A Estrela do Norte 1863
ESTnELLA DO NOl\'L'E. Os pcccados capitaes. Sfipeml ia enim pec~ati mors. A paga do peccatlo é a mor/e. Emprr,zamos a pbysiologia materialista para que nos cite u m só vicio, declaTado pela Igrej a mortal vara a alma, que não possa ser mortal pal'a o corpo. Os sete veccudos capitaes são mortacs por sua essencia . Podem produzir directa– mente ( i): L º O orgulho: doen r:as agudas e doen– ças chroni cas, das quaes uma grande parte nos· não pcrmitte fazer ac1ui a sua enumer ação. 2. 0 A avm•ez.a : docn~a chronica, resul– tado da ag itação do cspiri to, da dcscon– flan ça, do r eceio, da falta de dormir, de uma alimentação miseravel e mesqu i- e muitas _vezes occasiona eJ:)idemia, das qunes devia accusar-se antes a si do que calu mniar a Providencia. Diremos o mes– mo dos envenenamen tos fort uitos, das quédas, dos incendios, dos desmor ona- . mentos, elas inundações ; estes acciden– tes vêm sempre ela impreviclencia. E a irnprevidencia r es ulta dá preguiça do corpo ou do espírito, e infringe a lei que os condem.-ia igualmente ao traba– lho. E' justo pois que sej a castigada por suas obras : B etr.butio manmtm ejtts. Cumpre ainda ter como certo , que nin– guem é condemnado senão por si mesmo : e n ing-u em mesmo perscYera no es tado de miscria senão por sua propria vontade ( ao menos dá-se isto na maior pn.rtc dos casos. ) Lt:IBXITZ. nha, etc. 3. 0 A inveja : molestias prolongadas, a 'l r e ligião e atbolica s e rá • .. icterícia, a duodenite, a magrcsa, a chlo- .,,' nocn a aos rose, a consumpção pulmonar, etc. 90, ·c rnos e a o s e s tados ? '•·º A guiei : males aguuos e maleschro– nicos, mais variados e mais numerosos do que. se pódc imag'iuar. 5. 0 A luxuria : males repentinos e sof- . frimentos chron icos desde a ulcera até á mor te instan tanea. 6. 0 A irn : males r epentinos e males chronicos, cl.esde a eructação, ou arroto, vomitas , espasmos, gastralgia, até á rop– tura dos vasos, ao aneurisma e apople– xia. 7. 0 A preguiça : males chronicos sem numero. A preguiça, esse vergonhoso peccado, que vem cm ultill'o lugar como para jus– tificar o gráo, em q ue eslá em relação aos outros , e que se arns tn atraz de todos el– les, todos os dias occasi:ma·a mo rte a mi– lhares de indi viduos sobre a tbrra, pelo descuido que ha nas cxcavações, n o bro– quear, I?ª limpeza dos canaes, dos -poços, das latrmas , na explor:wão ou conscrva- 1.:ão das m_inas , das fabi-icas de polvora, das pedreiras, ,los engenhos de rodas êl as maquin:is movidas por agua por ven~ to , ou por vapõr. ' Não tfmdo o cuidado d.'l plantar arvo– r edos, de en xugar pan tanos, o h omem entretem ou aug·menta febres cndemicas l ( 1 ) " Dcos não scria Dcos, se as creat11ras pu– des~em aclrnr a sua. verdadei ra vida f6ra delle e a despeito de_lte." Non est pax impiis. llfarl inct Esta i~c~oxa~ ~e Santo Ago, tinho é tão propri; para no, 1mpr1 m1r uma alta idéa pc Dcos como para nos d ar um verdadeiro conheci mento'de nós mesmos. (Continua~ão.) Talvez_queMontesquieu, mais docil que os conspiradores (lo nosso secu lo tivcsse em vis ta este orncnlo , qu1mdo p~ra mos– trar as van tagens q ue a or dem social tira da reli g·ião, que lhe imprime o scllo da Di vi ndadc, e encorpara no seu proprio corligo as leis ci vis, disse admiravelmen .'.' te: - uQuando fosse inu til qu e os subdi– tos ti vessem umn. J\ eligião, não o seria que os prí ncipes a. ti vcssr,m , e qu e bran– qneru:sem de escuma , enl f'c os dentes, o un!co freio que podcni Ler aqu clles quo n ão temem as leis humanas. O príncipe, que ama a Hcligião e a teme, é um leão, que cede á mão que o afaga, ou á voz, que o pacifi ca ; aq uclle qne tem a Heli– gião e a aborrece, é como as bestas sel– vagens, qu e mordem as cacl êas que as im– pedem lançar- se sobre os que passam: o qu e ·não tem Heligião alguma , é csto ani– mal terr ível, que não conhece a sua li– berdade, senão quándo des pedaça, e de– vora. « Loi o não é a l\ eligião quo inspi– ra aos· governos o abuso da suá autori– dade para opprim ir os subditos; não : é o inter esse, a ambição, o orgulho, o odio, a vingança e o desprezo da piedade christã, que a n eligiiío condemna., e r e– prova. . ~~ a imputação que se póde fazer á r e– h giao pelo terceiro modo, como causa de lumultos sediciosos, não é effcilo do igno-
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