superiores a todos os artificias da impugnação, é a da obe– diencia e submissão á leg-itlma autorida– de I Jesus Cbristo mesmo, autor e con– servador da religião e da sociedade, a en– sinou com o seu exemplo, mandando dar a Cesar o que é de Ccsar, sem faltar ao que é de Deos; e pagando por si e por Pedro o censo estabelccitlo, até fazer um milagre para evita1.' o escandalo e deso– bcdi encia á lei, de qur. os seus inimigos o pretendiam capciosamente arguir. - Reddite ergo qnre sunt Cresaris, Cresari, et qure sunt Dei, Dco: Quem ignora a preci– são e efllcacia com que S. Paulo recom– menda aos fi eis de Roma es te importan– te dever da sociedade ? - "Todo o homem esteja suje·to ás potes– tades superiores ; porque não ha potes– tade, que não venha de Deos, e as que ha, essas foram por..J)cos ,rdenadas. Aquol– le, pois, que resiste á potestade, resisto á ordenação de Deos. E os que lhe resis– tem, a si mesmos trazem a condemna– ção: porque os principes não são para temer, quando se faz o que é bom, mas quando se faz o que é máo. Queres tu, pois, não temer a potestade ? Ohr.a bem, o terás louvor della mesma ; porque o príncipe é ministro de Deos para bem teu. Mas se obrares mal, teme; porque não é debalde que elle traz a espada. Porquan– to elle é ministro de Deos : vingador em ira contra aquelle que obra mal. E' logo necessario que lhe estejais suj eitos, não sómente pelo temor do castigo, mas tam– bem por obrigação de consciencia. Por– que por es ta causa pagais tambem tribu– tos ; Pois são ministros de Deos, servin- do-o nisto mesmo. Pagai, pois, a todos o que lhe é devirlo: a quem tributo, tri– buto: a qu em imposto, imposto: a quem temor , temor: a quem honra, honra. n Tal é a dou trina da Heligião sobre a obcd iencia dos subditos,· de que Thcodo– reto, e S. chn sostomo não exceptuam ning-uern, ainda que seja um propbeta, ainda que seja um apostolo, ainda que seja um evan~elista. Doutrina saudavel, que a igreja sempre observou nos mes– mos dias de crise, quando os governos infleis a perseguiam com tanta cruelda– de e tyrannia, querendo ántes que seus filhos· perdessem a vida do que subtra– hir-se ás leis da submissão, respeito de– vido ás autoridades constituídas, como nos inculca o Santo Padre mediante o su– blime e energico testemunho de Tertu– liano; e as orações publicas , que faz1m1 parte da sua liturgia com fundamento na escriptura a favor dos governos, é uma prova subsistente da sua cfficaz co– operação á prosperidade dos estados; não obstante, urr. ou outro exemplo contra– rio de alguns fanaticos, qu e a igreja sem– pre os detestnu, como filhos degenera– dos: as bellas e solidas reflexões que o Santo Padre expõe nn. sua carta sobre es– te assumpto , não pcrmittem que sejamos mais ex tensos : logo não 6,a Religião que promove as sed ições: é a immoralidade, o espírito de vertigem, o abuso da li– berdade, que a ílelig ião condemna e repro– va. (Co11 /imío. ) D. HOMUALDO, DISPO DO l'AnÁ . ~ C on..,aJelilecn'ia• \r. AS FESTAS DE IGNRZ. Tinha Ernesto tornado a torna.r assen– to ao pé da cabeceira de sua mãi ; não se atrevia a fazer o men'Or movimento, com medo de perturbar o descanso da cara con\'alesceute ; mas dava um livre curso aos pensame.ntos de sua alma. Era depoi s de ter lido estas consolado– ras palavras : (1 Bemaven turados os que sofJrcm, porgue serão consolados, " era depois ele ter consummado um uJlimo e

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